Em geral uso este espaço para fornecer informações para facilitar a vida do sofrido usuário de computadores. Hoje abro uma exceção para comentar as virtudes de um produto. Que sequer está disponível no Brasil e nem sei se já foi posto à venda, pois somente o vi no estande do fabricante, a Antec, durante seu lançamento na COMPUTEX 2010 que visitei recentemente.
O produto, por estranho que pareça, é um gabinete. Mas o que pode ter de tão especial um gabinete, que geralmente não passa de um simples invólucro para os componentes de um computador, para atrair tanto minha atenção e merecer tanto destaque? Vamos ver.
O gabinete é o “Lanboy Air” da Antec. E não chamou apenas a minha atenção. Chamou também a do corpo de jurados responsável pela escolha dos produtos merecedores do “Best Product Award”, um disputado prêmio concedido pela organização da COMPUTEX para os melhores produtos exibidos na exposição. O Lanboy Air foi um dos agraciados.
O que faz do Lanboy Air um produto tão especial é sua concepção. Ao contrário dos gabinetes comuns, constituídos por uma base onde se encaixam os componentes encapsulada em uma caixa metálica, ele consiste em uma leve estrutura modular de alumínio que forma uma armadura rígida onde se encaixam sete painéis. Estes painéis, por sua vez, não são vedados por uma placa metálica. Ao contrário, são constituídos também por uma moldura de alumínio que sustenta uma tela metálica, o que permite que o ar transite livremente para dentro e para fora do gabinete. Veja, na figura, uma vista lateral do Lanboy Air fotografado na COMPUTEX e perceba como seu interior pode ser divisado através dos painéis laterais.
Todas os componentes do gabinete são removíveis e uma boa parte deles são intercambiáveis. O da foto exibe, acima do painel superior, um componente achatado. Trata-se de um radiador, muito semelhante ao usado nos automóveis, por onde circula o líquido usado na refrigeração do microprocessador. Isto porque a máquina contida neste gabinete em particular é de altíssimo desempenho e dissipa grande quantidade de calor, exigindo refrigeração a líquido. Evidentemente o radiador não faz parte do gabinete padrão e deve ser adquirido separadamente. Mas sua presença mostra a versatilidade do Lanboy Air: se você montar uma máquina tão poderosa que necessite de refrigeração a líquido, não precisa montar qualquer “gambiarra” para sustentar o radiador. Basta encaixá-lo no Lanboy Air.
Na face frontal do gabinete percebe-se a presença de duas ventoinhas de 120 mm. O Lanboy Air aceita até um total de doze delas, distribuídas pelos diversos painéis, dependendo das necessidades de arrefecimento. Mas nada impede que uma delas seja removida do painel frontal e substituída, por exemplo, por três baias para acionadores (“drives”) de discos óticos de 5,25”. O Lanboy Air aceita até um máximo de nove delas. E, internamente, há lugar para até seis discos magnéticos. Segundo o fabricante, a facilidade com que se pode combinar número de ventoinhas, acionadores de discos óticos, discos magnéticos e acessórios diversos permite montar até 34.800 diferentes configurações. E o melhor: a concepção das baias e dos encaixes para os discos, assim como a dos demais componentes do gabinete, é tão inteligente que quase todos podem ser instalados (e removidos, naturalmente) sem a necessidade de girar um único parafuso: todos os locais onde se pode encaixar um acionador de discos dispõem de conectores padrão SATA. Basta deslizar o disco até o final para que seus contatos se fechem com os dos conectores (mas, segundo o representante que me atendeu no estande, os discos podem ser aparafusados caso se pretenda fixá-los mais firmemente em caso de transporte).
Pois é isso. Eu sei que provavelmente você não encontrará um gabinete como este no mercado para montar seu próximo micro. Mas sempre é bom saber que até algo aparentemente simples como um gabinete pode se beneficiar de um bom projeto.
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Figura 1 |
B.
Piropo