< Trilha Zero >
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11/03/2002
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< Correio VIP > |
Quando consigo algum tempo livre, verifico o correio eletrônico no escritório. O problema é que o escritório fica longe da central telefônica e suas linhas são “pupinizadas” (“pupinizar” é inserir bobinas de carga na linha para melhorar a transmissão a grandes distâncias; isso funciona razoavelmente para voz, mas limita as freqüências de transmissão de dados). Resultado: por melhor que seja meu modem, jamais consegui uma conexão com taxa superior a 14.400 bps. Não dá para navegar, mas para baixar o correio é suficiente. Exceto quando um remetente desavisado rompe a salutar regra da netiqueta segundo a qual não se deve anexar arquivos de mais de 100K sem obter permissão do destinatário e enfia em suas mensagens arquivos gigantescos não solicitados que raramente me interessam. Na taxa de 14400 bps, um arquivo de 1Mb consome mais de dez minutos de conexão. Dava vontade de desistir. Agora não dá mais. A conexão, infelizmente, continua a mesma porcaria. Mas mudei para um servidor de correio eletrônico que usa o protocolo IMAP. IMAP é o acrônimo de Internet Message Access Protocol. É um protocolo que permite acesso às mensagens enviadas para você diretamente no servidor de seu provedor de correio eletrônico. Dito assim, não parece muito diferente do protocolo POP (de Post Office Protocol), usado pela imensa maioria dos provedores, que também permite acesso às suas mensagens. A diferença está na expressão “diretamente no servidor”. A coisa funciona assim: as mensagens enviadas a você ficam em seu provedor, armazenadas no disco rígido de uma máquina denominada “servidor de correio”, aguardando sua próxima conexão. Se ele usa o protocolo POP, quando você “baixar” as mensagens elas serão, por padrão, transferidas para sua máquina e removidas do servidor. Já se ele usa o protocolo IMAP, mesmo depois de transferida para sua máquina, a mensagem permanece no servidor até você ordenar expressamente a remoção. Com uma vantagem adicional: você tem acesso ao servidor para consultar apenas os cabeçalhos das mensagens. Dependendo do assunto, remetente ou tamanho do anexo, dá para decidir se vale ou não a pena baixá-las. Se não, elas ficam por lá esperando sua próxima conexão (talvez de uma linha mais rápida) ou simplesmente são removidas sem delongas – recurso ideal para anexos indesejados ou spams. Hoje em dia, no escritório, antes de baixar o correio examino os cabeçalhos de todas as mensagens. Algumas são excluídas sem piedade. Baixo apenas as que julgo interessantes e não contêm anexos. Mais tarde, em casa, usando uma conexão “banda larga”, transfiro as demais, especialmente as portadoras de anexos. Depois, faço uma faxina, removo o lixo e ainda me dou ao luxo de deixar no servidor uma ou outra mensagem que considero importante para ser consultada, quem sabe, durante uma viagem futura. O provedor que oferece o IMAP é o Mandic:mail, em <www.mandic.com.br>. Pergunte a seu CEO, Aleksandar Mandic, de que se trata e ele lhe dirá que é “um serviço de correio eletrônico VIP”. Mas não seria um provedor internet? Sim, é, dirá ele. Mas ao contrário dos demais provedores, que fornecem internet e incluem correio eletrônico, o Mandic:mail é um serviço de correio eletrônico que inclui provimento de internet. Essa é sua forma de dar ênfase ao serviço de correio. Que, além do protocolo IMAP, oferece atendimento VIP, espaço ilimitado para armazenamento de mensagens, ambiente livre de publicidade e garantia de privacidade. Mas, em uma época em que pululam os serviços gratuitos de internet, haveria sentido em criar um serviço como esse, que além de pago, é caro? (custa R$ 365,00 por ano e quem afirma que é caro não sou eu, é o próprio Mandic, textualmente, na seção “História” de seu sítio). Ele responde: “Antes de abrir esta empresa, pesquisei o mercado. Provimento internet, tem gente dando de graça. Conteúdo, não é minha vocação e não dá para concorrer com os gigantes da comunicação. Acabei descobrindo que o correio eletrônico, talvez o serviço mais importante, é o único que poderia ser melhorado. E muito. Quem o oferece de graça visa a quantidade e para massificar tem que limitar a qualidade. Resolvi fazer o contrário: criar um serviço exclusivo, que fosse o melhor, para os poucos que estivessem dispostos a pagar pela excelência”. Isso dá o que pensar. Especialmente se dito pelo Mandic, o cara que na época em que todos os BBS eram gratuitos, resolveu cobrar pelo acesso ao melhorar a qualidade do Mandic BBS, um negócio que começou com um micro 286 e uma linha telefônica no quarto de sua casa e sete anos depois foi vendido por dez milhões de dólares. B. Piropo
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