O
padrão PCI chegou à versão 2.2, que usa 64
linhas de dados e opera na freqüência de 66 MHz, atingindo
um fluxo de 533 MB/s (megabytes por segundo). Mas isso não
é o bastante.
A primeira tentativa para desenvolver seu sucessor foi o chamado
PCI eXtended, ou PCI-X, feita em conjunto por IBM, HP e Compaq.
Era um aperfeiçoamento do próprio barramento PCI de
64 linhas no qual a freqüência chegava a 133,3 MHz, o
que proporcionava um fluxo de dados de 1,066 GB/s (Gigabytes por
segundo), o mesmo do barramento AGP. O PCI-X foi lançado
em 1998 e está em plena vigência. Seu problema é
que representa o fim da linha dessa tecnologia, ou seja,
não dá para espremer um fluxo maior que esse em um
barramento PCI. E como a indústria sabe que a voracidade
dos dispositivos de entrada e saída continuará aumentando,
prefere algo nos estágios iniciais de desenvolvimento.
É aí que entra o PCI Express. Embora adote a mesma
sigla PCI, é totalmente diferente do antecessor.
Para começar, é serial (embora canais
independentes possam ser combinados em paralelo). E sua implementação
inicial opera em uma freqüência de 2,5 GHz, podendo chegar
futuramente até a 40 GHz.
O principal arauto do grupo de empresas que propõe o novo
padrão é a Intel. Sua adoção simplificará
o projeto de placas-mãe, já que um barramento serial
requer um número de linhas e pinos de conexão muito
menor que um barramento paralelo como o PCI, com suas 32 (ou 64)
linhas. Uma placa-mãe atual usa tipicamente seis slots PCI
que, juntos, somam mais de mil pinos para conectar eletricamente
o slot e os circuitos das placas controladoras. Adotando o PCI Express,
o número de conexões elétricas cairia para
menos de 400. Com isso a área da placa mãe poderá
ser reduzida pela metade.
O PCI Express surgiu da fusão dos esforços da Intel,
que desenvolvia o barramento denominado NGIO (Next Generation I/O),
com os de um grupo de empresas que desenvolviam em paralelo um padrão
similar, denominado Future I/O. A combinação resultou
em um barramento denominado 3GIO (Third Generation I/O) que, por
razões comerciais, adotou o nome de PCI Express (não
confundir com o PCI-X, de eXtended, mencionado lá
em cima).
O problema do PCI Express é que não se trata de um
passo evolucionário, mas sim revolucionário, já
que implica alterações significativas na arquitetura
interna dos computadores atuais. Uma de suas características
mais inovadoras é o switch, um elemento ligado
diretamente ao circuito controlador do barramento (host bridge),
de onde partem as conexões diretas para alguns periféricos.
O switch controla a troca de informações
entre os periféricos a ele conectados, evitando não
somente a sobrecarga da CPU como também da própria
host bridge, aliviando bastante o sistema, já
que esses periféricos trocam dados exclusivamente através
do switch (Para maiores informações técnicas
veja o artigo de Andy Hui em <www.anandtech.com/systems/showdoc.html?i=1830&p=1>).
Inicialmente o PCI Express irá substituir o barramento PCI,
que interliga o processador a seus periféricos externos.
Porém mais tarde ele poderá substituir inteiramente
o conjunto de circuitos atualmente conhecido por southbridge,
responsável pela comunicação da CPU com todo
o mundo exterior (à exceção da memória
principal, função do conjunto de circuitos integrados
denominado northbridge). Por isso não se deve
esperar que máquinas usando o PCI Express inundem o mercado
a curto prazo. Embora já surjam anúncios de lançamento
de placas controladoras PCI Express (veja artigo de Anton Shilov
em <www.xbitlabs.com/news/video/display/20031023123113.html>
no qual a XGI anuncia para breve o lançamento de uma placa
de vídeo PCI Express para substituir sua controladora AGP
no segundo trimestre de 2004) ainda devem transcorrer dois ou três
anos para o padrão se firmar.
Porém, não tenha dúvidas, se firmará.
Ele foi concebido para atender múltiplos segmentos da indústria,
de micros de mesa a servidores, micros portáteis e dispositivos
de comunicação, criando uma arquitetura unificada
de Entrada/Saída. Sendo serial, ocupa menos espaço
nas placas controladoras e é mais barato. É concebido
para ser compatível com as atuais placas controladoras PCI,
ponto importante para preservar investimentos anteriores. E seu
desempenho pode ser melhorado acrescentando pistas (lanes)
paralelas. Em suma: simples, rápido, barato e extensível.
Tudo o que a indústria queria.
Não tenha dúvida: talvez não esse ano nem no
próximo, mas certamente um dia você terá uma
placa com barramento PCI Express. Ela será sua conexão
com o futuro.
B.
Piropo