Escritos
B. Piropo
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12/06/1995
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Semana passada a revolta contra a inépcia da Telerj, ao que parece, afetou minha capacidade de comunicação. Como a coluna foi longa, não pretendo voltar ao assunto senão muito rapidamente para esclarecer um ponto que, a meu ver, ficou um tanto confuso: quero deixar claro que aquilo não foi um mero desabafo de usuário mal atendido. Fosse, eu não teria o direito de ocupar com ele esse espaço e fa-lo-ia na seção de cartas dos leitores ou naquela outra que defende os consumidores. Se estava aqui, é que havia razões para tal. Pois acontece que, daqui para a frente, será cada vez menos possível pensar em informática sem pensar em telecomunicações. E não somente por causa da Internet: basta raciocinar um pouco para perceber que dentro em breve será quase impossível encontrar um computador "falando sozinho", isolado, sem comunicação com outras máquinas. Não é por outra razão que o OS/2 traz todo um folder somente dedicado a comunicações, além de um programa de fax "embutido" no sistema. E Windows 95, com a MS Network, não será diferente. Portanto, dentro de muito menos tempo do que a maioria imagina, sem um serviço telefônico decente será praticamente impossível usar um micro. E justo agora que nos livramos da maldição da reserva de mercado, que atrasou em pelo menos dez anos a micraria patrícia, não seria admissível que a inépcia dos prestadores do serviço telefônico viesse a nos atrasar mais dez. E foi somente para alertar vocês para o problema que aquela diatribe ocupou toda uma Trilha Zero. E agora chega de Telerj e vamos ao trabalho, que esse é um caderno sério.

Há pouco mais de dois meses participei do primeiro encontro do UUG, o UniQuick Users Group. Que nada mais é que o Grupo de Usuários do UniQuick, o excelente programa de gerenciamento de correio eletrônico da Unikey (a sigla do UUG é em inglês não por mera frescura, mas simplesmente pelo fato de que o programa, por ser bom, tem mais usuários registrados fora do país que dentro dele). O encontro foi realizado em Itatiaia, a meio caminho entre Rio e São Paulo, cidades onde se concentra a maioria dos usuários brasileiros do UniQuick - embora também houvesse gente de Minas Gerais e Espírito Santo. E eu lá compareci não apenas na qualidade de usuário, mas também na de convidado para proferir uma palestra (esse "proferir" e aquele "fa-lo-ia" lá de cima deflagram minha campanha para entrar na Academia só para poder dizer que sou colega do João Ubaldo).

Minha palestra, diga-se de passagem, não foi lá grande coisa. A mesma lenga-lenga de sempre. Mas quem se mandou até Itatiaia para o evento, seguramente não perdeu a viagem. Porque se não gostou de mais nada, impossível não ter apreciado a palestra do André Pitkowsky, da Compusul. O cara é um comunicador nato e lascou (melhor que "proferiu", pois não?) uma das mais agradáveis palestras que já tive oportunidade de assistir - e olha que o que eu tenho de hora de sono em palestra não está no gibi. André falou sobre virus. Com tamanha graça e sedução que fez de sua palestra o ponto alto do evento. E, no final, sorteou para a platéia alguns exemplares do VirusScan, o programa anti-virus da MacAfee que a Compusul representa no Brasil.

Eu fui um dos contemplados. Confesso que, na hora, nem fiquei muito entusiasmado. Eu já usava o ThunderByte Anti Virus, um shareware bastante razoável, e achava-me bem servido. Como de fato estava: nada contra o TBAV. Mas acontece que, juntamente com o VirusScan, veio a ficha para que eu me tornasse um usuário registrado. E como, afinal, não custava nada registrar-me...

Hoje sou um feliz usuário registrado do VirusScan da MacAfee. E só agora dei o devido valor à sorte que tive ao ganhá-lo no sorteio. Porque de lá para cá já recebi pelo correio um disquete atualizando a versão (que já está na 2.20) e dois exemplares do Scan News: abril e maio.

O Scan News é o House Organ da Compusul. Uma publicação interessante. Não mais que quatro páginas tamanho A4. Apesar disso, tem seções fixas (pelo menos suficientemente fixas para aparecerem nos dois únicos números que recebi até agora): Editorial, Mercado, Tecnologia, Serviço, Virus e What's New. As mais interessantes são Serviço e Virus. A primeira, comenta os virus que podem ser esperados no mês (do tipo que ataca com data marcada, como o Michelangelo). A segunda, relata resumidamente as estatísticas do Laboratório Técnico da Compusul no atendimento aos clientes cujos micros foram contaminados com algum tipo de virus e analisa as tendências. E traz o ranking do mês, um gráfico com os porcentuais de ocorrência de cada virus (tanto em abril quanto em maio o Trojector foi o campeão inconteste seguido de perto pelo Leandro & Kelly).

É claro que o mais importante, evidentemente, não é o Scan News mas o programa em si mesmo, um excelente anti-virus. E a grande vantagem de tê-lo permanente e automaticamente atualizado por ser um usuário registrado.

Mas não deve-se menosprezar a publicação. Não somente porque ela é bastante palatável e deveras informativa mas, sobretudo, por sua regular periodicidade.

Porque cada vez que recebo e leio um novo número, lembro-me dos virus, arrepio-me e aproveito para fazer uma checagem geral nos meus discos rígidos...

E, para terminar, um assunto mais ameno: Nelcy Coelho Vieira me envia uma carta das mas gentis, cheia de elogios e rapapés que muito sensibilizaram esse velho coração. Culpa-me pelo fato de ter entrado para a confraria dos micreiros, o que aumenta ainda mais o peso da responsabilidade sobre essas costas cansadas (particularmente porque seu primeiro micro foi um MSX; mas felizmente já pilota um 386 e está prestes a saltar mais um degrau e ter seu reluzente 486), diz que fica a imaginar como nos parecemos aqui na redação e pergunta porque não saciamos sua curiosidade e incluímos no topo de cada coluna uma foto do autor.

No caso dos demais, particularmente no da Cora, Nelcy, confesso que não sei.

Mas no meu, com certeza é só uma questão de bom gosto...

B. Piropo