A coluna sobre o Motorola Milestone deu o que falar. E o que ouvir (melhor: o que ler). O que recebi de mensagens sobre ela foi um assombro. Mensagens que se dividem em dois grupos mais ou menos iguais: o dos que têm um Milestone, estão satisfeitos com ele, e se indignaram com minhas queixas e os que delas compartilham e, ou lutam com as mesmas dificuldades, ou já migraram para outro aparelho que atende suas necessidades.
Então vamos por partes: na coluna passada caberia perfeitamente um subtítulo: “Primeiras impressões”. Eu estava lidando (brigando?) com o telefone (não muito) esperto apenas há alguns dias e não havia me acostumado com suas manhas. Agora não: eu já brigo (lido?) com ele há um par de semanas. É verdade que ainda não me acostumei com suas manhas. Mas aprendi uma coisa ou outra. Por exemplo: apesar da garbosa menina que me atendeu a guisa de suporte também ignorar este fato, a agenda de contatos do Milestone aceita, sim, mais de um telefone por contato. Como me informaram pressurosamente os usuários satisfeitos, basta premir o sinal de adição (“+”) situado ao lado de qualquer número de telefone para que se abra uma caixa de dados solicitando mais um. O que é bom. O problema é repetir isto cerca de três mil vezes. Pois minha agenda de endereços e telefones tem exatos 1058 contatos com, em média, três telefones cada: o de casa, o do trabalho e o celular. E eu ainda não consegui uma forma decente de transferir seus dados para o Milestone exceto convertendo-a em um arquivo CSV (texto separado por vírgulas), importando-a para o Outlook, daí para a agenda do GMail e desta para o telefone esperto (pero no mucho). E como em um arquivo deste tamanho sempre há pequenas imperfeições (como vírgulas no meio de endereços, que acabam se misturando com as vírgulas separadoras do texto e bagunçando completamente a estrutura do arquivo), há que editá-lo “na munheca”. O que tem sido meu passatempo dos últimos dias.
Não é que o Milestone seja um mau produto. Muito pelo contrário: exceto pelo consumo de baterias, que me pareceu excessivo, e pelo diminuto tamanho das teclas, trata-se de uma magnífica peça de hardware. E eu admito que, sendo um dispositivo que acessa a Internet em alta taxa de transferência de dados (“banda larga” de terceira geração) precisa mesmo de drenar muita energia da bateria. E, em se tratando de um aparelho portátil, as teclas não podem ser mesmo muito maiores. Mas a tela é de uma nitidez espantosa, o acesso à Internet é realmente rápido, a câmara é perfeitamente aceitável e as funções do hardware não ensejam qualquer reclamação. A Motorola produziu, realmente, uma magnífica peça de hardware.
O problema não é o hardware, é o software. Especificamente o Android e seus aplicativos. A impressão que o sistema operacional passa é que ainda não está pronto. Gira em torno do Google, seus sítios e seus aplicativos como se o universo se limitasse a eles. Tem imensa dificuldade de dialogar com qualquer coisa fora deste perímetro (tome como exemplo a impossibilidade de transferir dados da agenda de compromissos do Palm e a imensa dificuldade de fazê-lo da agenda de compromissos). Mas vou me acostumando aos poucos e, quem sabe, com uma nova versão (dizem que a 2.1 está pronta) as coisas melhorem...
E para não dizer que não falei de computadores, aqui vai uma dica daquelas que todo o mundo deveria conhecer mas, ao que parece, pouquíssimos conhecem. Seguinte: quem trabalha com o Office 2007 já se acostumou com a Faixa de Opções no topo da janela e em geral gosta dela. Mas, quando não a está usando, anseia por um pouco mais de espaço para edição. Pois você sabia que basta executar um clique duplo com o botão esquerdo do mause sobre qualquer de suas guias (ou acionar a combinação de teclas Ctrl+F1) para fazê-la recolher-se à sua insignificância e desaparecer, deixando apenas as guias aparentes? Para tê-la de volta basta um clique sobre uma das guias (ou repetir o “Ctrl+F1”). Faça bom uso do espaço que ganhou.
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| Figura 1 - Clique para ampliar |
B.
Piropo
