Sítio do Piropo

B. Piropo

< Trilha Zero >
Volte de onde veio
26/08/2002

< Feiras >


A primeira COMDEX a gente nunca esquece. Já lá se vão mais de dez anos. Foi em Atlanta. Era uma COMDEX Spring, provavelmente em abril ou maio. Três imensos pavilhões do centro de convenções atulhados de estandes com todo tipo de hardware que se possa imaginar, que na época a feira era quase exclusivamente de hardware. O pouco software que havia era quase todo DOS, já que o Windows 3 ou ainda não havia sido lançado ou, se havia, tinha sido há tão pouco tempo que pouca gente falava nele e quem falava não fazia muita fé naquela interface cheia de figurinhas. Mas, seja como for, tracei um plano tão metódico de exploração, pavilhão a pavilhão, corredor a corredor, estande a estande, que quando a semana acabou, exausto mas feliz, esse vosso amigo havia visitado cada um dos milhares de estandes da exposição.

De lá para cá, mudou a COMDEX e mudei eu. Ela, se espalhou, invadiu o mundo e acabou, quem diria, dando com os costados aqui no Brasil. Eu, nesses dez anos, perdi em algum lugar aquele encanto de explorar feiras. Portanto nada mais natural que minha relação com a COMDEX já não seja tão entusiasmada. Agora, um único dia basta para entrar, garimpar as novidades, fazer contatos com velhos amigos, desses que se vê quase que só nas feiras e eventos, dar uma olhada geral e voltar para casa. O deslumbramento acabou.

O que não quer dizer que a feira perdeu a graça. Eu é que perdi parte do prazer de desfrutá-la. Porque a COMDEX/SP continua sendo um dos maiores eventos de informática da América Latina, com 450 expositores, muitos dos quais vindos de fora para exibir seus produtos aqui. Este ano, inteligentemente, a distribuição dos estandes pelos 40 mil metros quadrados do Anhembi obedeceu a um critério temático, agrupando-os por ramo de atividade. Foram nove grupos, que iam desde imagem digital até armazenamento e segurança, passando por um pavilhão internacional com quase cem expositores estrangeiros. Como a feira voltou às origens e nela fecham-se negócios mas não se vendem produtos, para um evento deste porte o número de visitantes não é grande: mal chega a cem mil. Mas a freqüência da COMDEX se destaca pela qualidade, não pela quantidade: levantamento realizado no ano passado revelou que cerca de metade dos visitantes exerce funções de nível gerencial ou superior em suas empresas. E um evento que recebe quase cinqüenta mil gerentes, diretores ou presidentes não é de se desprezar. Além disso, rola em paralelo um Congresso com conferências, seminários e tutoriais e, este ano, foi incorporado o conceito de “inside events”, ou eventos dentro do evento. Nessa edição, dois se destacam: o BorCon, conferência anual de usuários da Borland, e o Novell Brain Share, um evento tão ambicioso que seu lema é “uma rede, um planeta”.

Mas e a feira, que tal? Bem, com a Elis cobrindo a exposição e o André o congresso, como vocês já devem ter visto nas demais páginas aqui do caderninho, não seria eu que me meteria a besta de me passar por repórter para dar pitaco. Mas não me furtarei de comentar as novidades que mais me chamaram a atenção.

E em se tratando de chamar atenção, nada melhor que as formidáveis telas planas das TVs de plasma apresentadas pela Samsung e LG. Que com suas 60 polegadas  deslumbram com suas cores vivas e resolução extraordinária. E os monitores LCD de grandes dimensões de ambas as empresas não ficam atrás.

As novas placas DRAGON da Soyo foram lançadas na COMDEX. Na verdade, o lançamento foi mundial, mas coincidiu com o evento. Uma grata coincidência que veio realçar a importância do escritório de vendas que a Soyo acaba de abrir no Brasil. O curioso é a justificativa para o nome Dragon, onde cada letra representa uma das características da placa: “D” de DDR, referente às memórias suportadas, “R” de Raid, da controladora de disco, “A” de áudio, integrado à placa, “G” do slot AGP, da controladora de vídeo, “O” de “overclocking”, que a Soyo jura que sua placa torna mais fácil, e “N” de NIC 10/100, a controladora Ethernet incorporada. É muita imaginação...

Mas o que eu gostei mesmo foi do novo drive Zip da Iomega. Além de muito mais rápido por usar a interface USB 2.0, que chega a uma taxa de transferência máxima de 7,5 Mb/s (haverá também um drive com interface FireWire, para o pessoal do Mac), o que impressiona mesmo é a capacidade do bichinho: 750 Mb. Eu não sei se você percebeu a vantagem de um Zip Disk deste tamanho, mas a primeira coisa que me veio à mente quando tomei conhecimento dele foi: “puxa, dá para copiar um CD inteirinho”...

B. Piropo