Sítio do Piropo

B. Piropo

< Trilha Zero >
Volte de onde veio
04/06/2001

< Economizando energia >


Hoje começa oficialmente o racionamento (alguém aí em Brasília, por favor, avise ao Presidente para que ele não venha de novo com aquele papo de que foi “pego de surpresa”). Daqui pra frente a coisa é séria. Portanto não há hora melhor para aprendermos algo sobre gerenciamento de energia em computadores.

A primeira implementação foi introduzida pela Intel em 1992. Era totalmente baseada no BIOS e desligava alguns dispositivos após um certo período de inatividade. Chamava-se APM (de Advanced Power Management) e sua especificação definia as características de um driver que agia como interface entre o sistema operacional e o hardware. Exceto pelo driver, o sistema operacional nem tomava conhecimento do assunto. Um resumo das características e funções do APM é encontrado no sítio da MS, em <http://www.microsoft.com/hwdev/busbios/amp_12.htm>, onde pode ainda ser obtida sua especificação.

Em 1996 um grupo de empresas formado por Compaq, Toshiba, Intel, Microsoft e Phoenix, interessadas sobretudo em prolongar a duração da carga das baterias dos micros portáteis fabricados pelas primeiras, decidiram unir seus esforços e desenvolver um padrão que combinasse as ações de hardware, sistema operacional e BIOS para minimizar o consumo de energia. E trouxeram à luz a especificação ACPI (Advanced Configuration & Power Interface), “uma tecnologia de base que habilita o sistema operacional a controlar inteligentemente o consumo de energia do computador e periféricos a ele conectados” (veja detalhes em <http://www.teleport.com/~acpi/>). O padrão mostrou-se tão bem sucedido que, embora concebido para micros portáteis, logo passou a ser adotado também nos computadores de mesa. A ACPI é, portanto, uma evolução do APM.

Como para controlar o consumo de energia a ACPI combina tanto características do hardware (e seu BIOS) quanto do sistema operacional, ambos devem aderir à especificação. Quase todos os computadores modernos aderem, assim como os sistemas operacionais da MS a partir de Windows 98 (incluindo Win 98, ME, 2000 e, evidentemente, XP, mas não Win 95 e as versões antigas de Win NT). Portanto, é grande a probabilidade de que você possa se aproveitar dela nesses tempos de crise energética. Mas quem tem um velho 486 ou usa Windows 95 pode desistir. No máximo, dependendo do BIOS, poderá tirar algum proveito do APM se no setup da máquina existir a entrada “Power Management Setup”. Se não, nem APM... Se você não sabe se seu hardware é compatível com a ACPI, consulte o documento da MS “ACPI BIOS Lists and Test Matrix”, em <http://www.microsoft.com/hwdev/onnow/ACPI_lists.htm>. Ele se destina aos usuários de Win 2000, mas pode ser útil também para quem usa outras versões.

Sistemas que usam ACPI economizam energia desligando componentes (como drives de CD-ROM, discos rígidos ou modems) quando não em uso, ou diminuindo seu consumo (baixando a freqüência de operação da CPU ou desligando o tubo de raios catódicos de monitores, por exemplo). É a ACPI que informa ao sistema operacional quando deve desligar e quando retornar os componentes à plena carga. A tecnologia “OnNow”, da Microsoft, que põe o micro instantaneamente à disposição do usuário assim que é ligado, depende totalmente da ACPI. Veja detalhes em <http://www.microsoft.com/hwdev/onnow/> onde, além de informações sobre a própria tecnologia OnNow, você encontrará dezenas de atalhos (“links”) sobre tudo o que diz respeito a ACPI.

APM e ACPI são padrões voltados exclusivamente para micros. A eles soma-se o programa Energy Star, do governo americano, instituído em 1992 pela EPA (Environmental Protection Agency) com o objetivo de incentivar a fabricação de produtos energeticamente eficientes. O programa estabelece metas e é baseado no conceito de “selo de garantia”. Vai desde janelas (recebem o selo as que melhor isolam o ambiente, economizando energia com aquecimento) até sinais de trânsito. A nós, interessam os monitores e computadores. As metas estabelecidas para seu consumo máximo quando não em uso são 15W e 30W, respectivamente, e buscam atingi-las empregando os recursos da APM ou ACPI. Somente podem estampar o selo os produtos que atingem as metas.

Agora que já sabemos o que são APM e ACPI, na próxima semana poderemos aprender como ajustar nossas máquinas para tirar proveito delas.

PS: Mestre C@T já disse e vou repetir: o arquivo Sulfnbk.Exe não é vírus. É totalmente inofensivo e está em sua máquina porque foi instalado por Windows. Pelamordedeus, parem de circular aquela mensagem de advertência.

B. Piropo