Escritos
B. Piropo
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07/03/94

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Gabinete é o nome que se dá à caixa metálica que contém a placa mãe, placas controladoras, drives e demais componentes internos da máquina. E sua escolha é mais importante do que parece. Embora o critério fundamental seja simplesmente o gosto pessoal, há alguns pontos que merecem consideração. Basicamente, deve-se levar em conta duas condicionantes que, infelizmente, atuam em sentidos opostos: espaço disponível na mesa de trabalho e possibilidade de expansão do micro. Há apenas uma regra a ser obedecida: opte pelo maior gabinete que o espaço permitir. Ou seja: exceto se o local que você dispõe para instalar seu novo micro for decididamente exíguo, escolha um gabinete grande. Talvez pareça bobagem, mas garanto que não é. Cedo ou tarde você vai começar a expandir sua máquina, e quando isso ocorrer, renderá graças aos céus por ter seguido essa regra simples.

Há dois tipos de gabinetes: o horizontal, antigo e já um tanto fora de moda, e o vertical, também chamado "torre". Há modelos de tamanhos diversos tanto de um quanto de outro. Mas se a possibilidade de expansão for o critério principal, prefira o modelo vertical: mesmo o maior dos gabinetes horizontais oferece uma capacidade de expansão menor que os modelos torre, posto que sua área frontal, onde deverão ser encaixados os periféricos internos, é limitada. Em contrapartida, opte pelo horizontal se o espaço for crucial, já que ocupa menos área da mesa de trabalho, visto que o monitor pode ser instalado sobre ele. Eu, particularmente, acho os gabinetes torre mais elegantes, mas isso é uma questão de gosto. Dos horizontais, há um modelo chamado "altura tripla", capaz de acomodar dois drives e um disco rígido um sobre o outro, que ocupa uma área bastante reduzida. Se o espaço não for muito importante, fuja dele, já que sua capacidade de expansão é ainda menor do que parece: neles, a fonte de alimentação costuma se estender por todo o comprimento de uma das paredes laterais, e encaixar um novo periférico dentro de um bicho destes é uma dureza. O mesmo acontece, ça va sens dire, com esses gabinetes horizontais modernosos, baixinhos, estreitinhos, pequenininhos. Têm altura pouco maior que um drive de 3,5" colocado verticalmente e ocupam um espaço reduzidíssimo. São umas gracinhas. Pelo menos até o dia em que você resolver instalar um CD-ROM interno e descobrir que, para isso, vai ter que trocar de micro...

Nos gabinetes torre a placa mãe se situa verticalmente, ao longo de uma das laterais. São fabricados em três tamanhos, que diferem basicamente pela altura. O menor, também chamado "mini-torre", deve ser evitado, visto que ocupa praticamente a mesma área dos demais na mesa de trabalho e tem uma capacidade de expansão limitadíssima. Além disso, como a placa mãe se estende por quase toda a área da parede lateral, instalar novos periféricos e placas controladoras em seu interior é um trabalho difícil e desagradável. Por outro lado, o modelo maior é grandalhão e um tanto desajeitado, e há quem não goste dele. Mas é uma beleza para se trabalhar: há espaço folgado para a passagem de cabos e não exige contorcionismos digitais (dos dedos, não dos dados) para se instalar um novo periférico. É meu preferido, particularmente quando a tampa lateral, oposta à placa mãe, pode ser aberta independentemente - o que permite acessar o interior sem desmontar o micro. Mas isso também é questão de gosto. Incidentalmente: se você acha que estou preocupado demais com esse negócio de expansão, engana-se. Foi-se o tempo em que tudo que se podia enfiar em um gabinete eram dois drives e um disco rígido. Hoje, começando pelo CD-ROM, que logo estará se tornando um periférico indispensável, há um monte de bugigangas que poderão ocupar o espaço que você julga ocioso em seu gabinete. Digo-lhe isso olhando para uma máquina com dois drives de disquete, dois discos rígidos, um CD-ROM e uma unidade streamer para backup. Tudo dentro do gabinete.

Gabinetes, em geral, são vendidos com fonte de alimentação. E por boas razões: uma das situações mais desagradáveis que pode enfrentar quem está montando um micro é descobrir que a fonte de alimentação novinha não encaixa naquele gabinete lindão que foi comprado por um precinho tão camarada. Portanto, evite comprá-los separadamente: gabinete e fonte, como casais de novela, são feitos um para o outro. E, já que você terá que comprá-los juntos, verifique se a fonte tem potência suficiente não somente para agora, mas sobretudo para o futuro. Fontes de 200W dão para o gasto, mas se você tem pretensões de mais tarde adicionar novos periféricos, não se contente com menos de 250W.

Pronto, o essencial está aí. No mais, na face frontal do gabinete, bastam três leds, dois botões e um interruptor. Dos leds, um, geralmente verde, serve para indicar que o micro está ligado, outro, em geral vermelho, para mostrar os acessos ao disco rígido e um terceiro, quase sempre amarelo, para indicar que o "turbo", ou freqüência mais alta de operação da CPU, está ligado. Os botões servem para ligar o "turbo" e reinicializar (ou "resetar") a máquina. E, o interruptor, para ligar e desligar o micro (incidentalmente: exija que fique na face frontal do gabinete, a não ser que pretenda fazer ginástica para alcançá-lo na parte traseira toda vez que for ligar ou desligar a máquina). O resto é firula: mostradores digitais, que exibem a freqüência de operação da CPU, luzinhas, chaves e o que mais for, enfeitam mas não têm utilidade alguma. Particularmente a chave, que só serve para anular a ação do teclado e ser perdida. A primeira finalidade é bastante limitada: se alguém fizer mesmo questão de usar uma máquina "trancada" na ausência do dono, basta abrir o gabinete e desencaixar um fio. Já a segunda, devido sobretudo ao minúsculo tamanho da chave, é muito mais freqüente e costuma deixar os usuários muito aflitos. Meus gabinetes raramente têm chave. E, quando têm, a primeira coisa que faço é "destrancá-los" e jogar a chave fora.

P.S.: Amanhã, dia oito, às 19:30hs, será realizada a reunião de março do Grupo de Usuários do OS/2 no Centro de Informática do Exército, prédio do antigo Ministério da Guerra, ao lado da Central, na Praça Duque de Caxias. Como sempre, não é necessário se inscrever: basta comparecer para ouvir uma palestra destrinchando os mistérios do Config.sys do OS/2. E por falar em OS/2: recebi um livro magnífico, "OS/2 2.1 Unleashed", de Moskowitz e Kerr, editado pela SAMS. Um tratado sobre o sistema. Obrigado, Andrea

B. Piropo