Escritos
B. Piropo
Anteriores:
< Trilha Zero >
Volte de onde veio
11/05/1998

< Transferindo o Windows 95 II >
< DriveCopy >


Se eu imaginasse que o tema despertaria tanto interesse, tê-lo-ia abordado antes: ainda chovem mensagens em minha caixa postal descrevendo formas alternativas de transferir Windows, outras tentando explicar porque o xcopy32 não funcionou e outras ainda dando conta do desempenho de tais e quais métodos em suas máquinas. Respondo-as em bloco: sei que há vários meios de transferir Windows para um novo HD, mas ater-me-ei aqui apenas aos que são simples de usar e comprovadamente eficazes. No entanto cabe mencionar a intervenção do Deilson Azevedo, que mandou uma mensagem para o suporte do HDCopy, na Alemanha, buscando esclarecer uma dúvida. Recebeu, com a resposta, a curiosidade explícita do Sr. Heinlo Holst, da HDTronics, sobre o súbito interesse despertado pelo HDCopy aqui no Patropí (seu sítio recebeu mais de 40 visitantes patrícios só na segunda-feira passada). Deilson, que eu não tenho o prazer de conhecer pessoalmente, explicou. E fez mais: enviou a Herr Holst uma cópia da última Trilha Zero. Resultado: recebi uma gentilíssima mensagem da HDTronics com o código de registro da versão Pro do produto. Que já baixei, brevemente instalarei, testarei e informarei sobre o resultado. Enquanto isto, vai aqui o relato sobre o desempenho dos programas que já testei. Começando pelo mais simples: DriveCopy, da Power Quest.

Ele vem em um único disquete de 1,44Mb. Usei-o para copiar o conteúdo de um HD SCSI de 512Mb para um novo HD IDE de 2,3Gb recém comprado. Toda preparação necessária é instalar o novo drive como drive "master" e ajustar o velho como "slave". Depois, basta dar um boot pelo DOS e carregar o programa pelo drive A. Se o usuário não dispuser de um disquete de boot com o DOS, o manual do programa descreve como criá-lo. Mas seria muito mais interessante se o próprio programa cuidasse disto - como seu irmão mais "parrudo", o DriveImage, que tem uma opção para gerar um disco de boot (do Open DOS 7.01 da Caldera) mesmo que o usuário não disponha do DOS em sua máquina (no caso do DriveCopy é preciso ter o DOS para gerar o disquete, mas o DOS 7 fornecido com o Windows 95 serve).

Dado o boot, basta invocar o DriveCopy a partir da linha de comando. O programa é carregado, investiga a configuração do micro e exibe uma tela com dois retângulos e uma pergunta. A pergunta é simples: você de fato deseja que o disco origem (sempre o "slave") seja copiado no destino? Confirme com "Y" e descanse: esta é sua única participação ativa no processo. No mais, é apreciar seu avanço através de barras de progresso que mostram a porcentagem executada - do processo completo, no retângulo superior, e de cada sub-processo no inferior. Terminada a transferência, basta desligar o micro, remover o drive origem (ou, se preferir, deixá-lo no local para funcionar permanentemente como drive "slave") e reinicializar o micro: o sistema operacional é carregado do novo drive e a máquina passa a operar sem percalços (no meu caso, talvez porque um dos drives era SCSI, o sistema recusou-se a carregar - um problema que foi prontamente solucionado dando-se novo boot pelo drive A com Windows 95 e transferindo-se o sistema para o novo drive com o comando "SYS C:").

A maior vantagem do DriveCopy é, ao mesmo tempo, o seu maior inconveniente: a simplicidade franciscana. O usuário não tem que se preocupar com particionamento, formatação, nada: o programa cuida de tudo. Por outro lado, não há como alterar seu comportamento. E ele só sabe fazer uma coisa: pegar tudo o que existe no drive origem e copiar no drive destino. A única concessão é expandir proporcionalmente o tamanho das partições eventualmente existentes até "encher" o disco destino.

O fato do DriveCopy exigir um boot pelo DOS não o limita ao DOS: ele copia partições FAT16, FAT32, HPFS, NTFS, NetWare, Unix e Linux (a única restrição é que as três últimas são copiadas setor a setor e por isto não são expandidas). Mas se você pretende usá-lo, deve considerar algumas limitações. O disco destino deve ter uma capacidade igual ou maior que a do disco origem, do contrário o programa não funciona. Se o disco destino for maior que 2,1Gb e o sistema operacional não "enxergar" partições maiores que 2,1Gb, a cópia será feita como se o disco destino tivesse apenas 2,1Gb e o restante permanecerá como espaço livre (mas onde poderão ser criadas partições adicionais com o programa Fdisk). E quaisquer arquivos e partições eventualmente existentes no disco destino serão destruídos.

DriveCopy não é um programa caro: segundo o distribuidor da PowerQuest, a Complete Computer Solutions (Tel 024 - 237 2179) o preço sugerido para o consumidor é de R$ 43, na caixa e com manual em português. Portanto, não espere nada muito sofisticado. Nem recursos para grandes malabarismos (se precisar de coisa mais substancial, espere até a semana que vem). Mas para quem não deseja nada além de uma forma rápida e fácil de transferir o conteúdo do velho disco rígido para um reluzente drive IDE recém comprado, não conheço nada mais simples.

B. Piropo