< Trilha Zero >
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31/01/2000
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< Injeção no olho > |
Quando ouvi falar de Internet grátis, achei que alguma coisa haveria de se esconder por trás desse negócio. Uma sensação assim tipo "tem azeitona debaixo deste angu" misturada com "pobre quando vê muita esmola, desconfia". Até pensei em experimentar, mas uma pulga alojou-se mui ressabiadamente atrás de minha orelha quando soube ser preciso instalar um certo programa "discador". Gato escaldado tem medo de água fria, pensei cá com meus botões: se os kits de alguns provedores estavam estuprando as máquinas dos fregueses que pagam, imagine o que não faria um programa de acesso a um provedor gratuito... Não, melhor deixar minha máquina em paz. Pois bem: esta semana recebi uma mui simpática mensagem do Antonio Carlos Ribeiro Faria ensinando o caminho das pedras para acessar a Internet de graça, sem alterar um único byte na configuração da máquina, apenas criando um conectóide (tenho nada com isso: quem escolheu o nome para esse treco foi a MS, que tem todo o direito de batizar suas criações da maneira que melhor lhe aprouver). Seria possível? Como nada tinha a perder senão os poucos minutos gastos para criar o objeto, resolvi arriscar. Pois não é que funciona? A coisa é de uma simplicidade franciscana. Abra o "Acesso à rede dial-up" que se abriga em "Meu Computador" e execute um duplo clique em "Fazer nova conexão". No nome da conexão, entre com "IG" e clique em "Avançar". Introduza o número do telefone na caixa correspondente (no Rio de Janeiro, 460-2000, para as demais cidades atendidas veja lista em <http://www.ig.com.br/conexaopc.html>), clique novamente em "Avançar" e saia clicando em "Fechar". Se quiser otimizar a coisa, clique com o botão direito sobre o conectóide recém criado, acione a opção "Propriedades" de seu menu de contexto, passe para a aba "Tipos de servidor" e deixe marcadas apenas as caixas "Ativar compactação de software" e "TCP/IP", desmarcando todas as demais (dica, aliás, que vale para seus conectóides atuais; experimente e veja como a conexão se estabelece muito mais rapidamente). Para facilitar o acesso, crie um atalho do conectóide em sua área de trabalho. Para conectar, execute um clique duplo sobre ele, entre com "ig" (sem aspas) na caixa "Nome do usuário" e novamente com "ig" na caixa "Senha". Marque a caixa "Salvar senha" e clique em "Conectar". Isso é tudo. Minhas conexões estabeleceram-se quase imediatamente, nas taxas mais rápidas que meu modem permite. Na transferência de arquivos cheguei a alcançar taxas de 6Kbytes/seg. De graça, sem instalar programa algum e sem tocar em um único bit da configuração de meu micro. E não é só isso: além do acesso, o IG fornece ainda correio eletrônico gratuito. Para criar a conta basta acessar a página <http://ig.com.br>, clicar no link "Crie agora seu ig-mail" e fornecer seus dados pessoais. A criação da conta é imediata. Você pode manejar seu correio eletrônico através do navegador no sítio da IG (inclusive arquivando mensagens e criando seu catálogo de endereços) ou, se preferir, usar seu programa predileto de correio eletrônico, criando nele uma conta dirigida aos servidores POP: pop.ig.com.br e SMTP: smtp.ig.com.br. Isto é todo o necessário para que você tenha uma conta de acesso à Internet completa, com correio eletrônico, inteiramente gratuita, sem necessidade de mudar um único ajuste da configuração de sua máquina, sem ter que abandonar seu navegador e seu programa de correio eletrônico (que permanecem inalterados), sem a obrigação de acessar o sítio do IG (exceto, é claro, para criar sua conta de correio) e sem ter que aturar nenhum tipo de incômodo, inclusive e principalmente publicidade não solicitada. Como é que esses caras vão ganhar dinheiro com esse negócio, não sei. Se isso vai durar para sempre sem sujeitar o cliente a nenhum incômodo, também não sei. E se as conexões vão continuar fáceis e rápidas, muito menos. Mas se alguma coisa mudar e você achar que não vale mais a pena continuar usufruindo do serviço, encaminhe delicadamente o conectóide para a lixeira e exclua a conta de seu programa de correio eletrônico. Vestígio algum permanecerá em sua máquina e, até então, você terá desfrutado de um serviço útil a custo zero. Experimente. Tanto quanto me foi dado perceber até agora, você não tem absolutamente nada a perder: é de graça. E como já ouvi dizer por aí: de graça, até injeção no olho... PS: semana que vem pretendo falar sobre um outro serviço ainda mais gratuito: o Super11. Nesse, por enquanto, você não paga nem os impulsos...
B. Piropo |