Na coluna anterior vimos como funciona a tecnologia VoIP. Hoje veremos como se pode ter acesso a ela.
Há basicamente três formas. A primeira permite que um computador se comunique com outro. É necessário que ambos disponham de uma controladora de som para receber o som de um microfone e digitalizá-lo para ser enviado ao micro do interlocutor e receber o som digitalizado do outro micro, decodificá-lo (o procedimento inverso da digitalização) e encaminhá-lo a um alto-falante. Dos sítios que oferecem este serviço o mais conhecido é o Skype. Para usá-lo basta visitar < www.skype.com/ >, baixar o programa, instalá-lo em um micro com conexão de Internet rápida e passar a se comunicar com usuários de todo o mundo que tenham o mesmo programa instalado. Para quem tem um parente ou namorado(a) no exterior é garantia de horas de papo gratuito.
A segunda forma permite comunicação entre micro e telefone comum, o chamado STFC (Serviço Telefônico Fixo Comutado). Nesse caso é necessário um provedor que funcione como “gateway”, um elo de ligação entre a Internet e a rede de STFC. A comunicação se faz VoIP entre o computador e o gateway, que inicia e controla a chamada através da rede de telefonia pública até o telefone. Diversas empresas oferecem este serviço, inclusive o próprio Skype, na modalidade paga conhecida por SkypeOut.
A terceira forma é de telefone a telefone. Usa um aparelho especialmente concebido para se conectar ao computador ou à rede sem fio ou então um adaptador ATA (Analog Telephony Adapter) para conectar um telefone comum à rede. Em qualquer caso o telefone funciona apenas como microfone e alto-falante. A conexão entre ele e “gateway” do provedor é VoIP e entre o “gateway” e o interlocutor se faz pela rede telefônica pública. Este é o modo ideal para quem faz ligações internacionais ou interurbanas freqüentes ou longas e prefere pagar uma tarifa que usualmente é uma fração das cobradas pelas operadoras STFC.
Para usá-lo é preciso filiar-se a um provedor e adquirir o aparelho telefônico ou o ATA. Telefones, há de diversos modelos, desde os que se conectam diretamente a uma porta USB até os que se comunicam sem fio através de uma rede Wi-Fi. Os preços dos aparelhos dependem do fornecedor e podem chegar até US$ 300. As tarifas dependem do provedor. Os que têm sede no exterior costumam cobrar tarifas significativamente mais baixas, um reflexo positivo da carga tributária mais leve dos países onde não há mensalão.
Se você pretende aderir à VoIP faça uma visita ao portal Teleco – Informação em Telecomunicações, mais especificamente à página < www.teleco.com.br/voip.asp > onde, além de informações técnicas e legais sobre os serviços de VoIP no Brasil, você encontrará uma lista de cerca de quarenta provedores, quase todos prestando serviço tanto corporativo quanto “varejo” (ou seja, diretamente ao público), com atalhos para o sítio de cada um deles onde podem ser encontradas informações sobre o serviço prestado, equipamento necessário e custo, assim como valores das tarifas (valendo citar que alguns deles não cobram ligações entre seus clientes, ou seja, se você e seu interlocutor forem ambos filiados ao mesmo provedor, falarão de graça não importa se forem vizinhos ou se um estiver no Rio e o outro em Tóquio).
Eu uso VoIP há anos. Meu provedor é o IPPhoneBrasil < www.ipphonebrasil.com/ > que oferece serviços por dois diferentes protocolos, o H323, para o qual eu uso um telefone conectado à porta USB do micro e o SIP, que usa um telefone sem fio conectado à minha rede Wi-Fi (veja artigo de Gary Krakow em < http://msnbc.msn.com/id/8907101/ >). Ambos funcionam razoavelmente tanto na minha antiga conexão ADSL quanto na nova a cabo. O serviço é prestado na modalidade pré-paga: compra-se um valor fixo (em dólares pagos com cartão de crédito internacional) e fala-se enquanto houver crédito. A renovação dos créditos pode ser feita através da Internet, naturalmente.
Incidentalmente: uma das vantagens do serviço VoIP é que funciona não importa onde se esteja. Resultado: quando faço viagens internacionais, escolho hotéis que oferecem conexão de Internet rápida nos apartamentos (hoje quase todos oferecem, muitos gratuitamente). Em lá chegando, conecto meu computador portátil à Internet, encaixo meu telefone VoIP em sua porta USB e falo com o mundo inteiro – inclusive, naturalmente, com o Brasil – por uma bagatela.
Há anos não pago um centavo de tarifa telefônica em hotéis.
B. Piropo