As
mensagens que recebo de leitores indicam que, se cuidados elementares
fossem tomados, seria possível evitar a maior parte dos problemas
em seus micros. Ou, pelo menos, corrigi-los sem grandes aborrecimentos.
O primeiro cuidado, embora mais elementar, é o mais raro:
cópias de segurança. Há programas desenvolvidos
exclusivamente para facilitar essa tarefa. Mas se você não
quer se dar ao trabalho de escolher um, use o que vem com o próprio
Windows. Está no menu Iniciar, Programas, Acessórios,
Ferramentas do sistema. Chama-se Backup,
e se não o encontrar lá é porque não
foi instalado (nesse caso, vá até a aba Instalação
de Windows do objeto Adicionar e remover programas
do Painel de Controle para instalá-lo). Criar cópias
de segurança regularmente, ao menos dos arquivos de dados
e com intervalo máximo de uma semana, é tedioso e
muitas vezes você se perguntará se vale mesmo a pena.
A resposta virá naturalmente quando você perder o conteúdo
de seu disco rígido (não se ofenda com este quando,
não estou lhe rogando praga, apenas aplicando a lei das probabilidades).
Para gravar as cópias, o ideal são as unidades de
fita. Mas são caras. O melhor substituto são os discos
CD-R ou CD-RW mas, para cópia de segurança dos arquivos
de dados, unidades Zip também servem. Com os preços
atuais dos discos rígidos, uma unidade adicional só
para cópias de segurança pode ser uma solução.
Disquetes, nem pensar: sai caro e a confiabilidade está longe
da ideal.
Se a providência anterior o mantém protegido dos efeitos
da perversidade universal da matéria, a próxima
visa protegê-lo da perversidade de seus semelhantes: instale
um antivírus e mantenha escrupulosamente atualizadas as definições
de vírus. Nos tempos atuais, em que o correio eletrônico
tão facilmente espalha vírus, cavalos de Tróia,
vermes e assemelhados, explicações sobre a necessidade
de um antivírus são absolutamente supérfluas.
Instale-o, e temos conversado. Mas mesmo com ele instalado, nunca,
jamais, em tempo algum, abra um arquivo executável de procedência
desconhecida. E mantenha uma sadia desconfiança contra os
de procedência conhecida.
O cuidado seguinte visa garantir que dados importantes não
sejam subtraídos de sua máquina sem seu conhecimento
enquanto você navega na Internet: instale um firewall.
Trata-se de um programa que controla a troca de informações
entre a máquina e o mundo exterior, permitindo o tráfego
apenas das seguras. Pode ser um programa comercial, como o Norton
Firewall (em 4/02/2002
publiquei um artigo sobre ele que permanece disponível na
seção Escritos / Artigos em O Globo de
meu sítio, em <www.bpiropo.com.br>) ou um gratuito,
como o ZoneAlarm, da ZoneLabs (<www.zonelabs.com>).
O resto é o trivial: mantenha Windows atualizado (sobretudo
no que toca às atualizações de segurança),
verifique regularmente a integridade do Registro de Windows e dos
discos rígidos (o Norton Utilities é um boa ferramenta
para isso), desfragmente arquivos periodicamente e, sobretudo, tenha
cuidado com o que instala em sua máquina: muitos dos programas
gratuitos (sobretudo os de troca de arquivos de música) são
acompanhados de programas spyware que monitoram sua
navegação. Mas isso é papo para outra coluna.
PS: quem leu a coluna do último dia sete e deixou para visitar
o sítio da Microsoft alguns dias depois deve ter estranhado.
A coluna alertava que mudanças no gerenciamento de memória
introduzidas com o SP1 faziam com que programas que alocam e liberam
grandes blocos de memória levassem até dez vezes mais
tempo para carregar. E informava que a MS havia reconhecido o problema,
divulgando-o em sua base de dados através do artigo 815411
intitulado Programas rodam mais lentamente depois que você
instala o Windows XP SP-1. Ocorre que, hoje, na página
da MS citada, realmente se encontra o artigo 815411, porém
com diferentes título (Windows XP SP1 Heap Algorithm
Update for Atypically Large Heap Requests) e conteúdo
(descreve um problema após a instalação do
SP1 de Windows XP muito menos grave que o relatado pela coluna).
O que ocorreu é que, após constatar que o problema
não era tão sério, em vez de informar que havia
se equivocado, a MS simplesmente trocou o título e conteúdo
da página, deixando mal esse pobre colunista. Mas ficaram
rastros. Como o do artigo de Stacey Cowley na PC World online
(em <computerworld.co.nz/webhome.nsf/UNID/{sem
quebra de linha. N. WM.}
EE2A9AEE7C2AEE3BCC256CF60077D96C!opendocument>),
que cita o artigo 815411 com título e conteúdo originais,
para provar que não foi miragem.
B.
Piropo