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19/01/1998
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Durante minha adolescência, as férias de fim de ano eram passadas em Salvador. Onde convivia com o resto da família que ficou por lá e fiz um bocado de amigos. Mas amizades são como flores: há que cultivá-las para que medrem. E como sempre fui dado a assumir mais afazeres do que a sensatez recomenda, a falta de tempo fez de mim um mau jardineiro. Mas minha sorte é que as boas amizades, ao contrário das flores, mesmo não cultivadas recusam-se a morrer. E dia destes recebi uma mensagem de um daqueles amigos baianos da adolescência de quem já há muito não tinha notícias, o Ivan Borba. Um engenheiro como eu, que também enveredou pelos caminhos da informática. Onde ingressou através do IRC. IRC é o acrônimo de Internet Relay Chat que, segundo o próprio Ivan, significa "revezamento de papo pela Internet". Através dele diversas pessoas podem participar simultaneamente de discussões em tempo real, via teclado, sobre os mais diversos assuntos. Para entrar no papo, evidentemente, há que se dispor de um programa. Há diversos, mas o mais popular é o mIRC, um shareware. Tomei conhecimento do IRC há cerca de dois anos. Instalei o programa, juntei-me a um "canal", senti-me pouco à vontade e saltei fora um tanto ressabiado. Percebi que aquela não era a minha praia quando me dei conta que o grande sucesso do IRC era entre os adolescentes. Mais tarde descobri que havia um mundo de gente adulta e interessante participando de instigantes papos via IRC e que a minha má impressão se devia apenas ao fato de ter-me juntado ao grupo errado. Mas já era tarde: outros interesses me atraíram e a falta de tempo acabou por me afastar de vez do IRC. Pois agora tomo conhecimento que meu amigo Ivan Borba escreveu um livro inteiro sobre o assunto. Chama-se "O mIRC sem segredos", foi editado pela Brasport e destrincha o programa em seus detalhes mais íntimos. Se você não usa o mIRC, não vai se interessar pelo livro. Mas se usa, não pode viver sem ele. Na verdade, eu jamais imaginei que atrás daquela interface singela se escondessem tantos recursos. Pois o Ivan os destrincha passo a passo, didática e cartesianamente, começando pelos fundamentos e levando o usuário até os mais cavernosos detalhes da configuração, enriquecendo cada capítulo com seus conselhos de usuário experiente. E o mais interessante é que faz tudo isto usando o jargão dos usuários do mIRC, um exército de adolescentes. Já por si uma façanha e tanto, considerando que o Ivan é um menino da minha idade... Quanto ao OSR2: depois do artigo da semana passada, ensinando a instalar o OSR2 "em cima" de Windows 95, choveu mensagem. A maior parte delas centrada em dois temas: uma forma mais simples de instalação e uma solução mais singela para os problemas causados com um boot pela versão anterior do DOS. Pois vamos a elas. Alguns leitores estranharam a forma sugerida para a instalação, alegando que há uma muito mais simples: basta remover ou renomear o arquivo Win.Com que mora no diretório Windows e executar a instalação do prompt do DOS. É verdade. Tanto assim que este método consta da FAQ do Sean Erwin citada no artigo como fonte de técnicas de instalação adicionais. Eu não a mencionei por duas razões: a primeira é que não a testei e não me agrada recomendar coisas que não tenho certeza que funcionam. A segunda é que ela é sujeita a alguns percalços cuja solução é um tanto complicada. Em suma: quando tudo corre bem, a técnica é de fato mais simples. Mas se surgirem dificuldades a coisa complica e fica difícil explicar como contornar os problemas em um artigo como aquele. Por isto achei melhor citar apenas o caminho mas seguro e testado por mim, embora reconheça que é mais complexo. Depois: no artigo eu adverti que o OSR2 não é compatível com o "dual boot" (boots sucessivos com Windows 95 e com a versão anterior do DOS). Disse que depois de um boot pelo DOS, para lograr novo boot com o OSR2 seria preciso reinstalar o OSR2. Diversos leitores informaram que, de fato, a reinstalação resolve o problema, mas há soluções mais simples. Dentre eles, o leitor Walter Jr., que explica não somente o como, mas o porquê. Diz ele que as versões anteriores do Windows executam o dual boot mediante o artifício de renomear certos arquivos de sistema. Antes de um boot pelo DOS os arquivos Msdos.Sys, Io.Sys e Command.Com de Windows 95 são renomeados para Msdos.W95, Winboot.Sys e Command.W95, respectivamente, e os arquivos de sistema do DOS (que neste momento usam a extensão ".Dos") recebem os nomes anteriores. Para dar um boot por Windows 95 executa-se a operação inversa. Há, então, duas formas mais simples de "ressuscitar" o OSR2 após um boot com a versão anterior do DOS: a primeira é dar um boot com o OSR2 pelo drive A com um disquete de boot adrede preparado e rodar o utilitário Sys, que restaura o boot via OSR2 transferindo seus arquivos de sistema de volta para o disco rígido. A outra consiste em criar um arquivo de lote para renomear os arquivos de sistema a cada boot. Se você pretende usar freqüentemente a versão anterior do DOS, use esta última. Já para recuperar-se de um boot acidental via DOS, use a primeira. B. Piropo |