< Trilha Zero >
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08/08/2005
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< Gato escondido com rabo de fora > |
Computador tem seus mistérios. O que não deixa de ter seu lado bom. Afinal, se fosse simples como uma geladeira, não haveria colunistas de informática (ou você conhece algum colunista de geladeira?). Alguns são mesmo inexplicáveis. Agora, por exemplo, estou às voltas com uma rede sem fio que só funciona quando quer. O nível de sinal oscila entre o bom e o excelente, não há indícios de defeito no hardware, a configuração está correta (mesmo porque, afinal, às vezes funciona), não localizei nenhuma interferência mas volta e meia ela empaca. E não há santo que ajude. Há que esperar que seu (dela) humor melhore e volte a funcionar. Mas há mistérios que são apenas aparentes. Suas causas são perfeitamente lógicas e todo o mistério advém do fato de não atinarmos com elas (admito que talvez seja justamente esse o caso da minha rede sem fio, mas para mim ela continua sendo um mistério). Vou dar um exemplo que, quem sabe, talvez ajude a um conhecido seu que um dia venha a se deparar com o mesmo problema (que jamais acontecerá com você, naturalmente). O causo ocorreu com um leitor cujo nome, compreensivelmente, me absterei de citar. Um cavalheiro que usava um micro a que outras pessoas, colegas ou familiares, tinham acesso e no qual alguém havia instalado um desses programetos que, de tempos em tempos, troca o plano de fundo da área de trabalho. Micro onde armazenou algumas fotos que ele mesmo classificou como “impróprias” e cujo conteúdo não é difícil de imaginar. Sendo a máquina “de livre acesso”, como ele classifica, usou de extremo tirocínio para abrigar as tais imagens. Escolheu um local que fosse ao mesmo tempo congestionado com outras pastas e arquivos, raramente visitado pelos demais usuários e cujo conteúdo fosse notoriamente inocente. E lá enfiou seus arquivos de imagens, todos no formato JPEG, com nomes prudentemente alterados para manter um jeitão assim, digamos, mais técnico. Pois eis que estava nosso cavalheiro posto em sossego a usar seu micro para as nobres finalidades de (quase) sempre quando, não mais que de repente, sem qualquer aviso, assim do nada, o plano de fundo de sua área de trabalho passou a exibir, adivinhem o que? Quem pensou em uma de suas imagens ocultas ganha um doce. Um caso típico de gato escondido com rabo de fora (e, dada a natureza das imagens, difícil escolher um provérbio mais condizente). Segundo as próprias palavras da vítima, ele quase enfartou. E não é para menos. Afinal, o micro era compartilhado, o que não somente permitia que outras pessoas eventualmente apreciassem as imagens como também proibia nosso amigo de formatar o disco rígido, solução heróica para a qual ele estava prestes a apelar. Que situação!!! Mas afinal, que artes do destino fizeram aflorar imagens tão cuidadosamente ocultas? Mistério algum. A forma usual de transformar uma imagem em plano de fundo é clicar com o botão direito do mouse sobre ela e acionar a opção “Definir como plano de fundo da área de trabalho”. Mas há uma outra. Basta, simplesmente, mover ou copiar a imagem para o diretório WINDOWS (ou WINDOWS\WEB\WALLPAPER). Dependendo da versão de Windows e do formato da imagem (sempre BMP, eventualmente JPG e GIF) ela entra automaticamente no rol das disponíveis para serem usadas como plano de fundo. Pois não é que foi justamente ali que nosso amigo escondeu suas imagens? PS1: OS/2, o assunto, teimosamente recusa-se a morrer. Embora eu não pretendesse voltar a ele, sou obrigado a fazê-lo por uma questão de justiça. Mestre Henrique Manela, brilhante programador e defensor ferrenho do OS/2, me sugere a leitura de um artigo que vê o ocaso do sistema de uma perspectiva diferente daquela aqui mencionada há duas semanas. O artigo está em < www.wincustomize.com/Articles.aspx?AID=80019&c=1 > e vale a pena ser lido por quem (ainda) se interessar pelo assunto. PS2: Desde que passei a assinar uma coluna semanal no sítio FórumPCs (< www.forumpcs.com.br - ATIVIDADES ENCERRADAS EM 2012 >), transferi o Sítio do Piropo para o HostNet, onde o FórumPCs também se abriga. Fiquei muito bem impressionado com o atendimento e a qualidade dos serviços, mas não tinha idéia do grau de confiabilidade até visitar suas instalações no datacenter da OptiGlobe, em Jacarepaguá. Lá, todos os sistemas são redundantes (ou seja, se um falhar, entra outro sem interveniência humana), de energia a água, de refrigeração a combate a incêndios. Isso garante um nível de redundância N+1 que garante um funcionamento sem interrupção 99,999% do tempo. Até hoje estou esperando o 0,001% mas meu sítio tem continuado no ar firme e forte... B. Piropo |