Escrever sobre informática tem lá suas vantagens. Uma delas é que por dever de ofício há que se experimentar todo tipo de programa e, com isto, na hora de se escolher o que se vai usar, a escolha é feita com um razoável conhecimento de causa. E acaba-se por escolher o que mais se adapta às nossas próprias características de uso.
Note que não escrevi “acaba-se por escolher o melhor”. É que, hoje em dia, quando se comparam programas equivalentes, dificilmente se pode afirmar que um deles é melhor. Todos são desenvolvidos por equipes de profissionais que sabem o que fazem e as diferenças entre eles pouco têm a ver com o conceito de “qualidade” e muito mais com o de “estilo”.
Tomemos como exemplo os programas navegadores. Se você consultar as estatísticas de uso atualmente disponíveis verá que os porcentuais variam bastante de acordo com o sítio que os fornece, mas encontrará sempre nas três primeiras posições e bastante afastados dos demais, sempre os mesmos três programas: Internet Explorer, Mozila Firefox e Google Chrome.
Deixemos então os outros de lado e nos fixemos nestes três. Como eu disse, os números variam, mas seja qual for a fonte percebe-se que a porcentagem de usuários do Firefox permanece aproximadamente constante há pouco mais de um ano, perto de um terço dos usuários, a do MS Explorer é mais alta mas vem caindo regularmente e a do Chrome é mais baixa, mas vem subindo de forma igualmente regular.
Citando o grande filósofo americano “Yogi” Berra (leia mais sobre ele na Wikipedia), “fazer previsões é muito difícil, especialmente quando se referem ao futuro”. Mas ainda assim, e à luz das estatísticas, arriscarei a minha: talvez ainda no próximo ano os três principais navegadores dividirão igualmente – ou quase igualmente – o mercado.
O que dificultará ainda mais declarar qual deles será “o melhor”. Então como escolher?
Bem, eu vejo três possibilidades. A primeira, ideal para o usuário acomodado e que não sente ganas (ou tem receio) de experimentar coisas novas, é simplesmente, não escolher e ficar com o que já usa. Pois a única justificativa plausível para uma mudança seria a existência de um produto concorrente de qualidade significativamente superior. Mas se, como acabamos de ver, do ponto de vista qualitativo, tudo leva a crer que o “seu” é no mínimo tão bom quanto a concorrência, você está satisfeito com ele, já conhece suas “manhas”, está habituado com seus menus e barras de tarefas, se orienta bem dentro dele, mudar para que?
A segunda, aconselhável apenas aos usuários particularmente curiosos sobre as características e funcionalidades de programas ou aos que, por uma razão ou por outra, não estão satisfeitos com seu navegador atual, é testar os outros dois por algum tempo, aprender a usá-los, explorar suas possibilidades, descobrir as diferenças entre eles e o “seu” e, de posse deste conhecimento, tomar a decisão final sobre qual escolher e quais descartar. Afinal, sendo os programas navegadores gratuitos, testar, literalmente, nada custa. É verdade que dá algum trabalho. Mas, para quem se decidir a trilhar este caminho, garanto: pode ser muito divertido.
A terceira não é aconselhável a qualquer tipo de usuário. Mas é a que eu escolhi para mim: ficar com os três, mantendo instalada a versão mais atual de cada um. Quem se decidir por ela (e, repito, não aconselho a fazê-lo, apenas relato minha experiência) terá que aprender a usar todos eles (o que eu fiz por obrigação já que me meti a escrever sobre eles). E descobrirá que, como tudo na vida, cada um deles tem suas qualidades e seus defeitos. E se adapta melhor a um tipo de tarefa. Por isto mantenho os três fixados em minha barra de tarefas de Windows 7 e volta e meia me dou conta que tenho os três na Área de Trabalho, cada um com um monte de abas abertas simultaneamente e fazendo aquilo que “sabe” fazer melhor.
Concluindo: ao fim e ao cabo, em suas versões mais novas e no que toca à qualidade, os três estão absolutamente equivalentes. Escolha qualquer um deles e estará bem servido.
B.
Piropo