Anteriores:
< Trilha Zero >

Há algumas semanas falávamos aqui de vírus. Pois bem: naquela época recebi uma mensagem do João Mallet, da Dolphins International Trade Ltda., representante da JungSoft, dando conta de que dispunha de uma solução definitiva para o problema de vírus. Estaria eu interessado em conhecer?

Estava. E o João me enviou o HDD Sheriff, da JungSoft, uma solução híbrida, meio hardware, meio software. O hardware é uma placa ISA (na COMDEX será lançada a versão PCI). Basta espetá-la na placa-mãe sem ligá-la a coisa alguma, já que sua única função é incorporar um circuito integrado que intercepta a carga do sistema operacional durante a inicialização do micro, passando a controlar o processo (funciona com DOS e Windows 3.x, 9x e NT). O "pulo do gato" está no software que supervisiona esta carga.

Durante a instalação do HDD Sheriff, uma parte do disco rígido "master" é separada, oculta e protegida das vistas e do acesso dos usuários. Nela é criada uma imagem comprimida do drive C. A partir daí, cada vez que o micro é inicializado, o HDD Sheriff compara o conteúdo do drive C com sua imagem comprimida. Se confere, o programa dá por encerrada sua faina e retorna ás profundezas do disco rígido, onde permanece sem consumir memória ou desperdiçar ciclos da CPU, só voltando a se manifestar na próxima inicialização. Mas se não confere, ele simplesmente remove todo o conteúdo do drive C e o refaz à imagem e semelhança do que foi previamente armazenado. Somente então inicia a carga do sistema operacional e volta a desaparecer até o próximo boot.

A idéia é singela: ao invés de interceptar vírus e impedir que eles exerçam sua ação nefasta, o programa simplesmente deixa-os agir à vontade. Que façam suas estripulias. Podem até, horror dos horrores, reformatar o drive C e corromper o setor de boot com sua tabela de partição. Não há com que se preocupar: basta reinicializar a máquina para que a avaria desapareça como que por encanto, já que será reconstituída uma cópia novinha em folha do HD antes do estrago. Evidentemente, ainda durante a instalação, o HDD Sheriff cria uma partição (que geralmente aparece como drive D) onde arquivos podem ser criados, removidos e alterados ao bel prazer do usuário. Ali moram os arquivos de dados. Mas o resto, incluindo arquivos executáveis, bibliotecas de ligação dinâmica (DLLs), drivers e demais componentes do sistema, permanece no drive C e jamais será alterado (inclusive o Normal.Dot do Word, através do qual se propagam os vírus de macro). É claro que o programa permite que o "supervisor" entre com sua senha e altere temporária ou permanentemente o conteúdo do drive C para instalar programas e coisas que tais. Para quem, como eu, testa produtos e nem sempre quer mantê-los no HD, é uma solução perfeita: instalo o programa, rodo, experimento, comento e se não quiser ficar com ele, restauro a imagem anterior e não preciso nem me preocupar em desinstalá-lo. Pra joguinho, é uma maravilha. E para micro em que muita gente mexe, como os de escolas e cursos, não tem igual.

Evidentemente, como tudo na vida, a solução tem seus inconvenientes. Ocupa uma porção significativa do disco (o manual recomenda dez porcento), exige que todos os programas sejam configurados para gravar arquivos no drive D (o que for gravado por engano no C é perdido no próximo boot) e não protege contra vírus que corrompem os BIOS tipo "flash" (embora possam reconstituir o conteúdo do CMOS). Além de não ser barato: para o usuário final sai pelo equivalente a US$ 150. Mas que é um negócio bem bolado, isso é inegável.

Nesta altura vocês devem estar se perguntando por que cargas d´água haveria eu de interromper uma série de colunas só para falar do HDD Sheriff se poderia perfeitamente esperar o final da série.

Simples: se eu esperasse, perderia a semana da COMDEX São Paulo e não poderia dar a dica de como ganhar uma moto. Pois ocorre que a Dolphins tem tanta confiança em seu produto que decidiu propor um desafio: durante a feira, vai montar dois micros, ambos protegidos pelo HDD Sheriff em seu estande, o C-31 do Anhembi, e colocá-los, por até 30 minutos, à disposição de usuários previamente inscritos. Quem conseguir alterar o plano de fundo de Windows e escrever o próprio nome em um arquivo texto armazenado na área de trabalho, ganha uma motocicleta zerinho – desde que as alterações se mantenham após o próximo boot. O amigo está a fim de ganhar uma moto? Pois tente. As inscrições são gratuitas e feitas lá mesmo, durante a COMDEX. Mais informações com [[email protected]]. Boa sorte.

B. Piropo