Durante a instalação de Windows 7 o usuário é solicitado a fornecer uma identificação de usuário (“UserID”) e senha para criar uma identidade (ou “conta”) com privilégios de administrador que dispõe de direitos absolutos sobre a máquina, como permitir a instalação de novos programas e periféricos, ter acesso aos arquivos de todos os usuários registrados no sistema e efetuar certas alterações de configuração que podem afetar a segurança do sistema.
Até aí tudo bem. O problema é que, ao contrário de versões anteriores, a configuração padrão da instalação inicial de Windows 7 exige que o usuário entre com sua senha em cada inicialização da máquina. E tem gente que não gosta disso. Alegam que, afinal, a máquina lhes pertence, ninguém mais a usa, querem ter acesso imediato assim que a ligam e acham perda de tempo serem obrigados a fornecer uma senha para garantir acesso a seu sistema.
Bem, a argumentação faz sentido. Então vamos explicar como fazer para se livrar da exigência de senha. Antes, porém, é conveniente examinar as razões pela quais ela é feita.
Durante anos a Microsoft ouviu os usuários de Windows XP reclamarem da falta de segurança do sistema. Mas na verdade, o sistema não era assim tão inseguro. Tratava-se mais de uma questão de configuração que de um problema inerente ao sistema. E a razão era simples: já havia, desde os tempos do Windows XP, a figura do administrador com seus privilégios. Mas todas as suas exigências de segurança eram passíveis de serem configuradas ou desabilitadas. E como segurança é bom, mas dá trabalho, a maioria dos usuários achava que poderia gozar do melhor dos dois mundos: configurar sua conta para usufruir privilégios de administrador dispondo de acesso total ao sistema, mas inibir todos os avisos e bloqueios para facilitar o uso.
O resultado disto era um sistema pouco seguro no qual todo usuário era um administrador, tinha acesso aos arquivos e configurações dos demais e tornava a máquina sujeita a contaminação por todo tipo de programa mal intencionado, desde vírus até cavalos de Tróia.
Então a MS decidiu resolver o problema de segurança de uma vez por todas e criou Windows Vista com seu draconiano sistema de controle de usuários que tornava o uso de uma conta de administrador obrigatório. Foi um Deus nos acuda. Os mesmos usuários que reclamavam da falta de segurança passaram a reclamar do excesso, alegando que quase nada podiam fazer em suas máquinas sem que fosse solicitada uma senha ou autorização de administrador.
Como resultado, Windows Vista encalhou nas prateleiras. A MS resolveu então, na versão seguinte, adotar um meio termo. Por isto Windows 7 mantém a obrigatoriedade da conta de administrador, mas quem quiser pode desabilitar a maioria das exigências de segurança.
Então vamos lá. Primeiro vejamos como desabilitar a solicitação da senha. Basta ligar a máquina, carregar o sistema operacional, clicar no botão Iniciar e na entrada “Painel de Controle” para abrir o painel. Em seguida há que clicar na entrada “Contas de usuário e segurança familiar” e, na nova janela que se abre, em “Alterar senha do Windows”. Isto leva à janela “Fazer alterações na conta de usuário” onde provavelmente o usuário que mantém uma única conta a encontrará destacada, informando tratar-se de um “administrador” e “protegido por senha”. Basta então clicar em “Remover senha”, entrar com a senha atual para confirmar tal intenção e clicar no botão “Remover senha”. Mas, a partir de então, qualquer pessoa (ou programa invasor) terá acesso total à máquina com privilégios de administrador. Um perigo.
Quem quiser recorrer a este alvitre que o faça por sua conta e risco, já que a máquina se tornará vulnerável a todo tipo de ataque e, se for usada para conexão à Internet, cedo ou tarde será contaminada. Há, porém, uma solução intermediária razoavelmente satisfatória que eu recomendo enfaticamente. Trata-se de manter a conta de administrador ativa, mas criar uma conta adicional para uso corrente, sem senha mas também sem privilégios.
Como fazê-lo e que vantagens e desvantagens trará será o assunto da próxima coluna.
B.
Piropo
