Sítio do Piropo

B. Piropo

Jornal o Estado de Minas:
< Coluna Técnicas & Truques >
Volte
03/01/2013

< Windows 7 ou Windows 8? >


Ano novo, vida nova, sistema operacional novo... Ou não? Bem, quanto ao ano novo, não há dúvida. Quanto à vida nova, nesta época sempre há quem decida mudar suas vidas e alguns até conseguem. Já quanto ao sistema operacional novo – e os que acompanham esta coluna já perceberam que me refiro ao Windows 8 – depende. E depende de um monte de fatores.

Um dos primeiros a ser cogitado é o balanço das vendas do novo sistema. Que, após dois meses de disponibilidade no mercado, já pode ser analisado. O problema é que analisar este tipo de dados é uma curiosa ciência na qual, baseado nos mesmos números, pode-se chegar a conclusões bastante diferentes de acordo com as convicções de quem analisa. E é exatamente isto que ocorre em relação à Windows 8. Sabe-se que o volume de suas vendas nos dois primeiros meses foi inferior ao de Windows 7 no mesmo período. Com isto concordam todos. Onde não há acordo é quanto a suas razões. Alguns acham que a mudança de paradigma na nova interface foi demasiadamente radical e afastou os usuários. Outros creem que isto se deve ao maior ciclo de vida dos computadores de mesa (David Tom, em artigo no "Midsize Insider", afirma que "se os usuários costumavam trocar seus computadores a cada quatro anos e agora trocam a cada cinco, isto pode reduzir as vendas em 20%, o que é substancial"). E há ainda os que afirmam que a redução no ritmo de vendas deve-se ao fato de que o mercado mudoucom a fartura de novos sistemas e opções de tipos de computadores. Diz Stephen Baker, do NPD: "Acontece que [hoje] o mercado não é o mesmo em que Windows 7, ou Vista, ou mesmo o XP foram lançados". Portanto, se nem eles estão de acordo, não seremos nós que enfiaremos a mão nesta cumbuca. Vamos então nos orientar por outros fatores.

Primeiro, o que acontecerá com Windows 7? A meu ver, nada. O sistema permanecerá vivo e forte, recebendo periodicamente "pacotes de serviços" e atualizações e continuará no mercado por um bom tempo. E tenho boas razões para pensar assim. Começando pelo fato de que é mais fácil usar Windows 7 que Windows 8 em um computador de mesa sem tela sensível ao toque. Depois, porque o cerne de ambos os sistemas é praticamente o mesmo (as grandes mudanças foram na interface) o que facilitará o desenvolvimento de programas compatíveis com ambos os sistemas. Portanto, acredito que Windows 7 é um bom candidato a romper o recorde de longevidade no mercado do Windows XP. Então, se você usa Windows 7 em um computador de mesa ou portátil tipo "notebook" sem tela sensível ao toque, não está interessado nas novidades de Windows 8 e está satisfeito com seu sistema, fique com ele. Presumo que os dois sistemas conviverão no mercado por um bom tempo.

Por outro lado o mercado de dispositivos portáteis de pequeno porte tipo tabletes e telefones espertos cresce muito rapidamente. Na verdade foi justamente esta a razão que levou a MS a conceber a nova interface do Windows 8. Ainda segundo Tom no artigo citado, "A Microsoft acredita que as telas sensíveis ao toque não são uma tendência de curto prazo, mas que eventualmente serão instaladas em portáteis de maior porte e micros de mesa. Este é o raciocínio por detrás da revisão radical [da interface] do SO. Se este for o caso, então a gigante tecnológica poderá estar em posição favorável, com a tendência das vendas crescerem no próximo ano". Bem, como comentamos acima, não é a reversão da tendência de vendas prevista por Tom que nos interessa, mas a razão que talvez leve a ela: adisseminação de computadores (seja qual for o formato ou porte) com telas sensíveis ao toque.

Se você, como eu, também acredita que esta é a tendência do mercado e pretende comprar uma máquina nova, então talvez seja o caso de equipá-la com Windows 8 mesmo que sua tela (ainda) não seja sensível ao toque. Ou de aproveitar a promoção da MS e comprar uma atualização para Windows 8 a preços mais que razoáveis. Afinal, sempre é bom se preparar antecipadamente para as tendências futuras. E, com Windows 8 ou sem ele, Feliz 2013.



B. Piropo