Sítio do Piropo

B. Piropo

< Trilha Zero >
Volte de onde veio
30/06/2003

< Babylon >


No final dos anos noventa assisti o lançamento de um produto interessante. Era um tradutor, o Babylon. Com uma característica curiosa: reconhecia qualquer palavra exibida na tela e, ao ser acionado, apresentava sua tradução. A idéia era excelente. A principal utilidade do programa era facilitar a consulta de páginas da Internet em inglês. Quando o internauta se deparava com uma palavra desconhecida, simplesmente movia o cursor do mouse para cima dela, acionava uma combinação de teclas e o Babylon exibia seu significado em uma pequena janela. Se isso já era bom, melhor ainda era o preço: bastava baixar e instalar. Os custos, sonhavam seus desenvolvedores, seriam pagos com a venda de banners.
A coisa não deu certo. Ou, pelo menos, só deu no começo. Depois, a “bolha” estourou, a grana dos banners minguou e o Babylon teve que profissionalizar-se. Agora é pago. Mas, considerando o que o programa evoluiu desde então, o preço me parece justo: a versão Pro, para usuários não-corporativos, custa US$ 49,50. Ou, se preferir, pode-se adquirir uma assinatura anual por US$ 24,50. E tudo isso eletronicamente, no sítio <www.babylon.com>.
E o que você ganha com isso? Aparentemente, nada: depois de instalado, o programa desaparece. Mas basta acionar o atalho que você escolheu durante a instalação (eu preferi combinar a tecla Ctrl com um clique do botão direito) que a janela do Babylon aparece. Se o cursor do mouse repousa sobre uma palavra em inglês, a janela mostra sua tradução em português. Se sobre uma palavra em português, aparece a versão em inglês. E se a palavra não é reconhecida, surge um delicado pedido de desculpas e o oferecimento para executar uma pesquisa mais abrangente, desta vez na Internet, usando o dispositivo de busca de sua preferência. Se o significado foi mostrado e, durante a configuração, você definiu seu interesse por outros idiomas (eu escolhi italiano, francês e espanhol, além do inglês e português), clique em “more results” e são exibidos significados adicionais, naqueles idiomas ou obtidos nas consultas aos glossários. A qualquer momento você pode clicar sobre o ícone “pronunciar” para ouvir a pronúncia exata da palavra em inglês (com uma voz feminina ou masculina, a sua escolha) e, se conectado à Internet, executar uma busca com o termo usando um dentre diversos dispositivos de busca, também de sua escolha. Para quem usa Internet rápida e está permanentemente conectado, é a forma mais prática de acionar buscas.
A grande sacada do Babylon é sua capacidade de consultar glossários. Na verdade ele permite mais que isso: usando o Glossary Builder você pode criar seus próprios glossários. Que, se desejar, poderá oferecer à comunidade de usuários. Como resultado, além dos dicionários em 14 idiomas que traduzem mais de três milhões de palavras e 120 mil expressões idiomáticas, Babylon oferece ainda 1.500 glossários sobre mais de sessenta diferentes campos de conhecimento, desenvolvidos por corporações e usuários individuais.
Mas o que efetivamente me encantou no Babylon foi a possibilidade de fazer conversões, bastando clicar no ícone correspondente da janela do Babylon. Pode-se converter desde valores em moedas de mais de setenta países (baseadas em um banco de dados de cotações sempre atualizado) até as mais diferentes unidades, incluindo comprimento, área, volume, massa, velocidade, temperatura, pressão e outras grandezas físicas, além das surpreendentes “medidas de cozinha” (“kitchen measures”). O que me permitiu descobrir que uma colher-de-chá americana corresponde a 0,301 polegadas cúbicas ou exatos 4,929 mililitros.
Instalei o programa para avaliá-lo e gostei tanto que dificilmente ele sairá de minha máquina. Quem quiser experimentar, vá até o sítio <www.Babylon.com>, baixe e instale gratuitamente a versão para testes, inteiramente funcional durante 30 dias e com limitações a partir de então. Vale a pena testar.
PS: recebi recentemente de mestre Marcelo Eiras o livro, dele e Nelson Mendonça, “Guia de certificação Linux”, editado pela Brasport. A idéia de escrevê-lo nasceu na época em que Marcelo se preparava para as provas de certificação e tentava desbravar a selva de dicas, tutoriais, apanhados de provas anteriores e mais um mundo de material esparso. Resolveu então compilar aquele monte de informações e acrescentar mais um tanto de sua própria lavra. O resultado foi um livrinho mais que interessante, que serve não apenas para ajudar quem se prepara para a certificação como também de material de consulta para usuários do Linux. Pra quem se interessa por Linux, um prato cheio.

B. Piropo