Escritos
B. Piropo
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04/05/1998

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Recentemente descrevi um meio de transferir Windows 95 para um novo disco rígido. O método escolhido, que usa apenas as ferramentas fornecidas com Windows, baseia-se na criação de uma cópia de segurança do drive original e posterior restauração dos arquivos no novo drive, um modo razoavelmente complicado de fazer a coisa. Mas como ensejou a abordagem de alguns pontos importantes, como a instalação do novo drive e feitura de cópias de segurança, achei que valia a pena descrevê-lo. Mas recebi uma chuva de mensagens de leitores informando que há meios e modos mais fáceis de fazer a mesma coisa.

O método é realmente trabalhoso mas, se executado exatamente como descrito, funciona sempre. Já as soluções alternativas ou simplesmente não funcionam, ou funcionam apenas em algumas circunstâncias. Infelizmente, como sabem os que leram a coluna da semana passada, perdi algumas centenas de mensagens de minha caixa postal (incidentalmente: ainda não consegui pôr em dia o correio eletrônico, portanto peço encarecidamente àqueles a quem devo resposta alguma complacência com este pobre escrevinhador) e por isto não tenho como rever todas as sugestões enviadas. Mas posso afirmar que pelo menos a que recomenda usar o comando XCOPY definitivamente não funciona (o XCOPY não copia arquivos ocultos e de sistema, essenciais para a transferência do sistema operacional). Já o comando XCOPY32, um "xcopy vitaminado" fornecido a partir da versão do DOS que acompanha Windows 95, se usado com a linha de comando: "XCOPY32 C:\*.* D: /H /E /K /Y /C", deveria funcionar, ou seja, deveria copiar todos os arquivos do drive C para o drive D, inclusive os ocultos e de sistema (parâmetro /H), recriando toda arvore de diretório, mesmo os diretórios vazios eventualmente existentes (parâmetro /E), transferindo os atributos dos arquivos (parâmetro /K), sobrescrevendo os arquivos homônimos eventualmente encontrados no drive de destino (parâmetro /Y) e não interrompendo a operação mesmo em caso de erro (parâmetro /C). Pelo menos o amigo Sérgio Giudicelli, que sugeriu e testou o uso do comando, assegura que no seu caso funcionou. Já no meu, fracassou miseravelmente: a máquina travava inapelavelmente durante o boot pelo novo drive e informava ser preciso reinstalar Windows. E nem adiantou transferir o sistema com o comando SYS. Portanto, se você estiver disposto a usar o XCOPY32, tenha em mente que ele nem sempre é bem sucedido. Mas como não afeta o drive de origem, nada obsta tentar. Afinal, com o Sérgio funcionou...

Outra sugestão, respeitabilíssima por ter partido do sábio Júlio Botelho, é o uso do programa HDCopy. Segundo seus autores, uma empresa alemã chamada Hdtronic, o programa é capaz de copiar partições inteiras tanto de Windows95 quanto de Windows NT, OS/2 e Unix, usando os sistemas de arquivos FAT12, FAT16, FAT32, NTFS e HPFS. No sítio da empresa, em [http://www.hdcopy.com/english.htm], você pode conseguir uma versão shareware que, segundo a Hdtronic, "irá lhe recordar diversas vezes que se trata de um shareware", mas que preserva toda a funcionalidade da versão padrão.

Além da cópia direta, o programa permite criar uma "imagem" da partição em um arquivo que pode ser armazenado em qualquer disco rígido e a partir do qual cria-se diversas cópias da partição original. O programa está disponível em duas versões, a padrão e a Pro. Esta última permite alterar o tamanho da partição no novo drive e acrescenta outras funções, dentre as quais uma que permite criar um arquivo imagem que pode ser distribuído, permitindo a reconstituição da partição em uma máquina remota. A licença da versão padrão custa 99 DM (correspondentes a R$ 66) e a versão Pro (que não está disponível como shareware) custa 402 DM (R$ 268).

Como eu disse, não testei o programa (semana que vem discutiremos os que eu testei). Mas levando em conta que o Júlio não é de dar palpite errado, achei de bom alvitre mencioná-lo. Mesmo porque nada impede de transferir a versão shareware e testar. Se não funcionar, não se perde muito.

PS: Apenas para informar aos amigos que ficaram curiosos sobre a causa dos problemas que derrubaram minha máquina semana passada: a inabilidade de resolver endereços Internet foi causada pelo JDK, o kit de desenvolvimento Java, da Sun, que alterou a biblioteca de ligação dinâmica Winsock. Mas além disto havia ainda uma incompatibilidade com o IE4 que quase me deixou louco, provavelmente causada pelo Flash File, um programa fornecido com a unidade de fita Ditto Max da Iomega que permite usar a fita como um drive adicional. Removidos estes dois programas, assim como o do imposto de renda por já não mais ser necessário, a coisa voltou ao normal. Mas até detectar os culpados, passei uma semana de cão. E, sim, comprei uma nova unidade de fita para backup. Sou, realmente, maníaco por backup. Felizmente. Porque o único jeito de recompor minha máquina e remover os causadores da desgraça sem deixar vestígios foi refazer a cópia integral de meu drive C que mantenho escrupulosamente atualizada.

B. Piropo