Hora
do almoço. Você senta-se à mesa do restaurante do
hotel e, enquanto espera o pedido, desembainha seu notebook, palmtop
ou qualquer outro dispositivo dotado de uma placa de comunicação
wi-fi (veja quadro) e se conecta à Internet.
Atualiza o correio eletrônico, consulta os sítios de notícias
e, quando chega o pedido, encerra a conexão e vai saboreá-lo,
que ninguém é de ferro. Tudo isso – menos o almoço,
naturalmente – pelo preço módico de dez reais a
hora (ou quinze por duas horas, mas se sua conexão demorar tanto
enquanto espera o almoço, sugiro escolher outro restaurante).
E, evidentemente, não se trata de “warchalking” (veja
quadro). É um serviço legal e pago.
O serviço chama-se Velox Wi-Fi e usa a tecnologia “CPqD
Gerência Wi-Fi” para gerenciar as tarefas administrativas
e financeiras, como compras de crédito, consulta de extratos
de utilização e interação com o call center
da operadora.
O “CPqD Gerência Wi-Fi” é um software desenvolvido
pelo CPqD e lançado semana passada na Telexpo 2004. Segundo seu
Diretor de Mercado Internacional, Paulo Xavier Filho, o CPqD é
hoje o maior centro de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia da América
Latina. Criado como centro de pesquisas e desenvolvimento da Telebrás
há quase trinta anos, com a privatização dos serviços
de telecomunicações passou a funcionar como instituição
autônoma, vendendo tecnologia para empresas no Brasil, América
Latina, EUA e Europa. A instituição, sediada em Campinas
e com escritório no Vale do Silício, na Califórnia,
emprega mais de mil profissionais.
O serviço Velox wi-fi é oferecido ao público através
de uma pareceria entre a Telemar e a Oi, denominada VEX. A Telemar oferece
o Velox, acesso em alta taxa à Internet. Mas, ainda segundo Xavier
Filho, por se tratar de uma operadora de telefonia fixa, não
pode fornecer serviços públicos de acesso sem fio. Por
isso se associou à Oi para formar a VEX, que estabelece os pontos
de presença, administra e fornece o serviço aos usuários.
A conexão é feita entre o dispositivo móvel e o
hot-spot, ou ponto de presença (veja quadro)
usando wi-fi e entre este e a Internet usando conexões ADSL à
rede de telefonia fixa da Telemar. O resultado é uma conexão
móvel à Internet com taxas de transmissão de até
11 Mb/s (mas que pode ser menor dependendo do número de usuários
conectados ao mesmo ponto de presença, da distância do
dispositivo ao ponto de presença e da existência de obstáculos
entre ambos).
Para o usuário, a coisa é simples. Se estiver no alcance
de um ponto de presença, basta ligar o micro, clicar no ícone
de sua placa wi-fi (que aparece no conjunto de ícones da extremidade
direita da barra de tarefas) para abrir o aplicativo e efetuar uma busca
para sintonizar-se com a rede VEX. Isto feito, basta abrir o navegador
e tentar acessar qualquer URL para ser encaminhado diretamente ao sítio
da VEX. Nele, basta escolher a opção “Usuário
com provedor” e selecionar a opção “Velox
wi-fi”, clicando em “Continuar”. Se já for
previamente cadastrado e dispuser de créditos, basta efetuar
o “logon” e seguir navegando.
O VEX é o único serviço deste tipo que funciona
na modalidade pré-paga, similar à usada pela telefonia
celular (existem serviços similares com pagamento fixo mensal).
O cadastro e a compra de créditos são feitos online no
sítio do Velox wi-fi em <www.velox.com.br/veloxwifi/>,
onde também se encontra a lista de pontos de presença
e uma FAQ (perguntas e respostas freqüentes) com detalhes sobre
o uso e características técnicas do serviço. É
possível cadastrar-se e comprar créditos no momento da
primeira conexão. O pagamento pode ser feito com cartão
de crédito ou débito diretamente em conta corrente e os
créditos podem ser usados durante três meses. No sítio
do Velox wi-fi existem opções de compra que permitem acesso
por uma ou duas horas ao preço de dez e quinze reais, respectivamente,
ideais para quem usa o serviço enquanto espera o embarque em
um aeroporto ou está em um café. E brevemente haverá
ainda a opção de comprar 24 horas consecutivas de acesso
por R$ 25, ideal para quem está hospedado em um dos hotéis
que oferecem pontos de presença.
