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08/11/1993
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Primeiro, uma correção: um drive CD-ROM gira com velocidade variável para que os dados gravados junto à periferia sejam lidos na mesma cadência que os gravados junto ao centro. Mas é obvio que a velocidade deve ser mais lenta ao ler os dados periféricos, justamente o contrário do que foi dito aqui. Como logo percebeu o Bernardo Ottoni, a quem agradeço pela carta e respondo: não é comum uma CPU "queimar" em menos de um ano, mas também não é impossível. Lamento, Bernardo, o falecimento de seu bravo 486DX 50. Agora, ao nosso drive CD-ROM: interno, externo ou portátil? Este último pode ser ligado à porta paralela, inclusive de micros portáteis. Se você pretende usar o drive em mais de uma máquina ou tem um notebook, escolha-o. Senão, fique entre os outros dois. Drives externos são mais caros, principalmente por serem fornecidos com gabinete e fonte de alimentação independente. Se há slot sobrando, espaço no gabinete e sua fonte agüentar mais um penduricalho, fique com o interno, do tamanho de um drive de 5" 1/4, que encaixa direitinho no gabinete, não ocupa espaço na mesa de trabalho nem tem cabos externos para embaraçar. Depois, uma decisão mais difícil: o tipo de placa controladora. O ideal é um drive que obedeça ao padrão SCSI-2 e possa ser ligado a qualquer controladora SCSI que também obedeça ao padrão (fuja do antigo padrão SCSI-1: se for SCSI, tem que ser SCSI-2). O problema é que esses drives são mais caros. Além do que, uma boa placa SCSI vai lhe custar pelo menos duzentos dólares adicionais - e placa SCSI só serve se for boa, de marca conhecida, ou os problemas de compatibilidade leva-lo-ão à loucura. Se a grana der, fique com ela: além de não escravizá-lo ao fabricante do drive, uma única placa SCSI pode controlar até sete periféricos desde que também sejam SCSI, naturalmente. Se não, o jeito é comprar um drive CD-ROM com interface proprietária, uma placa controladora desenvolvida pelo fabricante do drive. E que, evidentemente, em caso de defeito, somente pode ser substituída por outra igual. A vantagem, nada desprezível, é que esses drives costumam ser muito mais baratos. E, se forem de boa qualidade, o desempenho é razoável. Uma alternativa são os drives CD-ROM vendidos nos chamados "kits multimídia", juntamente com placas de som que incorporam a eletrônica de controle do drive - geralmente uma variante do padrão SCSI, mas não compatível com outros periféricos. Esses kits, nos EUA, custam pouco menos de mil dólares. Uma boa grana, sem dúvida, mas talvez valha a pena: além do drive e da placa de som (que funcionarão juntos sem problemas de compatibilidade, já que foram "feitos um para o outro"), geralmente o kit inclui ainda as caixas de som, o microfone e algum software em CD-ROM. Como um drive CD-ROM sem placa de som perde boa parte de seu charme, só a garantia da compatibilidade de ambos já é uma vantagem e tanto. Finalmente o último ponto importante: rapidez. Que pode ser avaliada por dois parâmetros: tempo de acesso e taxa de transferência. O primeiro exprime o tempo médio gasto para localizar um dado no disco. Que varia desde os 1500 ms dos antigos drives CD-ROM até os 200 ms dos modernos - e mais caros. Se você pretende usar aplicativos multimidia, recuse qualquer coisa acima de 300 ms. Mas não se deixe enganar apenas pelo tempo de acesso: ele é muitíssimo menos importante que o outro parâmetro, a taxa de transferência. Que exprime a rapidez com que os dados fluem do disco para a CPU e é responsável pela diferença entre um movimento suave e harmonioso no seu vídeo e uma imagem que parece executar uma série de saltos deselegantes. Os drives mais antigos eram capazes de transferir 50K por segundo. Podiam servir para consultar bancos de dados, mas para multimidia, nem pensar. Se você pretende usar o CD-ROM para vídeo em movimento, não se contente com menos de 150K por segundo. E olhe lá: a imagem não fica grande coisa. Para garantir qualidade, o ideal é uma taxa de transferência de 300K/s. E para isso será necessário um drive dual spin (capaz de girar em duas velocidades diferentes) e com um buffer razoável (memória RAM usada para armazenar os dados enquanto a CPU está ocupada com seus muitos outros afazeres). O tamanho do buffer varia de 64K até 256K nos drives dual-spin de boa qualidade. Que costumam ser bem mais caros, mas são muito superiores. Basicamente, é isso aí. Há mais alguns detalhes, porém não essenciais. Por exemplo: os melhores drives são capazes de ler sessões múltiplas de foto-CD - uma forma de exibir fotografias nos monitores coloridos de alta resolução que, quando se disseminar, vai liquidar com os projetores de slides - algo interessante, mas não imperativo, pelo menos por enquanto. E os bons drives SCSI-2 são compatíveis com o padrão ASPI (Advanced SCSI Peripheral Interface), que exige mais um driver no Config.Sys, mas melhora razoavelmente o desempenho. Também desejável, mas não imprescindível. Pois é isso. Como dissemos no início desta série, talvez um CDROM agora seja um luxo desnecessário. Talvez não. Mas já é tempo de pensar no assunto. Afinal, você pode pendurar um bicho destes em seu micro por menos de US$200 (um Mitsumi, o fusquinha dos CDROM). Ou engastar em sua máquina um Toshiba 3401, o Rolls Royce dos drives CD-ROM SCSI-2, mas que custa mais de US$500 - sem incluir a placa controladora. Uma boa grana, mas que vai lhe garantir horas e horas de prazer diante do micro. E, afinal, se não for para dar prazer, para que serve um micro? Sociais: Nessa altura dos acontecimentos, Márcia Renata e Luís Cláudio já tomaram o rumo da Bahia para curtir sua lua-de-mel. Que sejam felizes para sempre, tipo conto de fadas. Sei não, mas pelo andar da carruagem, esses dois ainda acabam me fazendo virar avô... E convém não esquecer: amanhã, dia nove, às 19 hs., reunião do Grupo de Usuários do OS/2. Desta vez, no Centro de Informática do Exército, no prédio do antigo Ministério do Exército, ao lado da Central do Brasil. Não precisa se inscrever: basta aparecer e participar. B. Piropo |