Em 8 de
agosto passado noticiei aqui mesmo nas páginas do Informátic@
o lançamento do padrão Serial ATA (SATA) no Intel Developer
Forum (IDF) de San Jose, na Califórnia. Mencionei que se tratava
de um novo padrão de interface para dispositivos de armazenamentos
internos, como discos rígidos e drives de CD e DVD que, além
de ser mais rápido, suporta maiores capacidades, é mais
simples e logo será mais barato que o atual padrão ATA
(acrônimo de AT Attachment). Mencionei que os principais fabricantes
já haviam aderido e que em alguns meses seria possível
encontrar os primeiros drives SATA
no mercado (o artigo permanece disponível na seção
Escritos / Artigos no Estado de Minas / 2002 de meu sítio,
em <www.bpiropo.com.br>).
Pois já se passaram alguns meses e a promessa tornou-se realidade.
Na verdade, desde novembro último era possível encomendar
via Internet os drives SATA Barracuda de 7200 RPM e capacidades de 80
Gb e 120 Gb fabricados pela Seagate. Mas somente na semana passada eles
começaram a ser distribuídos para as tradicionais lojas
de varejo de informática, notadamente as redes de superstores
americanas.
Os preços sugeridos não são demasiadamente salgados:
159 dólares americanos para o modelo de 80 Gb e 199 dólares
para o modelo de 120 Gb, cerca de dez dólares acima dos sugeridos
para os drives ATA de mesma capacidade. Como as placas mãe com
chipsets que suportam o padrão ainda são escassas (a ASUS
lançou dois modelos, P4S8X com chipset SIS e A7V8X, e a MSI também
dois, MS-6730 com chipset SIS e MS-6570G com chipset nVidia), se você
pretende aninhar nas entranhas de seu micro essa nova maravilha da tecnologia
moderna, precisará de uma controladora SATA para espetar em um
slot PCI de sua placa-mãe e conectar o novo drive, o que lhe
custará cerca de 50 dólares adicionais (preço de
varejo no mercado americano). Mas provavelmente não se arrependerá.
O padrão SATA ainda está em sua versão 1.0 mas
traz vantagens evidentes. A que se percebe primeiro é a simplicidade
de instalação: os dispositivos SATA são plug
and play e suportam hot swapping (ligação
à quente, que permite conectar o dispositivo sem
desligar o micro). Além disso não usam jumpers nem resistores
de terminação, sua tensão de alimentação
é de apenas 3V (o padrão ATA exige 5V), cada unidade se
conecta diretamente à controladora, eliminando a hierarquia master/slave
da interface ATA (o padrão permite conectar até 128 unidades
à controladora) e alcançam capacidades muito maiores.
A ligação com a controladora é feita através
de um cabo com apenas quatro condutores: um par para transmissão,
outro para recepção. Isso reduz sua largura para cerca
de cinco milímetros, um décimo da largura do tradicional
cabo chato de 80 vias usado pelo padrão ATA. Sendo mais fino
e flexível, o cabo pode ser acomodado junto às laterais
do gabinete, deixando livre o miolo para que o fluxo de
ar da ventoinha do microprocessador dissipe o calor mais facilmente.
Mas a principal vantagem do SATA é sua maior rapidez de transferência
de dados: enquanto os modelos ATA mais rápidos atualmente disponíveis,
os ATA 133, chegam a uma taxa máxima de transferência de
133 MBytes/seg, o padrão SATA 1.0 chega a 150 MBytes/seg e os
responsáveis pelo desenvolvimento afirmam ser esse apenas o começo
da linha (veja mais no sítio do consórcio responsável
pelo padrão, em <http://www.serialata.org>).
Os drives SATA da Seagate foram os primeiros a chegar às prateleiras,
mas não são os únicos disponíveis: a Maxtor
já fornece seus DiamondMax Plus SATA através da Internet
e muito em breve eles também chegarão às lojas.
E a possibilidade de encontrar drives SATA no varejo é um passo
importante para a disseminação do padrão. Que sem
sombra de dúvida substituirá o ATA em um prazo relativamente
curto. É esperar para ver....
B.
Piropo