Navegar na Internet, para muitos de nós (provavelmente para a maioria dos leitores destas mal traçadas) é uma necessidade quase tão vital como se alimentar e respirar, se me permitem o exagero. Mas o termo “navegar”, se bem que apropriado para descrever a atividade de quem cruza o espaço virtual aportando aqui ou ali conforme seu desejo ou necessidade, pode ser enganoso. Pois quem conduz uma nave, por definição, não deixa rastros. Os entes que navegam, embarcações, aeronaves ou astronaves, o fazem na água, ar ou espaço sideral, que não guardam pegadas. Já quem navega na Internet, querendo ou não, tem cada um de seus passos cuidadosamente registrados. Inclusive em seu próprio programa navegador.
Isto pode ser bom para quando se precisa retornar a um sítio já visitado e não mais se sabe seu URL nem se consegue descobri-lo recorrendo aos bons serviços do Google e seus congêneres. Basta abrir o “Histórico” e lá está a lista dos sítios visitados nas últimas semanas.
Mas, como tudo na vida, o que pode ser bom pode também trazer seus inconvenientes. No trabalho, nem sempre convém que seu chefe ou colegas saibam por onde você andou (se bem que sendo o equipamento de propriedade da empresa, pelo menos o chefe pode alegar este direito). Mas o trabalho, em geral, é o de menos. Pois, por vezes, as situações mais delicadas são criadas no interior do lar doce lar, quando o programa é compartilhado por mais de um usuário, em geral unidos pelos sacrossantos laços do matrimônio (ou qualquer outro tipo de união, pois hoje em dia são muitos). O que dá a um acesso ao histórico do outro.
Imagine que um dos consortes, possuído/a de grande fervor e à revelia do outro, frequente assiduamente um sítio da irmandade X (por vezes, até, XXX) cujo conteúdo religioso é explícito. E imagine que o outro não compartilhe das mesmas convicções e, seguindo os rastros deixados pelo primeiro, descubra que tais e quais congregações foram visitadas. O resultado é uma discussão que, por envolver delicadas questões de fé, não costuma trazer boas consequências.
É claro que, justamente para evitar este tipo de problema, todo bom programa navegador permite tanto a denominada “navegação privativa”, que não deixa rastros mas deve ser acionada previamente como, para quem se esquece de usá-la, oferece ainda a possibilidade de “limpar” o histórico, apagando-o todo. O problema é que apelar para ele pode ser tão incriminador quanto manter o próprio histórico, já que traz à baila os motivos que levaram a uma atitude tão radical (se porventura o amável leitor ou leitora se vir envolvido/a em uma situação como esta, sugiro culpar os vírus e encerrar a discussão o mais rapidamente possível).
O ideal seria um recurso que permita apagar apenas as pegadas incriminadoras, deixando as demais intactas. E as versões mais recentes dos programas mais populares o incorporam.
No Firefox 5: clique no botão “Firefox”, mova o ponteiro do mause para “Histórico” e clique em “Exibir todo o histórico” (ou acione “Ctrl+Shift+H”). Na janela do histórico, localize cada entrada a ser removida, clique com o botão direito sobre ela e clique em “Excluir esta página”.
No Internet Explorer 9: clique no ícone em forma de estrela em frente à extremidade direita da barra de endereços (ou acione “Alt+C”), clique na aba “Histórico”, localize cada entrada a ser removida, clique com o botão direito sobre ela e clique em “Excluir”.
No Chrome 13 (o único que admite eliminação “em bloco”): clique no ícone em forma de chave inglesa em frente à extremidade direita da barra de endereços, clique em “Histórico” (ou acione “Ctrl+H”), clique no atalho “Editar ícones” que aparece na extremidade direita da barra título “Histórico” para exibir as caixas de marcação em frente a cada entrada, marque todas as correspondentes às entradas que devem ser eliminadas e clique no botão “Remover ícones selecionados” (veja figura). O atalho agora indica: “Remoção de itens concluída”.
Assim só são eliminadas as entradas inconvenientes, preservando as demais. Bom proveito.
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Figura 1 - Clique para ampliar |
B.
Piropo