Os computadores modernos são máquinas extremamente complexas. E, como não poderia deixar de ser, um sistema operacional como Windows, destinado a controlar e operar uma máquina com tal grau de complexidade, não poderia ser uma coisa simples. E não é.
Por outro lado os computadores pessoais, que quando lançados há pouco mais de trinta anos eram usados apenas por especialistas, engenheiros e programadores, já se disseminaram de tal forma que a imensa maioria de seus usuários não tem qualquer formação técnica. Vão desde donas de casa cujo principal interesse é a Internet até adolescentes interessados apenas em jogos e redes sociais. E, para ser usada por eles, a “interface”, ou o meio de comunicação entre usuário e o sistema operacional, não pode refletir a complexidade do sistema.
O resultado disto foi a chamada “interface gráfica”, com seus ícones e menus representando ações que são desencadeadas da forma mais intuitiva possível mediante simples cliques do mause, fazendo com que tudo pareça muito simples. Ou seja: ocultando as complexidades.
Mas ocultá-las não torna o sistema menos complexo. Torna apenas mais fácil lidar com ele nas tarefas diárias. Porém as complexidades afloram inevitavelmente assim que se torna necessário configurar determinadas alterações no comportamento do sistema.
Um bom exemplo disto é o Registro de Windows, um formidável banco de dados que contém, em um intrincado sistema hierárquico de chaves e valores, todos os ajustes do sistema operacional. Sua função é criar um meio de alterar estes ajustes quando necessário, sem interferir na operação do sistema via interface gráfica. O problema é que a forma usual de fazer isto é editar o Registro usando a ferramenta concebida para este fim, o Regedit, que expõe todo seu conteúdo e permite que seja modificado por qualquer usuário com privilégios de administrador. O que é um perigo, já que uma alteração indevida no Registro pode causar desde um mau funcionamento do sistema até impossibilitar sua inicialização. E reverter os efeitos de um destes enganos requer um bocado de conhecimento técnico.
Por isto surgiram ferramentas para editar o Registro indiretamente. São pequenos utilitários que oferecem ao usuário a possibilidade de efetuar ajustes simplesmente escolhendo as alterações que deseja efetuar em uma lista, por vezes acompanhada de uma esclarecedora descrição. Isto feito, basta comandar a alteração que o próprio utilitário se encarregará de alterar o Registro para implementá-la, evitando que o sistema seja prejudicado por enganos eventualmente cometidos pelo usuário ao manipular ele mesmo o Registro.
Um destes programas é o TweakNow WinSecret, que pode ser obtido gratuitamente no sítio do desenvolvedor, em < http://www.tweaknow.com/WinSecret.php > (para baixar o arquivo use o atalho “WinSecret360.exe”, na lateral direita da tela). Trata-se de uma ferramenta para alterar uma enorme variedade de ajustes tanto de Windows quanto de alguns dos programas mais usados por ele (como o Internet Explorer e Windows Explorer) sem invocar o Regedit.
A janela do TweakNow WinSecret exibe diversas abas (infelizmente, todas apenas em inglês). A de abertura, “Quick Optimizer” (ver figura), oferece uma lista de tarefas, como fazer uma faxina no Registro, eliminar arquivos temporários, otimizar ajustes de Windows ou de rede e Internet. Para executá-los basta marcar sua caixa de dados e clicar em “Optimize Now” no pé da janela. Mas talvez a aba mais interessante seja a “Windows Secret”, que permite alterar literalmente centenas de ajustes de Windows e seus programas (por exemplo: seu ícone “Windows Explorer” permite a quem não quer que as crianças mexam onde não devem, ocultar unidades de disco inteiras). O programeto anota o que faz e cria cópia de segurança do Registro antes de alterar qualquer coisa. Se você fizer uma alteração e se arrepender, clique na aba “Restore Backup” para restaurar o estado anterior. Ainda assim, recomendo cuidado. Faça uma ou duas alterações por vez, examine o resultado e só depois faça as demais.