Semana passada, de 13 a 15 de março, a empresa SAP organizou seu Fórum 2012 nos salões do WTC de São Paulo. Creio que jamais mencionei a SAP nesta coluna, já que se trata de uma empresa cujos produtos interessam especificamente ao mundo corporativo enquanto aqui me dirijo essencialmente a usuários domésticos. Por outro lado a SAP não é uma empresa qualquer: é a líder do mercado mundial de aplicações de software empresarial com quarenta anos de experiência no setor, dezessete dos quais com representação no Brasil onde mantem mais de 120 parceiros que a ajudam a atender quatro mil empresas onde labutam mais de um e meio milhão de usuários registrados de aplicativos SAP. Ainda assim o porte do evento não deixa de ser surpreendente: mais de nove mil participantes inscritos para assistir mais de 240 palestras e cem sessões técnicas que se espalharam pelos três dias do evento, com turnos durante a manhã, tarde e noite, além de sessões especiais conjuntas.
O SAP Fórum é o maior evento de negócios da América Latina. Porém não foi isto que o levou a figurar como assunto desta coluna, mas sim por dois temas que foram exaustivamente nele discutidos e que, embora voltados para o mercado empresarial, hão de despertar o interesse do usuário doméstico e do pequeno empresário: uma tecnologia inovadora denominada HANA e uma modalidade de “software como serviço” batizada de “Business One”.
HANA é a abreviação de “High-Performance Analytic Appliance”, uma ferramenta capaz de efetuar análises complexas de imensos volumes de dados em poucos segundos permitindo que as organizações tomem decisões estratégicas baseadas na análise de suas operações de negócios enquanto estes negócios estão em andamento. Um exemplo, citado na palestra de abertura por Luís César Verdi, Presidente da SAP Brasil: “usando as ferramentas de análise tradicionais, um grande supermercado pode coletar os dados de vendas, armazená-los e, por meio de sua análise, descobrir no dia seguinte quais produtos venderam menos na véspera e tomar medidas baseadas nesta análise; usando HANA, a mesma análise pode ser feita em tempo real e permitir, por exemplo, que na parte da tarde sejam realizadas promoções visando aumentar as vendas deste ou daquele produto que está vendendo menos do que o esperado ao longo do mesmo dia”. HANA consegue isto através daquilo que classifica como “computação em memória”, uma plataforma que combina as ferramentas de análises de negócios da SAP com o hardware fornecido por seus parceiros, de tal maneira que toda a base de dados – inclusive aquelas que podem ser classificadas como “big data”, ou seja, que armazenam enormes quantidades de dados – permaneça todo o tempo carregada na memória, possibilitando acesso praticamente imediato por sistemas que adotam processamento paralelo. Aqui não cabem detalhes, mas quem quiser informações técnicas mais pormenorizadas pode obtê-las no atalho “Learn about SAP HANA for next-generation apps and real-time analytics” da página < http://www.sap.com/solutions/technology/in-memory-computing-platform/hana/overview/database/index.epx > no sítio da SAP.
Já Business One é uma iniciativa dirigida às pequenas empresas que oferece as tradicionais ferramentas de gestão empresarial (ERP, de “Enterprise Resource Planning”) da SAP com baixos custos de adoção e pequeno volume de recursos tecnológicos, pondo o software SAP para processos de vendas, compras, estoque e finanças ao alcance de empresas de pequeno porte através de uma modalidade baseada em uma taxa de assinatura mensal por usuário. O sistema pode ser implementado localmente ou “na nuvem”, usando os servidores da empresa.
Acha complicado para uma pequena empresa usar exclusivamente software armazenado “na nuvem”? Pois a partir da próxima coluna vamos discutir um meio através do qual usuários domésticos, simples mortais como nós, possamos fazê-lo: o Google Docs. Aguarde.
Figura 1