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23/06/1997
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NATAL: há duas semanas eu comentava aqui mesmo minha surpresa diante da inexplicável vocação para a informática deste pedaço do paraíso escondido no Nordeste. Pois aos poucos as razões vão se tornando claras. Na véspera de minha viagem de volta visitei o CTI Aluízio Alves, implantado em Natal pela Federação das Indústrias do RN e SENAI - portanto sem dinheiro do governo. Um velho prédio totalmente reformado que transformou-se em um primoroso centro de treinamento em informática onde hoje há 75 micros ligados em rede (a meta é chegar ao dobro disto), bancadas para cursos de hardware e mais o que se imaginar em equipamento moderno de treinamento, tudo isto em um conjunto de oito salas de aulas com piso falso e cabeamento embutido interligado em hubs de 100 mbs e conectados a quatro potentes servidores. O centro de treinamento de informática mais moderno e bem equipado que já vi, no qual se pretende receber 8.500 treinandos/ano oriundos preferencialmente das indústrias filiadas à FIERN, porém aberto ao público sempre que houver um único micro ocioso. O centro recém inaugurado, dirigido por Luiz Silvério Noronha e Adriana Araujo de Oliveira, já tem programado para o primeiro ano 650 cursos que vão desde Internet, Windows, Word e Excel até cursos de hardware e pacotes de iniciação em informática para executivos. Soube depois que o CTI é a materialização de um velho sonho da Adriana, que além de outras coisas foi a idealizadora e primeira presidente da SUCESU/RN. Uma moça exagerada: afinal, além de dinâmica, inteligente e cheia de energia, nem precisava de toda aquela boniteza. Mas o fato é que enquanto por lá houver gente do tipo da Adriana e Mestre Salu, além de micreiros como Cassiano e Gustavo, a vocação de Natal se explica. NY: nos dias de hoje, de Natal a New York é um pulo. E eis-me aqui novamente. A cidade continua como sempre: assustadora, vibrante, inteiramente maluca e absolutamente encantadora. Esta semana rola por aqui a PC Expo, uma feira de informática de respeito, maior que a COMDEX Spring e cujo epicentro, evidentemente, é a Internet. Mas sobre ela vocês lerão alhures no artigo da Cora, pois pela primeira vez em muitos anos revivo o prazer de ir a uma feira de informática só para assuntar e ver as novidades, sem a preocupação de escrever sobre. Porque, afinal, estou aqui de férias, revisitando pessoas, museus, lugares em geral - e lojas de informática, que ninguém é de ferro. E descobri uma nova, em plena Sexta Avenida (número 1065, entre ruas 40 e 41). Chama-se Computer City. É uma superstore que ocupa quase meio quarteirão, tem tudo o que se pode imaginar de hardware e software a preços mais que razoáveis e bota no chinelo a rival CompUSA, três quarteirões adiante (número 420 da Quinta Avenida, entre ruas 37 e 38). Mas comprar, mesmo, compro em uma lojinha da rua 29, perto da Sétima Avenida. Chama-se Computers Unlimited, é pequenina, quase escondida no número 204W da Rua 29. Para entrar, há que tocar a campainha, que a vizinhança não é propriamente das mais nobres. Mas lá dentro tem gente honesta, que vende a preços em geral menores que as superstores. Como a loja é pequena, nem sempre tem o que se precisa. Mas se você tiver tempo, eles encomendam e geralmente lhe entregam a mercadoria em dois ou três dias. Não ganho comissão e nem sou sócio da loja, mas como sempre me pedem dicas de compras em NY e compro lá já há três anos sem grandes decepções, fica a recomendação. Por outro lado, se você comprar lá e se der mal, não reclame comigo que não tenho nada com isto: sou apenas um freguês satisfeito. Mas se algum dia passarem por lá, procurem a Sandy. Que, além do mais, é uma graça de chinesa. NETIQUETTE: Mesmo de férias, tenho atualizado diariamente meu correio eletrônico. Às mensagens com dúvidas e problemas técnicos retruco com uma resposta padrão informando que estou em viagem de férias e aqui faltam-me meios e material de consulta para prestar os devidos esclarecimentos - portanto, se você está pensando em me mandar uma mensagem destas, por favor espere pelo menos até o mês que vem. Mas, por mais natural que a Internet tenha se tornado, não consigo deixar de me maravilhar com suas facilidades - que não somente me permitem manter absolutamente em dia meu correio eletrônico como também atualizar minha página pessoal (http://bpiropo.home.ml.org) daqui como se estivesse em casa. Mas estas mesmas facilidades por vezes levam a exageros que nem percebemos. Por exemplo: ficou tão fácil anexar arquivos que as pessoas o fazem sem nem ao menos se dar conta do transtorno que podem causar ao destinatário. E com um clique de mouse incluem em suas mensagens arquivos de centenas de kb. É claro que não o fazem por mal (viu, Angela?). Mas para quem conectou de um quarto de hotel, por vezes em uma ligação internacional, apenas para baixar as mensagens de correio eletrônico em um notebook com um modem de baixa taxa de transferência esperando fechar a conexão em dois ou três minutos, encontrar inesperadamente uma mensagem com um arquivo de centenas de kb não solicitado é um imenso transtorno, já que abortar a conexão deita a perder as demais mensagens. Pense nisto e, antes de seu próximo attachment, respeite a regra que recomenda jamais enviar a quem quer que seja arquivos de mais de 100K sem uma mensagem prévia informando suas intenções ao destinatário e solicitando autorização. B. Piropo |