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Instale na nova máquina o disco rígido de maior capacidade que sua disponibilidade de recursos permitir e dois drives para discos flexíveis, ambos de alta densidade, um de 3"1/2 e outro de 5"1/4. E, a rigor, essa coluna poderia acabar aqui, posto que o essencial já foi dito: o resto, é detalhe. Mas, enfim, como alguns detalhes podem ser importantes, vamos a eles.

No que toca a drives para discos flexíveis, pouco há a acrescentar: os dois recomendados são suficientes para ler os formatos usuais, 720K ou 1,44Mb no drive de 3"1/2 e 360K ou 1,2Mb no de 5"1/4. O padrão de 2,8Mb lançado há poucos anos não "pegou" nem nos EUA, e os drives para discos opto-magnéticos, de altíssima capacidade, são muito caros e somente indicados para casos especiais. E se a grana for escassa e só der para comprar um drive de disquetes, a qual dar preferência? Bem, há cerca de um ano talvez a resposta fosse o drive de 5"1/4. Mas hoje eu não hesito em recomendar o de discos de 3"1/2, tão superiores sob todos os pontos de vista que acredito que os de 5"1/4, tanto de alta quanto de baixa capacidade, são exemplares de espécies condenadas à extinção. Mas como há muito software antigo só disponível nestes discos, faça um esforço para equipar a máquina com os dois drives.

Já quanto a discos rígidos, rejeite decididamente os antigos MFM ou RLL, padrões totalmente obsoletos, lentos e de capacidade limitada. Atualmente, a escolha se limita aos padrões IDE ou SCSI.

IDE vem de "Integrated Device Electronics" e significa que a eletrônica que controla o drive está integrada ao próprio drive e não a uma placa controladora. Achou estranho, porque já cansou de ver placas controladoras IDE? Pois não há nada de errado nisso: os componentes que controlam o drive estão, de fato, na placa de circuito impresso da base do drive. A chamada "controladora IDE" é tão somente uma placa que controla dois drives de discos flexíveis e, eventualmente, portas seriais e paralelas. Ela somente interliga o disco rígido à placa mãe através do conector onde se encaixa o cabo do HD, mas todo o controle é feito no drive. A vantagem disso é a rapidez: como os dados são processados junto ao disco e somente enviados à placa mãe após decodificados, as interferências são mínimas e pode-se alcançar taxas de transferência muito mais elevadas que as dos antigos padrões MFM e RLL.

Discos rígidos IDE são relativamente baratos, particularmente se a capacidade for inferior a 300Mb. E são razoavelmente rápidos, com tempos de acesso inferiores a 20 ms e taxas de transferências que podem alcançar a 1,5Mb/s. Podem ser usados em dupla, um configurado para "master" (ou drive "C"), outro para "slave" (ou drive "D"). Há algum tempo, poderia ser um problema interligar dois drives de fabricantes diferentes, mas hoje a maioria deles se comporta bem nessa situação: eu mesmo tenho duas máquinas com dois drives de fornecedores diferentes em cada uma delas, sem jamais encontrar problemas. Se você não precisa de mais de dois discos rígidos ou de capacidade de armazenamento acima de 500Mb, provavelmente sua escolha deve recair sobre drives IDE.

SCSI vem de "Small Computer System Interface". É um padrão que permite a uma única placa controlar até sete dispositivos, iguais ou não, desde scanners, drives CD-ROM, drives opto-magnéticos e cartuchos, até discos rígidos. Teoricamente, quaisquer destes dispositivos podem ser encadeados e ligados a uma única placa controladora, desde que todos eles, inclusive a placa, obedeçam ao padrão SCSI. Até recentemente, instalar dispositivos SCSI costumava ser um pesadelo. Agora, com a nova versão do padrão, o chamado SCSI-2, as coisas ficaram muito mais fáceis. Portanto, se optar por drives SCSI, exija que obedeçam ao padrão SCSI-2.

Drives SCSI podem ser extraordinariamente rápidos, com tempos de acesso inferiores a 10ms. O padrão permite alcançar taxas de transferência de até 10Mb/s (chegando a 20Mb/s se o dispositivo usar o chamado Fast and Wide SCSI-2) ) e pode-se interligar até sete deles a uma mesma controladora, inclusive outra controladora SCSI (ela mesma um dispositivo SCSI), na qual se pode ligar mais sete dispositivos SCSI. O que permite instalar em uma mesma máquina 49 discos SCSI. Porém, por maiores que sejam suas necessidades, não creio que você jamais venha a precisar de tantos...

Se você optar por um drive SCSI, terá que comprar também a placa controladora. Que, sozinha, poderá custar desde pouco mais de cem dólares até pouco menos de quatrocentos, dependendo da qualidade e tipo. É verdade que uma boa placa SCSI controla também outros dispositivos, particularmente drives CD-ROM, o que pode diluir o investimento. Que, ainda assim, não é desprezível. E os próprios drives SCSI são mais caros. Como regra geral, se comparados aos IDE, drives SCSI só são compensadores do ponto de vista econômico a partir de capacidades acima de 500Mb.

O que nos leva, afinal, ao ponto crucial: a capacidade do drive. E ao aforisma básico da informática: por menos que pareça, dinheiro e espaço em disco nunca são demais. Não importa de quanto se disponha, um dia vai se querer mais. Especialmente agora, em que sistemas operacionais raramente se contentam com menos de 30Mb de disco e alguns aplicativos devoram muito mais que isso. Portanto, não há limite máximo. Mas, com algum critério, podem ser estabelecidos limites mínimos. Então, vamos a eles.

Talvez alguém lhe diga que, para rodar apenas aplicativos DOS, 100Mb são suficientes. O que é verdade. Mas, francamente, você conhece alguém que se contente, hoje em dia, apenas com aplicativos DOS e dispense Windows ou outra interface gráfica? Eu não. Portanto, não recomendo nada inferior a 200Mb. E, se pretende usar o OS/2 ou, quem sabe, mudar para Chicago ou Windows NT, eu diria que 250Mb é um mínimo aceitável. E isso, naturalmente, sem stacker, doublespace ou superstor.

Mas que é isso, não fique triste assim. Não há investimento mais compensador que em memória e HD. O custo por megabyte armazenado está cada vez menor, pouco acima de um dólar. Anime-se: meu primeiro HD, comprado há pouco mais de um lustro, custou-me mais de meio milhar de chorados dólares. E, nele, mal cabiam 30Mb.

B. Piropo