< Trilha Zero >
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07/08/2000
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< Escolha o tipo > |
Há alguns dias eu disse que sou a única pessoa que conheço
a manter cópias de segurança de meus discos rígidos. Foi uma injustiça
que mereceu protestos veementes de todos os conhecidos que também
o fazem, sem exceção. Portanto, aqui vão minhas desculpas. A ambos. Os demais deixam os dados ao deus dará. O problema, por paradoxal
que pareça, é que na maioria dos casos eles se mantêm preservados
por anos a fio, já que a evolução da tecnologia de armazenamento
magnético produz HDs cada vez mais seguros. Como resultado, as pessoas
confiam mais e mais na aparente infalibilidade de seus discos rígidos.
Que, não obstante, continuam a falhar – embora menos freqüentemente.
A questão é que, para perder todos os arquivos, basta uma falha. Neste ponto, presumo que você já está convencido da necessidade
de fazer cópias de segurança (se não estiver, estará tão logo seu
HD use argumentos mais convincentes que os meus) e passarei a discutir
os tipos de cópias disponíveis. Há dois tipos básicos: total e parcial. No primeiro são copiados
todos os arquivos do disco rígido, indiscriminadamente. No segundo,
apenas alguns arquivos previamente selecionados. Considerando o
imenso espaço em disco que os programas modernos ocupam, mesmo que
você use meios rápidos e comprima os dados (a maioria dos programas
especializados fazem isso), mesmo em um micro doméstico uma cópia
total pode levar horas para ser feita e ocupar uma enorme quantidade
de espaço. Porém, se houver um acidente e você perder seu HD, bastará
restaurá-la para recuperar tudo, sem necessidade de reinstalar programas
e sistema operacional. Já com cópias de segurança parciais (por
exemplo: apenas do conteúdo da pasta “Meus documentos”), somente
se recuperam os arquivos nelas incluídos. Dado um conjunto de arquivos (seja todo o HD, seja apenas
um determinado número de arquivos selecionados), sua cópia de segurança
pode ser completa ou incremental. A completa inclui todo o conjunto
enquanto a incremental inclui apenas os arquivos criados ou alterados
após ter sido feita a última cópia de segurança. Para entender como
estes arquivos podem ser identificados, precisaremos saber o que
é o “atributo de arquivo”. Um bit é um dígito binário que somente
assume os valores “um” ou “zero” e portanto pode ser usado como
sinalizador para distinguir entre dois estados de determinadas grandezas.
Quando assume o valor “um”, o sinalizador está ativado, quando “zero”,
está desativado. Pois bem: dentre as características de um arquivo
(nome, tamanho, data de criação etc.) há um bit usado para indicar
se já foi (ou não) feita uma cópia de segurança. Este bit chama-se
“atributo de arquivo”. Quando o arquivo é criado ou alterado, o
bit é ativado. Quando é feita uma cópia de segurança com um programa
especial para este fim, ele é desativado (experimente: abra o Windows
Explorer, marque a entrada “Detalhes” do menu “Exibir”, selecione
uma pasta qualquer e examine o painel da direita; toda linha em
que aparecer um “A” na coluna “Atributos” corresponde a um arquivo
com o atributo de arquivo ativado e que, por conseguinte, não tem
cópia de segurança). Se você ordenar uma cópia incremental, o programa
verifica cada arquivo e copia apenas aqueles que tiverem o atributo
de arquivo ativado, desativando-o após fazer a cópia. Programas criados para fazer cópias de segurança, também
conhecidos como programas de “backup”, permitem escolher o tipo
de cópia, selecionar os arquivos e pastas que serão copiados e decidir
se a cópia será completa ou incremental. Pronto: agora você já pode escolher sua política de segurança.
Para orientá-lo, aqui vai uma que garante recuperar todos os arquivos
com o mínimo de trabalho mesmo em caso de perda total do HD (mas
que pode ser adaptada de acordo com suas necessidades, evidentemente):
fazer uma cópia de segurança total de todos os discos rígidos a
cada mês ou imediatamente após instalar um novo aplicativo, mantendo
arquivadas as duas últimas (a mais velha, portanto, terá menos de
dois meses), fazer semanalmente uma cópia parcial completa do conteúdo
da pasta “Meus documentos”, mantendo arquivadas as quatro últimas
e fazer diariamente, quando desligar o micro ao final da jornada
de trabalho, uma cópia parcial incremental do conteúdo da pasta
“Meus documentos”, mantendo arquivadas as sete últimas. Assim, dados
somente serão perdidos em caso de incêndio ou catástrofe similar. O problema é que há dados que não se pode perder nem nestes
casos. Veremos como protegê-los semana que vem. B. Piropo |