Computadores pessoais só começaram a se popularizar no final dos anos oitenta do século passado. E não usavam mause. Que só começou a ser usado a partir da primeira metade da década seguinte, com o advento de Windows e a disseminação das interfaces gráficas.
Os primeiros eram de esfera (ou “bolinha”). Eram uns trambolhos. Em seu interior, projetando-se ligeiramente para fora da base, havia uma esfera de material emborrachado pressionada por dois roletes capazes de girar em torno de eixos ortogonais. O deslocamento do dispositivo em uma superfície plana fazia a esfera rolar, o que movimentava os roletes, que por sua vez acionavam sensores capazes de enviar sinais digitalizados pelo cabo (ou “fio”). Estes sinais eram processados pelo computador e faziam o cursor se mover na tela acompanhando o movimento do mause. O tipo da coisa simples e eficaz, não fosse pelo fato de que a superfície na qual a esfera rolava ia aos poucos se se cobrindo de pequenos fiapos que, arrastados para o interior do dispositivo, agarravam-se aos roletes e faziam o mause “falhar”: movimentava-se o bichinho e o cursor não se movia ou o fazia aos trancos. Uma chateação que só se resolvia abrindo o mause, removendo a bolinha e limpando tudo.
Este problema acabou com o advento do mause ótico. Aparentemente igual ao de esfera, mas com uma diferença fundamental: sem partes móveis. Em vez disto, em seu interior há uma minúscula câmara de vídeo e um emissor de luz – em geral avermelhada por ser esta cor a de maior comprimento de onda e mais fácil de captar (não é por outra razão que o sinal de “pare” é desta cor). A câmara capta continuamente imagens refletidas pela superfície sobre a qual o mause ótico se desloca e as compara, detectando assim qualquer variação de sua posição. Estas informações são processadas pelo computador que faz com que o ponteiro do mause se movimente na tela de acordo com elas.
Quem usa um mause ótico não volta para os de esfera – que praticamente desapareceram. Como estão desaparecendo os óticos, substituídos pelos “mauses a laser”, cujo funcionamento é praticamente igual ao dos óticos, porém nos quais o feixe luminoso é substituído por um fino raio laser, o que aumenta consideravelmente a precisão na determinação do deslocamento.
Tudo isto é muito bom, mas tem um sério inconveniente: a transmissão do sinal entre o dispositivo e o computador é feita por um desagradável, impertinente e incômodo cabo, ou “fio”, que sempre se enrosca onde não deve e atrapalha a movimentação do dispositivo.
É aí que entra o mause “sem fio”. Há alguns modelos óticos, mas os mais modernos são a laser. Em tudo idênticos aos modelos tradicionais, a única – e essencial – diferença é que a comunicação entre eles e o computador se faz por meio de um sinal de rádio de baixíssima potência (não só para evitar a geração de interferências como também para prolongar a duração da bateria) emitido pelo dispositivo, captado por um sensor situado a pequena distância e, daí sim, transmitido por um cabo para o computador. E se ver livre do cabo do mause, acreditem, faz uma diferença enorme no que toca ao trabalho de rotina.
Apesar de trazerem um bocado de tecnologia “embutida”, mauses sem fio, óticos ou laser, são relativamente baratos. Ou não: dependendo do tipo, estilo, número de botões, acabamento, marca e outros tantos detalhes, podem custar de menos de quarenta a algumas centenas de reais. O da figura, de seis botões, é uma pequena joia, um modelo de uma série especial da Gigabyte de produção limitada, revestido em couro e ornamentado com cristais Swarovski. Mas o importante não é o luxo, mas a praticidade. Que é garantida pela eliminação do cabo.
Em suma: há mauses sem fio de todo tipo, de todo preço e para todo o gosto. É uma coisa útil, prática e facilita muito o trabalho. Para quem ainda não escolheu o presente, fica a sugestão.
Juntamente com os votos de um feliz Natal.
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Figura 1 |
B.
Piropo