A Internet é tão grande que dá a impressão que o que nela pomos mistura-se a um número tão grande de coisas que, se esquecermos do local onde as pusemos, é impossível encontrá-las novamente. Pelo menos assim era antes de aparecer o Google. Com ele podemos encontrar qualquer texto postado na Internet em qualquer ocasião meramente efetuando uma busca.
E imagens? Bem, aí há de serdiferente. Afinal, para um dispositivo de busca que trabalha com indexação, encontrar um texto é meramente uma questão de tempo, o curtíssimo tempo necessário para consultar seus índices e descobrir onde o texto indexado foi obtido. Já fazer isto ou algo semelhante com imagens deve ser impossível. Ou não?Senão, vejamos.
Abra o Google em <www.google.com.br>,clique em “Imagens” (assinalada com “1” na figura) na barra de menus que aparece na parte superior esquerda da janela e veja que a tela se modifica (seu título agora é “Google Images”). Entre com um texto, qualquer texto, na caixa de dados, clique no ícone com o formato de uma lente de aumento na extremidade direita da barra e veja aparecer na página um conjunto de imagens referentes ao texto submetido.
Nesta altura dos acontecimentos já ouço daqui os leitores recitando em coro: “Ora, Piropo, francamente, isto todo mundo já conhece, é o Google Images”. É verdade. Mas tenham um pouco de paciência. Reparem no ícone em forma de máquina fotográfica assinalado na figura como “2” (esmaecido porque já foi usado para fazer uma busca, mas inteiramente funcional). Este mesmo ícone se apresenta na página inicial do Google Images, ali mesmo ao lado da lente de aumento. É ele que permite fazer a busca entrando com imagens, não com texto.
Testem. A coisa é impressionante. Você pode fazer uma pesquisa com uma imagem existente na própria Internet clicando sobre o ícone da pequena máquina fotográfica e colando o URL da imagem na caixa de entrada de dados que então aparece (URL, ou Universal Resource Locator, é aquilo que costumamos chamar de “endereço Internet”; para copiar o URL de uma imagem postada na Internet basta exibi-la em seu navegador, clicar com o botão direito sobre ela e clicar na entrada “Copiar endereço da imagem”). A busca descobrirá se há uma cópia dela em alguma outra página ou se existem na Internet imagens visualmente semelhantes (entre com a imagem de um gato ou cão e assuste-se com a quantidade de gatos ou cães que retornarão).
Além de entrar com o URL de uma imagem obtida da própria Internet, você pode pesquisar por qualquer imagem gravada em seu disco rígido. Basta clicar no atalho “Envie uma imagem” e, ou simplesmente arrastar uma imagem com o mause e soltá-la na caixa de dados, ou clicar no botão “Selecionar o arquivo”, localizar a imagem em seu computador e clicar em “Abrir”. Elaserá enviada ao Google, será feita uma varredura nas imagens lá catalogadas em busca de similaridades e serão mostradas todas as imagens semelhantes. Testei com uma foto do Coliseu romano feita por mim mesmo e apareceram quase vinte mil imagens semelhantes.
Porém o mais impressionante é o resultado que consta da figura que ilustra esta coluna. Para obtê-lo eu simplesmente arrastei para a caixa de entrada de dados uma foto feita por mimem um dos pavilhões da COMPUTEX 2011 (a imagem de um modelo de tablete assinalada com a seta “3” na figura) e solicitei a busca. Pois bem: não apenas foram encontradas algumas fotos semelhantes mostradas na parte de baixo da janela, como também, imediatamente abaixo da foto por mim submetida, aparece outra quase idêntica, obtida na Internet e usada para ilustrar uma coluna. Por acaso não se trata de plágio: esta segunda foto também é deminha autoria, assim como a coluna, cobertura da feira. Porém o mais impressionante é que não é a mesma foto. Embora mostre o mesmo tablete com a mesma imagem na tela, é uma segunda foto, feita na mesma ocasião mas de outro ângulo, e exibe ainda um segundo modelo de tablete.Ou seja: a busca não é feita coincidindo as imagens mas por suas similaridades. É assustador...