< Trilha Zero >
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08/01/2001
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< Sistemas Operacionais > |
Depois que mencionei ter instalado três sistemas operacionais em minha máquina, recebi diversas mensagens de leitores sobre o assunto. Considerando o interesse despertado, achei que seria de bom alvitre discuti-lo, explicando em linguagem simples os principais conceitos envolvidos. Mas abordarei o tema da forma mais genérica possível, evitando detalhes técnicos desnecessários e tentando destrinchar o assunto em linguagem de leigo. Portanto, mesmo que você não pretenda instalar um segundo sistema, penso que a leitura valerá a pena. Afinal, melhor que aprender a instalar mais de um sistema, será entender os conceitos subjacentes. Dentro desta ordem de idéias, explicarei o que é um sistema operacional, que vantagens pode haver em dispor de mais de um e discutirei alguns conceitos básicos envolvidos, como partições, sistemas de arquivos e procedimento de inicialização da máquina. Então, começando do princípio: sistemas operacionais nada mais são que programas. É verdade que são programas especiais, que servem para carregar outros programas e controlar todo o funcionamento da máquina, mas não passam disso: programas. Assim sendo, cada um deles tem suas características particulares, defeitos e virtudes. Windows 2000, por exemplo, foi desenvolvido para os microprocessadores modernos e por isso é mais estável, o que faz com que a ocorrência de erros e travamentos da máquina seja menos freqüente. Porém é mais complexo e exigente quanto ao comportamento dos programas que suporta, especialmente daqueles que tentam acessar diretamente os dispositivos da máquina (para garantir maior estabilidade, Windows 2000 exige que apenas ele acesse diretamente o hardware; se algum programa precisa fazê-lo, tem que ser através do próprio Windows 2000, usando seus diversos “serviços” – afinal, é para isso que serve um sistema operacional). Por isso, Windows 2000 é incompatível com muitos programas Windows, como jogos e aplicativos multimídia. Já Windows 98 é mais tolerante. No entanto, por ser derivado do DOS, um sistema operacional desenvolvido para o primeiro computador pessoal lançado pela IBM em 1981, e por procurar manter compatibilidade com o maior número possível de aplicativos, oferece um grau menor de “proteção” (ou seja, permite não apenas que certos programas possam acessar diretamente o hardware como também, o que é mais grave, que um programa se intrometa nos trechos de memória reservado para os demais ou para o próprio sistema operacional, dando origem às chamadas “falhas de proteção” que na maioria das vezes redundam em travamento da máquina). Já Windows ME (de Millenium Edition) é uma versão intermediária entre Windows 98 e 2000, e Linux é um sistema operacional moderno, tão (ou mais) estável quanto Windows 2000, porém igualmente complexo, que exige seus próprios programas (ou seja, não roda programas Windows). E, embora mais que suficiente para a execução das tarefas essenciais, seu elenco de aplicativos ainda está muito longe da extraordinária multiplicidade de opções disponíveis para os diversos sabores de Windows (sim, eu sei, muito faltou dizer sobre as vantagens e desvantagens de cada sistema, sem falar no fato de eu não ter sequer mencionado meu antigo xodó, o OS/2 da IBM; mas eu disse que iria me ater apenas aos aspectos genéricos, portanto abstenham-se de me mandar mensagens e acreditem: eu sei que o sistema de sua preferência é infinitamente melhor que os demais, apenas falta-me espaço para louvar suas excelências). Essas diferenças explicam o desejo de dispor de mais de um sistema operacional, podendo optar por um ou outro logo após ligar a máquina. Alguns, como eu, simplesmente pretendem conhecer mais sobre cada sistema e querem desenvolver esse conhecimento usando-os em suas tarefas diárias. Outros preferem um sistema operacional mais estável e moderno como Windows 2000 ou Linux para as suas atividades profissionais mas, em suas horas de lazer, não querem se privar de programas que somente rodam (ou rodam com melhor desempenho) em Windows 98 ou ME. Outros ainda migraram para um novo sistema mas, para se sentirem mais seguros, desejam manter a opção de usar o velho. As razões são muitas, todas elas ponderáveis. Portanto, nada mais justo que discutir como dispor de múltiplos sistemas. B. Piropo |