Agora, é esperar para que a rede de pontos de presença
cresça. Se ela crescer o suficiente, quem sabe um dia você
poderá circular por sua cidade permanentemente conectado à
Internet através de sua placa wi-fi...
QUADROS:
Wi-Fi |
Wi-Fi é o nome de fantasia sob o qual é conhecido
o conjunto de padrões para comunicações sem
fio desenvolvido pelo Comitê 802.11 do Institute of Electrical
and Electronic Engineers, ou padrão IEEE 802.11. O nome deriva
de Hi-Fi, usado no século passado para designar os primeiros
discos de áudio de “alta fidelidade” (High-Fidelity).
Wi-Fi, portanto, significa “Wireless Fidelity”, ou fidelidade
sem fio. As comunicações que obedecem ao padrão
se processam usando ondas de rádio nas freqüências
próximas de 2,4 GHz (802.11 b), com uma taxa de até
11 Mb/s (megabits por segundo), ou nas freqüências próximas
de 5,2 GHz (802.11 a), com fluxo de dados de até 54 Gb/s
(novas variantes do padrão continuam sendo desenvolvidas,
mas esses são os mais comuns; o Velox Wi-Fi usa o padrão
802.11 b). O padrão Wi-Fi permite comunicações
bidirecionais sem fio em distâncias de algumas centenas de
metros (ou dezenas, se for feita através de obstáculos
como paredes e estruturas de concreto), mas em taxas elevadas, compatíveis
com a chamada “banda larga”. Para fechar uma conexão
com a Internet um dispositivo Wi-Fi precisa estar, portanto, dentro
da área de alcance de um “ponto de presença”.
Esses pontos de presença, ou pontos de acesso à Internet,
são conhecidos por “hot-spots” (“pontos
quentes”). Para mais informações veja artigo
“Conexões sem
fio” publicado em dezembro do ano passado e ainda disponível
na seção “Escritos / Artigos no Estado de Minas”
em <www.bpiropo.com.br>. <
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Hot-Spots
Velox Wi-Fi |
A
lista atualizada de pontos de presença do serviço
Velox Wi-Fi está disponível no sítio Velox
wi-fi, atalho “Cobertura”. No momento em que consultei,
havia 112 locais listados, perfazendo mais de 120 pontos de acesso
(alguns locais, como o Aeroporto de Congonhas, admitem mais de um
ponto de acesso), mas na medida que o serviço for conquistando
usuários a lista naturalmente se expandirá. Hoje,
os pontos de presença se distribuem principalmente em aeroportos
e hotéis (das redes Accor, Blue Tree e Atlântica) e
em unidades da rede Fran’s Café. A lista inclui um
ponto de presença no Amazonas, dois na Bahia, cinco no Ceará,
um no Distrito Federal, um no Espírito Santo, um em Goiás,
um no Pará, um em Pernambuco, dois no Paraná, seis
no Rio de Janeiro (aeroportos Santos Dumont e Galeão, hotéis
Copacabana Plaza, Excelsior Copacabana, Golden Tulip Ipanema Plaza
e Merlin Copacabana), dois no Rio Grande do Norte, um no Rio Grande
do Sul, três em Santa Catarina, oitenta em São Paulo
e cinco em Minas Gerais, nos Aeroportos de Confins e Pampulha, no
Mercure Apartaments Belo Horizonte Lourdes, em BH, no Partenon Vila
da Serra em Nova Lima e no Nacional Inn em Poços de Caldas.
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Warchalking |
Warchalking
é o nome que os americanos dão à atividade
(ilegal) de detectar locais nas vias públicas de onde se
pode acessar redes privadas wi-fi e efetuar acessos não autorizados
à Internet. O nome vem das marcas de giz deixadas nas paredes
das vizinhanças desses “hot-spots” por internautas
que descobriram a possibilidade de conectar dali. Veja mais detalhes
no artigo “Warchalking”,
publicado em outubro de 2002 e ainda disponível na seção
“Escritos/Artigos no Estado de Minas” de <www.bpiropo.com.br>.
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