No
final dos anos noventa assisti o lançamento de um produto
interessante. Era um tradutor, o Babylon. Com uma característica
curiosa: reconhecia qualquer palavra exibida na tela e, ao ser acionado,
apresentava sua tradução. A idéia era excelente.
A principal utilidade do programa era facilitar a consulta de páginas
da Internet em inglês. Quando o internauta se deparava com
uma palavra desconhecida, simplesmente movia o cursor do mouse para
cima dela, acionava uma combinação de teclas e o Babylon
exibia seu significado em uma pequena janela. Se isso já
era bom, melhor ainda era o preço: bastava baixar e instalar.
Os custos, sonhavam seus desenvolvedores, seriam pagos com a venda
de banners.
A coisa não deu certo. Ou, pelo menos, só deu no começo.
Depois, a bolha estourou, a grana dos banners minguou
e o Babylon teve que profissionalizar-se. Agora é pago. Mas,
considerando o que o programa evoluiu desde então, o preço
me parece justo: a versão Pro, para usuários não-corporativos,
custa US$ 49,50. Ou, se preferir, pode-se adquirir uma assinatura
anual por US$ 24,50. E tudo isso eletronicamente, no sítio
<www.babylon.com>.
E o que você ganha com isso? Aparentemente, nada: depois de
instalado, o programa desaparece. Mas basta acionar o atalho que
você escolheu durante a instalação (eu preferi
combinar a tecla Ctrl com um clique do botão direito) que
a janela do Babylon aparece. Se o cursor do mouse repousa sobre
uma palavra em inglês, a janela mostra sua tradução
em português. Se sobre uma palavra em português, aparece
a versão em inglês. E se a palavra não é
reconhecida, surge um delicado pedido de desculpas e o oferecimento
para executar uma pesquisa mais abrangente, desta vez na Internet,
usando o dispositivo de busca de sua preferência. Se o significado
foi mostrado e, durante a configuração, você
definiu seu interesse por outros idiomas (eu escolhi italiano, francês
e espanhol, além do inglês e português), clique
em more results e são exibidos significados adicionais,
naqueles idiomas ou obtidos nas consultas aos glossários.
A qualquer momento você pode clicar sobre o ícone pronunciar
para ouvir a pronúncia exata da palavra em inglês (com
uma voz feminina ou masculina, a sua escolha) e, se conectado à
Internet, executar uma busca com o termo usando um dentre diversos
dispositivos de busca, também de sua escolha. Para quem usa
Internet rápida e está permanentemente conectado,
é a forma mais prática de acionar buscas.
A grande sacada do Babylon é sua capacidade de consultar
glossários. Na verdade ele permite mais que isso: usando
o Glossary Builder você pode criar seus próprios glossários.
Que, se desejar, poderá oferecer à comunidade de usuários.
Como resultado, além dos dicionários em 14 idiomas
que traduzem mais de três milhões de palavras e 120
mil expressões idiomáticas, Babylon oferece ainda
1.500 glossários sobre mais de sessenta diferentes campos
de conhecimento, desenvolvidos por corporações e usuários
individuais.
Mas o que efetivamente me encantou no Babylon foi a possibilidade
de fazer conversões, bastando clicar no ícone correspondente
da janela do Babylon. Pode-se converter desde valores em moedas
de mais de setenta países (baseadas em um banco de dados
de cotações sempre atualizado) até as mais
diferentes unidades, incluindo comprimento, área, volume,
massa, velocidade, temperatura, pressão e outras grandezas
físicas, além das surpreendentes medidas de
cozinha (kitchen measures). O que me permitiu
descobrir que uma colher-de-chá americana corresponde a 0,301
polegadas cúbicas ou exatos 4,929 mililitros.
Instalei o programa para avaliá-lo e gostei tanto que dificilmente
ele sairá de minha máquina. Quem quiser experimentar,
vá até o sítio <www.Babylon.com>,
baixe e instale gratuitamente a versão para testes, inteiramente
funcional durante 30 dias e com limitações a partir
de então. Vale a pena testar.
PS: recebi recentemente de mestre Marcelo Eiras o livro,
dele e Nelson Mendonça, Guia de certificação
Linux, editado pela Brasport. A idéia de escrevê-lo
nasceu na época em que Marcelo se preparava para as provas
de certificação e tentava desbravar a selva de dicas,
tutoriais, apanhados de provas anteriores e mais um mundo de material
esparso. Resolveu então compilar aquele monte de informações
e acrescentar mais um tanto de sua própria lavra. O resultado
foi um livrinho mais que interessante, que serve não apenas
para ajudar quem se prepara para a certificação como
também de material de consulta para usuários do Linux.
Pra quem se interessa por Linux, um prato cheio.
B.
Piropo