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26/04/1999
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< Ainda o Himem > |
Semana passada recebi diversas mensagens de leitores informando que no URL tal ou qual havia um meio de resolver o problema do Himem.Sys. Visitei cinco ou seis sítios onde encontrei um programa que, baixado e executado (os nomes variam, mas parece ser sempre o mesmo programa) faz o Himem recuar para a memória alta. Entretanto em nenhum deles consta a origem do programa. Contatei os responsáveis por dois deles e soube que o obtiveram na própria Internet, em sítios que também não mencionavam a origem. Testei o bicho em uma máquina reserva e única mensagem exibida também não menciona a origem. Ora, trata-se de um executável. Que pode muito bem ser o próprio patch da MS mas pode também ser uma isca para um "Cavalo de Tróia". Um programador experiente não teria dificuldade para fundir um Trojan ao próprio patch da MS, imitando o comportamento do Back Orifice. É claro que sempre se pode submeter o executável a anti-virus e similares, mas nada impede que a "assinatura" do possível Trojan ainda seja desconhecida. Em suma: eu acredito piamente na honestidade e nas boas intenções dos que colocaram o programa à disposição e agradeço penhoradamente aos que me enviaram a informação. Mas, enquanto não conhecer a fonte, reservo-me o direito de não dar o mesmo crédito a quem o desenvolveu e permanece inexplicavelmente na sombra. E, definitivamente, não pretendo correr o risco de divulgar o URL de um executável de origem desconhecida. Para tentar esclarecer a coisa entrei em contato com a Microsoft (tanto a sucursal do Rio quanto a assessoria de imprensa, em São Paulo), expliquei o problema e solicitei que a própria MS indicasse um sítio onde obter o patch, ou, em último caso, me fornecesse o próprio patch (que, sendo de fonte garantida, eu mesmo distribuiria). Até a data em que escrevo estas mal traçadas não tive retorno. Se mais adiante eu souber onde existe um patch seguro e de origem conhecida, divulgo o URL com todo o prazer. Até lá, vocês vão ter que se contentar com a solução artesanal que encontrarão adiante. Que pode não ser a ideal, mas funciona e garantidamente não abre as portas de sua máquina para possíveis invasores. Antes de prosseguir, convém informar que a solução não é oficial, recomendada ou suportada pela MS. Portanto, há que adotá-la por sua própria conta e risco. Tenho, no entanto, o testemunho do bravo Márcio Bruno de Oliveira Silva, que não somente foi o mentor intelectual da coisa toda como também se dispôs denodadamente a testá-la em sua própria máquina, atento a manifestações de efeitos colaterais indesejáveis. Como não notou nenhuma, aqui vai a solução. A coisa é de uma simplicidade tão franciscana que custa crer que funcione: trocar o arquivo de sistema Io.Sys da versão em Português do Brasil pelo mesmo arquivo da versão de Windows 98 em Inglês. O Io.Sys mora no diretório raiz do drive de inicialização (geralmente o C) e tem pouco mais de 200K, portanto cabe pefeitamente em um disquete. Se decidir experimentar, antes de efetuar a troca certifique-se que dispõe de um disquete de boot (teste-o) e que, dando o boot com ele, pode-se acessar o diretório raiz do HD de inicialização. Assim, se algo der errado, pode-se desfazer a cangancha. Além disso, não cometa a temeridade de simplesmente substituir um arquivo pelo outro. Ao invés disso, renomeie o Io.Sys original para, por exemplo, Io.Ori, e deixe-o lá mesmo. Se for necessário desfazer, basta remover o novo Io.Sys e reverter o velho para o nome antigo. Antes de tentar a solução, o Márcio Bruno perguntou minha opinião. Eu disse que, tomadas as devidas cautelas, inclusive o prévio e indispensável backup completo, não custaria experimentar. Alertei-o para o fato de que ele deveria esperar em algumas situações o aparecimento de mensagens de erro em inglês (perscrutando as entranhas do Io.Sys, descobre-se que todas as mensagens de erro contidas no corpo do arquivo se referem ao processo de boot, portanto, tudo indica que atravessada a fase de inicialização, não se deve esperar grandes manifestações em inglês). E lhe pedi que me mantivesse informado sobre o comportamento do Windows híbrido. Depois de um par de meses, aqui está o resumo da opinião do Márcio Bruno em suas própria palavras: "Resolvi tentar, pois não via outra saída a curto prazo, e... funcionou! Até agora, o Windows não demonstrou nenhum bug novo nem apareceram as tais mensagens em inglês (pelo menos não que eu tenha notado, porque estou acostumado com mensagens em inglês de vários programas). Creio que elas só aparecerão caso ocorra algum erro grave, o que não acontece sempre. Em suma, o Himem.Sys voltou ao seu tamanho normal e tudo parece estar funcionando bem." Pois é isso. Sei de outras pessoas que experimentaram a solução e não tive notícias de conseqüências desastrosas. Portanto, se o problema da Himem lhe aflige e você não pretende esperar pela MS, já tem uma alternativa. Mas, por caridade: se não funcionar, poupe D. Eulina. Afinal, como costumo repetir aqui, ela não tem culpa alguma de ter um filho como eu, que vive metendo o bedelho nos assuntos alheios... |