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B. Piropo

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04/1997

Portas Paralelas

 

Antigamente tudo era muito simples. Uma porta paralela era uma porta paralela, e temos conversado. Ela servia para conectar o micro à impressora e, isto feito, nunca mais nos preocupávamos com ela. Um belo dia a coisa complicou e não mais que de repente começaram a aparecer uns tipos esquisitos de portas paralelas, as tais SPP, EPP e ECP. Em princípio, isto não seria razão para preocupação, já que todas usam os mesmos conectores e a mesma interface lógica. O problema é que eventualmente somos obrigados a escolher o tipo de porta no setup de nossas máquinas - ou a continuar transferindo bytes entre nossos micros portátil e de mesa dez vezes mais devagar que nossos amigos. E agora?

Agora, não tem jeito: para escolher, há que entender as diferenças. Então vamos lá.

O tipo mais simples é a SPP. Ela nada mais é que a humilde porta paralela original do velho PC, com um nome novo para diferenciá-la das mais modernas: SPP é o acrônimo de "Standard Parallel Port" e significa "Porta Paralela Padrão". Concebida originalmente para conectar micros e impressoras, é unidirecional (capaz de transferir dados em um único sentido, neste caso do micro para a impressora) com uma taxa de transferência que na prática se situa entre os 50 Kbytes/s e 100 Kbytes/s.

Depois, veio a porta bidirecional, ou "tipo PS/2". Pois a única razão pela qual a porta original era unidirecional é que certas características elétricas dos circuitos de controle tornam este tipo mais barato. Porém, do ponto de vista técnico, nada impede que os dados trafeguem em mão dupla. E quando a IBM lançou o PS/2, resolveu equipá-lo com portas paralelas bidirecionais e melhorou seu desempenho dotando-as da capacidade denominada "bus mastering". Portas paralelas tipo PS/2 são inteiramente compatíveis com as portas SPP e muitas vezes se confundem com elas, já que raramente se encontram portas unidirecionais nas máquinas modernas.

O fato de ter se tornado bidirecional ampliou extraordinariamente os horizontes da porta paralela, que passou então a ser adotada por uma infinidade de dispositivos, desde adaptadores SCSI, drives de disquetes, discos rígidos, drives de CD-ROM externos e adaptadores de rede, até os sistemas usados para transferir dados entre micros de mesa e portáteis. Isto motivou a busca de novos padrões visando aumentar a rapidez com que os dados trafegam através da porta.

A primeira modificação gerou o padrão EPP, de Enhanced Parallel Port (porta paralela "incrementada", em uma tradução livre), desenvolvido em 1991 pela Zenith, Xircom e Intel. Através do aumento do número de posições de memória ("portas") usadas para armazenar dados durante as transferências e de alterações no protocolo de transferência de dados e nos sinais de controle, portas EPP conseguem elevar as taxas de transferência de dados para até 2 Mbytes/s e os responsáveis pelo padrão garantem ser possível efetuar alterações capazes de quadruplicar este limite. O aumento das taxas fez crescer a possibilidade de interferências, obrigando a alteração dos cabos usados para ligar os dispositivos externos às portas EPP, que devem ter blindagem dupla e aterramento mais eficaz. Portas EPP são compatíveis com os padrões SPP e PS/2, podendo passar de um modo de operação para outro mediante comandos apropriados.

O aumento das taxas de transferência promovido pelo novo padrão fez aumentar ainda mais o interesse pela porta paralela. Como resultado disto, a HP, tradicional fabricante de impressoras, e a Microsoft, líder no mercado de sistemas operacionais e aplicativos integrados, juntaram-se para desenvolver o padrão ECP, de Extended Capabilities Port (porta com aptidões ampliadas, ainda em tradução livre), que veio à luz em 1992. Além de diversos refinamentos, o novo padrão agrega dois novos modos de transferência bidirecional de dados para portas paralelas: um de alta taxa e outro que inclui compressão de dados (cuja taxa de transferência depende do grau de compressão alcançado). Além disto, o padrão ECP aceita o endereçamento de canais, o que teoricamente permite conectar simultaneamente até 128 diferentes dispositivos à mesma porta serial. Também o padrão ECP é compatível com os anteriores, permitindo passar de um modo para outro através de comandos apropriados.

Pronto. Isto é tudo que precisávamos saber sobre os diversos tipos de portas paralelas para poder escolher o ajuste apropriado no setup. Pois você já percebeu que, como cada tipo é compatível com os menos avançados, o negócio é escolher o mais incrementado.

E ficar atento. Pois caso algum dispositivo conectado à porta serial vier a se comportar de modo estranho ou parar de funcionar, é sinal que vai ser preciso alterar o ajuste.

B. Piropo