Aposto
que a maioria de vocês jamais usou DOS. E antes que comecem
os protestos, esclareço que não me refiro a rodar
um ou outro programa em uma janela DOS, mas ao uso sistemático
do bicho. Para simplificar: se você nunca precisou de apelar
para o Edlin para editar um arquivo de configuração,
não usou DOS. E se nem ao menos sabe o que é o Edlin,
aí então é que não usou mesmo.
Mas tem gente que ainda usa. E não apenas saudosistas ou
maníacos. São usuários que precisam dele para
rodar programas indispensáveis às suas atividades
profissionais, sem similares que rodem em Windows. E, nesses tempos
de Windows Me e XP, que baniram o DOS de suas entranhas, sentem-se
cada vez mais abandonados. Pois o amigo Crhistian Ghamaliel, de
Belo Horizonte, traz-lhes uma esperança: o Free DOS.
O objetivo do projeto FreeDOS, iniciado em 1994 por Jim Hall, é
criar uma implementação gratuita do MS-DOS. Não
uma derivação do MS-DOS, mas um sistema operacional
desenvolvido a partir do zero, que não se baseia no código
original mas adere a suas especificações. A distribuição
é gratuita, nos termos da GNU General Public Licence. Já
está na versão 8 e pode ser obtido, inclusive com
o código fonte e instruções sobre como instalar,
no sítio <www.freedos.org/>.
Diz o Crhistian que teve a surpresa de lá encontrar um DOS
que ele imaginava extinto mas que, segundo ele, ainda vive
no coração de muitos usuários e funciona bem
melhor que antigamente.
Na coluna anterior (disponível
na seção Escritos de <www.bpiropo.com.br>) mencionei
o sítio QuatroCantos
e sua seção sobre as pulhas (hoaxes)
que infestam a Internet. Sobre o assunto, o leitor Evandro Sperandio,
de Florianópolis, escreve: Creio que vale a pena recomendar
o site mais famoso e, até onde sei, mais antigo da rede sobre
hoaxes: <http://hoaxbusters.ciac.org/>.
Se é hoax, está lá. De fato, é
um sítio completo, muito bem organizado, atualizado e com
um dispositivo de busca que facilita bastante encontrar o que se
procura. Mas, vale lembrar, é todo em inglês.
Outra mensagem que cabe mencionar é a do Carlos Peixoto,
de Grimstad, Noruega (essa Internet não pára de me
surpreender...) sobre as freqüentes solicitações
de doação de cartuchos vazios de impressora para
ajudar uma criancinha que está precisando de transplante
de medula óssea. Carlos participa do REDOME (relação
de doadores de medula óssea), uma organização
de alcance mundial que mantém um banco de dados de doadores
de medula. Ele informa que os transplantes são gratuitos,
bastando haver compatibilidade. Diz ele: Fico triste com estas
histórias, mas se você puder divulgar minha informação
já me sentirei feliz em ter prestado este serviço
às pessoas de bem. Pois sinta-se feliz, meu amigo:
está divulgada.
Aqueles que acompanham esse escrevinhador por alguns anos sabem
que considero o computador a ferramenta mais eficaz para integrar
as pessoas portadoras de deficiências à sociedade.
Por isso não posso me abster de louvar a iniciativa do Curso
de Ciências da Computação da UNIVALI, Universidade
do Vale do Itajaí, em organizar o II Fórum de Informática
Aplicada a Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais, a ser realizado
em 27 de agosto de 2003. O evento é uma parceria da UNIVALI
com o Instituto Guga Kuerten (<www.igk.org.br/>)
e consistirá na apresentação de palestras e
trabalhos científicos relatando experiências do uso
da informática para a melhoria da qualidade de vida de pessoas
portadoras de necessidades especiais. Trabalhos ainda podem ser
apresentados até sete de abril. Maiores informações
em <www.cbcomp.univali.br/>.
Quem me alertou para o evento foi o admirável Jorge Márcio
Pereira, alma e motor do DefNet, o Centro de Informática
e Informações sobre Paralisias Cerebrais, em <www.defnet.org.br/>.
Um sítio que vale a pena visitar, pois como reza seu lema,
a prevenção começa com a informação.
Finalmente: volta e meia cito aqui D. Eulina, notável senhora
cujo único deslize foi ter trazido ao mundo esse que vos
escreve. Pois há mês e meio a coroa deu um susto danado
na prole: após bater incansavelmente por mais de nove décadas,
seu coração rateou feio e parou três vezes.
Hoje, depois de uma longa hospitalização e de um upgrade
de hardware que incluiu a instalação de um marcapasso,
ela está de volta a seu sofá reclamando da vida, sinal
seguro que tudo voltou ao normal. Mas o negócio foi feio
e se ela ainda pode reclamar da vida, deve-se sobretudo à
competência e dedicação da equipe de médicos
e profissionais da Unidade Cardiointensiva do Hospital São
Lucas. A quem agradeço comovido.
B.
Piropo