Escritos
B. Piropo
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03/05/1999

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Chegamos, afinal, aos Desktop Tools, a última categoria das ferramentas do Windows 98 Resource Kit. E passemos sem delongas a analisar cada uma delas (pegou o bonde andando e não sabe de que estou falando? Descubra nas colunas anteriores da série, que podem ser encontradas na seção "Escritos" de [http://www.bpiropo.com.br]).

A primeira é um verificador de atalhos. Atalhos são "ponteiros" para objetos. São práticos, mas têm um problema: eliminado um objeto, seu atalho permanece apontando para o nada. Isto é uma séria falha de Windows (sistemas operacionais decentes, como o OS/2, removem atalhos automaticamente quando os objetos correspondentes são eliminados). O Link Check Wizard (Checklinks.Exe) resolve o problema perscrutando o sistema em busca de arquivos de atalhos e verificando se o objeto para o qual ele "aponta" ainda existe. Se não, adiciona o atalho a uma lista de atalhos "mortos" e permite que você o remova. Não parece grande coisa mas é de uma utilidade imensa. Sugiro executá-lo regularmente ao menos uma vez por mês.

A segunda, QuickTray, permite acrescentar itens à barra de ferramentas de sistema, aquele trecho da extremidade direita da barra de tarefas de Windows 98 usado principalmente para exibir os ícones dos programas residentes na memória carregados durante a inicialização. QuickTray adiciona a ela programas ou documentos (inclusive URLs) que podem ser invocados com um clique sobre seu ícone (ou seja: transforma parte da barra de ferramentas em uma espécie de menu). Carregue-o e ele mesmo torna-se mais um ícone na barra de sistema. Um duplo clique sobre este ícone abre uma janela com a lista dos objetos cujos ícones serão acrescentados à barra. Pode-se adicionar novos itens através do botão "Add" ou simplesmente arrastando ícones do desktop ou do Windows Explorer para a janela (para adicionar URLs é preciso antes criar um atalho na Área de Trabalho; no caso de documentos, deve existir uma associação entre o tipo do documento e um aplicativo). Remove-se itens selecionando-os e clicando em "Remove". Ao contrário dos demais ícones da barra de sistema, que correspondem a programas previamente carregados e que, portanto, drenam recursos do sistema, os adicionados por QuickTray são apenas "ponteiros" para os respectivos programas e não consomem recurso algum (exceto espaço na própria barra). Da forma como foi concebido, a mim o programa não agrada. Seria mais útil se, ao invés de acrescentar ícones diretamente à barra de sistema, ele os exibisse sob a forma de menu após um clique sobre seu próprio ícone (como o ClipTray, discutido adiante). Como está, congestiona a barra de sistema, mistura ícones de programas que estão carregados com ícones de programas que não estão e confunde mais que ajuda (afinal, para ter os ícones de alguns programas sempre à mão, basta criar atalhos para eles diretamente na área de trabalho). Mas esta é uma questão de gosto e quem sabe vocês se entenderão melhor com ele que eu, de modo que não custa experimentar.

Da terceira ferramenta, Minitel TTF Files, foi instalado apenas o arquivo de ajuda. Ela permite ao programa de comunicações de Windows, o HyperTerminal, emular um terminal Minitel, um sistema de Vídeo Texto muito popular na França. Para nós, tanto quanto eu saiba, não serve para nada. Simplesmente esqueça-a.

Já a quarta, ClipTray, pode ser muito útil. Trata-se de um gerenciador da Área de Transferência (Clipboard), aquela idéia formidável "chupada" do MacIntosh que permite copiar e cortar partes de um documento que depois podem ser coladas no mesmo ou em outros documentos. Uma coisa utilíssima porém limitada, já que cada vez que se introduz uma nova entrada na Área de Transferência perde-se a anterior. ClipTray elimina este inconveniente acumulando tantas entradas quantas se queira e permitindo escolher qualquer delas a qualquer momento. Ao ser carregado, tudo o que se percebe dele é seu pequeno ícone na barra de ferramentas de sistema. Basta um clique com o botão direito para fazer surgir um menu com os nomes das últimas entradas (por padrão, 20 mas o número pode ser ajustado à vontade do freguês). Basta clicar sobre a entrada desejada para inseri-la na Área de Transferência, de onde ela pode ser colada em qualquer documento. Um negócio ideal para programadores, pessoal de suporte e seja lá quem for que precise usar repetidamente os mesmos trechos de texto. As entradas são armazenadas em um arquivo. Pode-se adicionar entradas, removê-las, editá-las ou alterar a ordem em que aparecem no menu. Pode-se mesmo trabalhar com diferentes arquivos, cada um contendo as entradas adequadas a uma dada situação. É até possível editar diretamente os arquivos. Há no mercado de shareware similares mais eficientes (como o excelente ClipMate). Mas, levando em conta o preço, o ClipTray é imbatível.

Pronto. Só falta o TweakUI. Que ficou para o final justamente por ser o melhor. Falaremos dele semana que vem.

B. Piropo