A Internet está por aí há mais de quinze anos (foi criada há mais tempo, mas somente a partir de 1995 foi posta ao alcance de seres humanos comuns, como nós; antes, estava disponível apenas para instituições acadêmicas e governamentais americanas, particularmente militares). Desde então, não é exagero dizer que ela mudou o perfil de nossa sociedade e nossa forma de trabalhar, interagir com amigos, colegas e instituições. Enfim: de viver.
Uma das características mais interessantes da Internet são os serviços que oferece, a maioria gratuitos. Há serviço para quase tudo. Os mais conhecidos são as redes sociais, tipo Facebook, Twitter e assemelhados. Depois, sítios de armazenamento de arquivos "na nuvem", como o Dropbox e GoogleDrive. Há sítios que se oferecem para armazenar suas fotos e compartilhá-las com seus amigos ou com o público em geral, sítios de notícias, de leilões, de prestadoras de serviço telefônico, de ofertas de descontos para compras coletivas, o diabo. É serviço que não acaba mais. E, praticamente sem exceção, para usufruir deles você deve se inscrever, abrindo uma "conta" com identidade de usuário, senha e fornecendo alguns dados pessoais.
Em alguns destes serviços você se inscreve e fica. Meu endereço de correio eletrônico não muda há pelo menos quinze anos por mais que eu tenha mudado de provedor de serviços durante este período. Graças ao POBox, um redirecionador de correio eletrônico. Abra uma conta nele por um custo irrisório, crie um ou mais endereços de correio eletrônico, configure sua conta para que as mensagens enviadas para aqueles endereços sejam redirecionadas para o que você mantém em seu provedor de serviços e esqueça. Se algum tempo depois você decidir mudar de provedor, basta reconfigurar sua conta no POBox para que suas mensagens sejam encaminhadas para o novo provedor, sem a necessidade de informar a todos os seus contatos que seu endereço mudou. Um achado.
Entretanto há outros serviços que, seja por não serem aquilo que esperávamos, seja porque perdermos o interesse em usá-los (quantos de vocês, que foram filiados, ainda usam o Myspace?) ou simplesmente porque somente precisamos dele para efetuar uma ou duas transações que, embora neles tenhamos aberto uma conta, já não mais a usamos há muito tempo. Tanto que, muitas vezes, nem lembramos mais da senha e identidade de usuário.
Não obstante as contas continuam abertas. E continuam abertas por uma razão muito simples: ninguém as fechou. E, enquanto abertas estiverem, nossos dados pessoais continuam nelas.
Do ponto de vista da privacidade e da segurança, um negócio destes não pode ser bom...
Evidentemente, o melhor procedimento a adotar em situações como estas é, assim que se parou de usar um serviço, encerrar sua conta nele. O problema é que as coisas não funcionam assim. Primeiro porque raramente se decide parar de usar o serviço em um dado momento, simplesmente se vai parando de usá-lo pouco a pouco até esquecer dele. Depois porque há casos em que é impossível. Você sabia que uma vez aberta uma conta Skype não há como encerrá-la? Tudo o que você pode fazer é remover completamente seus dados pessoais, mas a conta continua por lá. Finalmente, porque nem sempre é fácil descobrir como fazê-lo. Como o interesse do sítio é que você a mantenha por lá, os responsáveis nada fazem para facilitar a vida de quem pretende abandonar o barco.
Pois bem: se você tem contas abertas que pretende encerrar e ainda não o fez por não saber como fazê-lo, como diria um representante das Organizações Tabajara, seus problemas acabaram: o WikiCancel está aí para isso mesmo. Seu URL é < wikicancel.org >. Entre nele e você se deparará com a página exibida na figura, uma lista de 65 sítios prestadores de serviços que exigem a abertura de conta. Cada nome é um atalho ("link"). Clique em um deles e será levado a uma página com instruções sobre como encerrar sua conta no dito sítio. Boa sorte.