< Trilha Zero >
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23/10/2000
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< Falsas Extensões > |
Semana passada eu disse que nos tempos do DOS os tipos de arquivo eram identificados por suas extensões de até três caracteres separadas por um ponto do nome do arquivo, que por sua vez não poderia ter mais de oito caracteres. Disse ainda que Windows passou a aceitar nomes longos com até 255 caracteres e manteve o conceito de “extensão” para identificar o tipo de arquivo – embora as extensões não mais estivessem limitadas a três caracteres e, como o caractere “ponto” passou a poder figurar nos nomes de arquivo, apenas os último dos diversos pontos possíveis era interpretado como separador entre nome e extensão. Mencionei ainda que a Microsoft prefere ocultar as extensões. Se você ainda não tinha se dado conta disso, abra uma janela do Windows Explorer ou de “Meu Computador” em uma máquina na qual as configurações originais de Windows não tenham sido alteradas e procure pelas extensões. Repare: provavelmente não encontrará nenhuma e as que porventura encontrar serão desconhecidas (ou seja: você jamais encontrará extensões como Exe, Dll, Txt ou Doc, tão comuns em qualquer disco rígido que se preze). Evidentemente elas estão lá, apenas não aparecem. A razão disso é que, incompreensivelmente, Windows propositalmente as esconde. Mas esconde apenas aquilo que considera “extensão”, ou seja, tudo o que consta depois do último ponto porventura existente em um nome de arquivo. Essa diretriz pode ter conseqüências absolutamente desastrosas. Imagine que um mentecapto qualquer criou um vírus e batizou seu arquivo executável de “novovirus.txt.exe”, disseminando-o por correio eletrônico sob a forma de arquivo anexado a mensagens. Se a máquina dos destinatários obedece à configuração original, quando Windows ocultar a extensão e o ponto que a precede, o nome do arquivo executável será exibido como “novovirus.txt”. A falsa extensão Txt pode fazer os incautos acreditarem que se trata de um inofensivo arquivo texto discorrendo sobre vírus. A tentativa de abri-lo com um clique duplo sobre seu ícone provocará a execução do arquivo do vírus e a contaminação da máquina. Evidentemente os anormais que criam vírus não somente já se aperceberam como também estão se aproveitando disso, e quase todo vírus novo que se instala em Windows já adotou esta aparente extensão dupla. Portanto, se você ainda não o fez, ajuste imediatamente sua máquina para exibir todo e qualquer tipo de arquivo e extensão: acione a entrada “Opções de pasta” do menu “Exibir” de qualquer janela “Meu computador” ou Windows Explorer, passe para a aba “Modo de exibição”, marque o botão de rádio “Mostrar todos os arquivos” e desmarque a caixa “Ocultar extensões para tipos de arquivos conhecidos”. É importante, portanto faça isso agora mesmo. Eu espero. Fê-lo? Ótimo. A partir de agora, passe a examinar com extrema cautela as extensões dos arquivos que receber, venham de onde vierem, seja em disquetes ou anexados a mensagens de correio eletrônico (mesmo as de fonte conhecida e confiável; seu melhor amigo pode estar lhe enviando um vírus sem o saber, já que na maioria das vezes isso é feito automaticamente pelo próprio vírus). E nunca, jamais, em tempo algum, abra um deles sem antes obter confirmação da fonte que o enviou que se trata de arquivo absolutamente seguro (e se quiser ser radical, faça como eu: não abra nem que a fonte jure que é seguro; muitas vezes o ótimo sujeito que enviou para os amigos aquela animação só porque a achou tão bonitinha pode ter tido a máquina contaminada por ela sem o saber). Para reduzir a chance de contaminação, evite abrir arquivos de extensões Exe, Com, Bat, Pif, Vbs, Doc, Ppt, Xls e qualquer outra que possa indicar um arquivo executável ou que possa conter um script ou macro. Pronto. Feita a advertência sobre os perigos das falsas extensões, e antes de discutirmos as associações de arquivos, falta abordar os critérios adotados por Windows para nomear arquivos. Em princípio, Windows aceita quaisquer caracteres, inclusive espaço e letras acentuadas, com exceção de: barras inclinadas e vertical (“/”, “\” e “|”), sinais de maior-que e menor-que (“>” e “<”), aspas duplas, dois-pontos, asterisco e sinal de interrogação. Todos igualmente vetados pelo DOS que, além deles, vetava igualmente: abre e fecha colchetes, sinais de igual e adição, ponto (usado apenas como separador entre nome e extensão), vírgula e ponto-e-vírgula (cabe notar que todos esses são aceitos por Windows, portanto em Windows é possível usar a seguinte barbaridade como nome de arquivo: “esse troço de doido.é = ao [nome] de.arquivo+doido;que.já.vi,bat.com.exe.vbs.txt”. Coisa de maluco, nénão? B. Piropo |