Sítio do Piropo

B. Piropo

< Trilha Zero >
Volte de onde veio
24/03/2003

< Queridos leitores... >


Aposto que a maioria de vocês jamais usou DOS. E antes que comecem os protestos, esclareço que não me refiro a rodar um ou outro programa em uma janela DOS, mas ao uso sistemático do bicho. Para simplificar: se você nunca precisou de apelar para o Edlin para editar um arquivo de configuração, não usou DOS. E se nem ao menos sabe o que é o Edlin, aí então é que não usou mesmo.
Mas tem gente que ainda usa. E não apenas saudosistas ou maníacos. São usuários que precisam dele para rodar programas indispensáveis às suas atividades profissionais, sem similares que rodem em Windows. E, nesses tempos de Windows Me e XP, que baniram o DOS de suas entranhas, sentem-se cada vez mais abandonados. Pois o amigo Crhistian Ghamaliel, de Belo Horizonte, traz-lhes uma esperança: o Free DOS.
O objetivo do projeto FreeDOS, iniciado em 1994 por Jim Hall, é criar uma implementação gratuita do MS-DOS. Não uma derivação do MS-DOS, mas um sistema operacional desenvolvido a partir do zero, que não se baseia no código original mas adere a suas especificações. A distribuição é gratuita, nos termos da GNU General Public Licence. Já está na versão 8 e pode ser obtido, inclusive com o código fonte e instruções sobre como instalar, no sítio <www.freedos.org/>. Diz o Crhistian que teve a surpresa de lá encontrar um DOS que ele imaginava extinto mas que, segundo ele, “ainda vive no coração de muitos usuários e funciona bem melhor que antigamente”.
Na coluna anterior (disponível na seção Escritos de <www.bpiropo.com.br>) mencionei o sítio QuatroCantos e sua seção sobre as “pulhas” (“hoaxes”) que infestam a Internet. Sobre o assunto, o leitor Evandro Sperandio, de Florianópolis, escreve: “Creio que vale a pena recomendar o site mais famoso e, até onde sei, mais antigo da rede sobre hoaxes: <http://hoaxbusters.ciac.org/>. Se é hoax, está lá”. De fato, é um sítio completo, muito bem organizado, atualizado e com um dispositivo de busca que facilita bastante encontrar o que se procura. Mas, vale lembrar, é todo em inglês.
Outra mensagem que cabe mencionar é a do Carlos Peixoto, de Grimstad, Noruega (essa Internet não pára de me surpreender...) sobre as freqüentes solicitações de doação de cartuchos vazios de impressora “para ajudar uma criancinha que está precisando de transplante de medula óssea”. Carlos participa do REDOME (relação de doadores de medula óssea), uma organização de alcance mundial que mantém um banco de dados de doadores de medula. Ele informa que os transplantes são gratuitos, bastando haver compatibilidade. Diz ele: “Fico triste com estas histórias, mas se você puder divulgar minha informação já me sentirei feliz em ter prestado este serviço às pessoas de bem”. Pois sinta-se feliz, meu amigo: está divulgada.
Aqueles que acompanham esse escrevinhador por alguns anos sabem que considero o computador a ferramenta mais eficaz para integrar as pessoas portadoras de deficiências à sociedade. Por isso não posso me abster de louvar a iniciativa do Curso de Ciências da Computação da UNIVALI, Universidade do Vale do Itajaí, em organizar o II Fórum de Informática Aplicada a Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais, a ser realizado em 27 de agosto de 2003. O evento é uma parceria da UNIVALI com o Instituto Guga Kuerten (<www.igk.org.br/>) e consistirá na apresentação de palestras e trabalhos científicos relatando experiências do uso da informática para a melhoria da qualidade de vida de pessoas portadoras de necessidades especiais. Trabalhos ainda podem ser apresentados até sete de abril. Maiores informações em <www.cbcomp.univali.br/>. Quem me alertou para o evento foi o admirável Jorge Márcio Pereira, alma e motor do DefNet, o Centro de Informática e Informações sobre Paralisias Cerebrais, em <www.defnet.org.br/>. Um sítio que vale a pena visitar, pois como reza seu lema, “a prevenção começa com a informação”.
Finalmente: volta e meia cito aqui D. Eulina, notável senhora cujo único deslize foi ter trazido ao mundo esse que vos escreve. Pois há mês e meio a coroa deu um susto danado na prole: após bater incansavelmente por mais de nove décadas, seu coração rateou feio e parou três vezes. Hoje, depois de uma longa hospitalização e de um upgrade de hardware que incluiu a instalação de um marcapasso, ela está de volta a seu sofá reclamando da vida, sinal seguro que tudo voltou ao normal. Mas o negócio foi feio e se ela ainda pode reclamar da vida, deve-se sobretudo à competência e dedicação da equipe de médicos e profissionais da Unidade Cardiointensiva do Hospital São Lucas. A quem agradeço comovido.

B. Piropo