Sítio do Piropo

B. Piropo

< Trilha Zero >
Volte de onde veio
03/04/2006

< Novidades da AMD >


Como prometido, hoje abordaremos as novidades da AMD para o futuro próximo. Tarefa complicada, porque ao contrário da Intel que é pródiga em suprir a imprensa especializada com informações amplamente debatidas em eventos técnicos, a AMD parece avessa à divulgação de suas novidades. Mas graças ao Seminário Técnico AMD ministrado semana passada por seu Gerente de Tecnologia no Brasil, Roberto Brandão, temos alguma coisa para vocês.

A AMD começou há seis meses a fabricar seus chips em “wafers” de 30 cm e espessura de camada de silício de 90 nm e deve reduzir esta espessura para 65 nm no final deste ano. Em 2007 ela pretende alcançar a marca de cem milhões de processadores produzidos por ano, um número impressionante mas ainda menor que as necessidades do mercado.

Além disso, a nova família de chips conhecida coletivamente por “Revision F” ou, respeitando a velha nomenclatura, AMD K9, trará algumas novidades. Uma delas, que parece de pouca importância mas facilitará muito a vida dos usuários e fabricantes é a padronização dos soquetes.

“Soquete” é o nome da peça da placa-mãe na qual se encaixa o processador. Hoje os processadores AMD usam três diferentes tipos deles: de 754 pinos usado pelos Semprom e pelos modelos mais antigos dos Athlon 64, todos de núcleo simples, um segundo soquete de 939 pinos usado pelos novos Athlon 64, 64FX e 64X2 (núcleos simples e alguns duplos) e pelo Opteron 100 e, finalmente, um soquete de 940 pinos usado pelo restante da linha Opteron e pelos mais modernos Athlon 64 FX. Pois bem: a partir de agora a AMD começará a padronizar o soquete para todas as linhas no chamado “Socket AM2” de 940 pinos. Os modelos atuais continuarão usando seus velhos soquetes, mas quando cessar sua fabricação (provavelmente em algum momento do próximo ano) toda a linha AMD adotará o “socket AM2”. Não parece grande coisa, mas padronização é sempre muito bem-vinda.

O segundo ponto importante é o salto que finalmente a AMD dará para as memórias DDR2 – que, como se sabe, podem funcionar com freqüências mais elevadas para transportar dados porém são sujeitas a latências superiores. O que gera um efeito no desempenho equivalente ao de um carro que alcança velocidades moderadas mas tem grande “arrancada”   (DDR) comparado a outro que pode chegar a velocidades muito maiores mas é lerdo na partida (DDR2). A AMD sopesou a influência dos fatores latência, freqüência de barramento e custo sobre o desempenho e chegou à conclusão que esta é a hora certa de migrar para DDR2. E toda a família K9 usará memórias DDR2 667 (ou seja, memórias funcionando em um barramento de 166 MHz capazes de efetuar quatro transferências por ciclo). Como todos os modelos adotarão a configuração em canal duplo, as taxas de transferência de dados poderão chegar a 10,6 GB/s. Por enquanto isso não representará grande vantagem sobre as taxas alcançadas pelas memórias DDR-1066 da Intel em canal duplo, mas assim que as freqüências das memórias DDR2 da AMD aumentarem, compensando o efeito da latência maior, provavelmente a estratégia da AMD em migrar mais cedo mostrará suas vantagens.

Mas como serão os novos chips AMD K9? Na linha de micros de mesa (Desktop) o segmento de menor custo suprido pelo Sempron evoluirá ainda este semestre para modelo de núcleo duplo, DDR2 duplo canal e soquete AM2, codinome “Manila”. E no próximo ano ele será fabricado em 65 nm (codinome “Sparta”). A linha de desempenho médio, suprida pelo Athlon 64, além dessas novidades adotará a tecnologia AMD de virtualização no hardware (um avanço importante já adotado pela concorrente Intel) no modelo codinome “Orleans”. E o topo de linha, os Athlon 64 FX e X2, terão como sucessor imediato o modelo de núcleo duplo, DDR2 canal duplo, soquete AM2 e tecnologia de virtualização, codinome “Windsor” seguido no próximo ano por um modelo semelhante, porém com tecnologia de fabricação de 65 nm, codinome “Brisbane”.

A linha Opteron, para servidores, seguirá o exemplo. Ainda este ano será lançado o modelo codinome “Santa Rosa”, núcleo duplo, 1MB de cache interno, DDR2 e virtualização. E no próximo ano o “Santa Ana” o sucederá, com soquete AM2.

A linha de processadores para micros móveis, com tecnologia Turion, também terá seus novos representantes. E desta vez, ao contrário das gerações anteriores (onde eram aproveitados para a linha móvel os melhores exemplares produzidos em uma leva de fabricação), eles terão uma produção própria, voltada para o menos consumo de potência.

Como se vê, tanto a Intel quanto a AMD estão prenhes de novidades. É esperar para ver. E, sobretudo, torcer para a concorrência fazer os preços caírem.

B. Piropo