Agora que já sabemos como nasceu o Google Docs, vamos ver o que poderemos fazer com ele.
Em sua expressão mais simples, o Google Docs é um produto do tipo SaaS (“Software as a Service”) que oferece ao usuário doméstico meios não apenas de criar e editar documentos de texto, planilhas eletrônicas e apresentações sem a necessidade de instalar qualquer programa em seu computador (posto que os programas estão instalados nos servidores da Google e a comunicação do usuário com eles – ou interface – é feita através do programa navegador), como também de armazenar os arquivos assim criados nestes mesmos servidores (ou seja, naquilo que se convencionou chamar de “a nuvem”). E a melhor parte: até certo limite de espaço de armazenamento utilizado, o serviço é gratuito para usuários domésticos.
O que acima foi dito tem dois desdobramentos importantes. Parodiando as velhas piadas: um bom, outro ruim. O bom é que usando o Google Docs você pode ter acesso e editar seus documentos – ou, evidentemente, criar novos se assim o desejar – de qualquer computador na face da terra, desde que ele disponha de uma conexão à Internet. Para isto basta que você se conecte ao sítio do Google Docs, identifique-se como usuário e forneça sua senha. O ruim é que a “usabilidade” do serviço depende da taxa de transmissão de dados da referida conexão. Se seu computador dispõe de uma conexão permanente, confiável e, preferentemente, de alta taxa (idealmente igual ou superior a cinco Megabits por segundo e quanto maior, melhor), você pode até se dar ao luxo de dispensar a instalação de pacotes de aplicativos para criação de simples documentos de texto, planilhas eletrônicas e apresentações e usar exclusivamente os recursos do Google Docs para este fim. Mas se sua conexão é lenta, até pode usar o serviço (especialmente se recorrer a programas de terceiros para sincronizar o material armazenado na nuvem com o gravado nos meios de armazenamento de seu computador para ter acesso a eles “off-line”; voltaremos a isto adiante), mas terá que ter uma paciência muito, mas muito grande mesmo. Com conexão discada de 56 Kb/s, em minha opinião, nem vale a pena tentar.
Vamos então supor que sua conexão é rápida e confiável. Neste caso Google Docs lhe oferece recursos tão poderosos como os dos programas comerciais: criação de documentos contendo listas com marcadores, inclusão de tabelas, imagens, fórmulas e até inserção de comentários.
Porém talvez a maior vantagem do Google Docs é que, embora dispondo de um formato proprietário de arquivos, não se atém a ele e aceita para edição os formatos gerados pelos programas mais populares, como o MS Office, Open Document, Adobe Illustrator, Photoshop e vários outros (veja lista na Wikipedia, em < http://en.wikipedia.org/wiki/Google_Docs >), imagens no formato Tiff e arquivos comprimidos nos formatos .Zip e .Rar. Que podem ser criados no seu computador e transferidos via Internet para serem editados no Google Docs.
Outra vantagem é que todo usuário dos programas comerciais mais populares se sentirá à vontade editando os documentos “online” com o Google Docs, já que suas interfaces com o usuário são muito semelhantes às dos programas comerciais mais conhecidos, particularmente os que fazem parte do pacote MS Office. Veja-as na figura (obtida no próprio Google Docs, no arquivo do sistema de ajuda denominado “Tour pelo Google Docs” que pode ser examinado em < http://www.google.com/google-d-s/intl/pt-BR/tour1.html >) e repare como os menus e barras de ferramentas são semelhantes e contém essencialmente os mesmos elementos daqueles contidos nos programas que você usa para o mesmo fim, sejam eles quais forem.
Finalmente outra vantagem do Google Docs (e da maioria dos programas que armazenam arquivos na nuvem) é facilitar o trabalho colaborativo permitindo que você compartilhe seus arquivos – mas apenas os que selecionar – com terceiros, convidados por você.
Na próxima coluna veremos como ter acesso a estas facilidades.