Não
creio que alguém ainda desconheça o perigo de abrir
arquivos anexados de extensão Exe ou similares (veja a lista
das extensões potencialmente perigosas em <http://support.microsoft.com/default.aspx?scid=kb;en-us;291369>).
Infelizmente, os biltres que se aproveitam da ingenuidade dos incautos
não cessam de desenvolver novos meios e modos de enganá-los.
Um deles é se fazer passar por pessoas ou instituições
sérias, uma técnica execrável conhecida por
“engenharia social” que induz as vítimas a executar
procedimentos que acabam por contaminar a máquina ou instalar
“cavalos de Tróia”.
As mensagens que recorrem a esse ardil em geral não contêm
anexos. Em vez disso exibem um atalho (“link”) para
uma página da Internet de onde o arquivo malicioso é
transferido. Um clique no atalho faz aparecer a janela “Download
de arquivo” com um texto advertindo que alguns arquivos podem
danificar o computador, informações sobre o arquivo
e quatro botões: “Mais informações”,
“Cancelar”, “Salvar” e “Abrir”.
Este último executa o arquivo assim que a transferência
for concluída e, muito provavelmente, contamina a máquina
ou instala um cavalo de Tróia. Sugiro sair clicando em “Cancelar”.
É fácil descobrir os atalhos perigosos. Basta que
a “barra de status” de seu programa de correio eletrônico
esteja visível. No Outlook Express ela fica na base da janela
(se não está lá, acione a opção
“Layout” do menu “Exibir” e marque a caixa
correspondente no grupo “Básico”). Quando você
se deparar com um atalho suspeito no corpo de uma mensagem, estacione
o cursor do mouse sobre ele e examine o URL que aparece na barra
de status. Se terminar com um nome de arquivo com extensão
Exe, Com, Pif, Scr ou qualquer outra contida na lista de extensões
perigosas mencionada lá em cima, recomendo simplesmente excluir
a mensagem de sua caixa de entrada por mais tentador que pareça
o atalho.
Das mensagens que apelam para esse alvitre, a mais claramente mal
intencionada não contém atalho algum: é supostamente
enviada pelo Banco do Brasil informando que o destinatário
foi selecionado para participar de um sorteio e solicitando entrar
com os números da agência, conta corrente e senhas
eletrônica e do cartão bancário. É óbvio
que os dados não irão para o BB mas para um pilantra
qualquer que fará uso deles em seu próprio proveito.
Custa crer que alguém seja capaz de ser enganado por artimanha
tão simplória.
A maioria das demais são do tipo “alguém lhe
enviou”. Pode ser cartão virtual, piada, música,
enfim, qualquer coisa. Passam-se pelo sítio de músicas
do provedor Terra, pelo Humor Tadela, pelos sítios de cartões
da AOL, BOL, Desejos & Saudades, Segredinho, Ocarteiro.com e
outros. Ultimamente começaram a aparecer algumas com “cartões
de Páscoa”. Todas com o atalho “Clique aqui”
ou algo parecido. Os arquivos a serem baixados apresentam nomes
como “Páscoa.Exe”, “Felizpascoa.Exe”,
“Cartao.Exe”, “Voxcards.Scr”, “Love.Exe”,
“Vizualizador.Exe” (assim mesmo, com “z”;
aliás, uma característica desse tipo de mensagem é
o péssimo português em que são escritas), “Radioterra.Exe”,
“Ouvirmusica.Exe” ou qualquer outro nome com uma das
extensões perigosas. Clicar no atalho, baixar o arquivo e
abri-lo é contaminação quase certa.
Há também os que apelam para a libido, prometendo
exibir fotos “das mais belas mulheres”, “gatinhas
gostosinhas”, trechos censurados dos programas Big Brother
e similares ou simplesmente fotos e vídeos pornográficos.
E há ainda as que apelam justamente para o medo de ser contaminado,
fazendo-se passar por atualizações de segurança
de Windows ou de programas anti-vírus. E as que simulam o
envio do orçamento de uma encomenda que você não
fez. Todas elas, arapucas.
Mas há uma que me chamou a atenção. Diz ela:
“Você está sendo traído, não tive
coragem de te falar mas como imagens falam mais que palavras faça
o download das fotos e veja com seus próprios olhos”.
O atalho leva a um arquivo “Fotos.Scr”, “Fotos.Exe”
ou algo semelhante.
Eu não sei se o método é eficaz mas, aos que
foram contaminados por ele, se por acaso encontrarem o canalha que
lhes enviou a mensagem, resta sempre o consolo de poderem revidar
a chifradas...
PS: Acabo de ler “Desvendando e
Dominando o Registro do Windows”, de Rodrigo Costa e Sérgio
Ribeiro, Ciência Moderna. Não chega a ser uma bíblia,
mas é bastante interessante. Dá uma boa idéia
do que seja o Registro e traz dezenas de dicas e ajustes que podem
ser feitas através dele. Para quem deseja conhecer um pouco
mais sobre Windows, recomendo.
B.
Piropo