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B. Piropo

Jornal o Estado de Minas:
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15/04/2010

< Office 2010 >


Segundo estatísticas da própria Microsoft, seu pacote de aplicativos Office é usado por cerca de quinhentos milhões de pessoas em todo o mundo. E, considerando-se que se trata de um produto que exige “ativação”, ou seja, cujo uso precisa ser liberado pela MS, neste caso particular as estatísticas não devem estar longe da verdade.
Por se tratar daquilo que chamamos de “pacote” (e, em inglês, chamam de “suite”), o produto é constituído por um conjunto de aplicativos. Dentre eles, o mais longevo é o Word, que completa vinte anos. O MS Ofice é, portanto, um produto maduro. Não obstante a MS prepara-se para lançar dentro de um par de meses o MS Office 2010. Que tipo de mudanças se deve esperar de um produto já tão testado pelo mercado e aprimorado pela MS?
Não muitas. Mas, surpreendentemente, as que foram incluídas vão fazer diferença.
Como eu sei? Bem, esta coluna, por exemplo, está sendo digitada no Word incluído na distribuição beta do Office 2010. Tenho trabalhado com alguns dos aplicativos do Office 2010 (notadamente o Word e o PowerPoint) há algumas semanas. E já deu para sentir as diferenças.
No Word não são muitas. E as poucas foram bem-vindas. A mais radical beneficiará apenas os usuários corporativos que trabalham em rede e precisam ter acesso – e, eventualmente, alterar – o mesmo documento. Até agora, para que um deles abra o documento, o outro tem que fechá-lo. No Word 2010 não apenas todos podem ter acesso simultâneo ao mesmo documento como podem fazer todas as alterações que acharem convenientes. O próprio Word se encarregará de sincronizar as mudanças e informar aos interessados.
Houve outras mudanças no Word, como a possibilidade de prever o formato de um trecho de texto antes de “colá-lo” no documento (extensiva aos demais aplicativos), a introdução de novos efeitos de tipologia e uma boa melhoria nas funções de edição de imagens inseridas. Além de outras que afetam todos os aplicativos do pacote, como o esperado desaparecimento do “botão Office” com o qual os usuários jamais se habituaram e foi substituído, como era desejável, pela guia “File” (provavelmente “Arquivo” em português; por enquanto a versão beta só está disponível em inglês) e de um novo ícone na Faixa de Opções que a minimiza. E mais um monte de pequenas alterações que, no geral, melhoraram algo que já era bom.
Mas, pelo menos com base no que pude observar até agora, as mudanças mais extraordinárias ocorreram no PowerPoint. Um programa que conheço bem, uso com frequencia para preparar aulas e palestras, acho muito bom e, confesso, não esperava que pudesse melhorar tanto.
O novo PowerPoint permite abrir duas ou mais apresentações simultâneas, cada uma em sua janela, e copiar efeitos de animação de uma para outra. E, por falar em animação, as guais “Transitions” e “Animations” (“Transições”, que afetam a mudança de um slide para o próximo, e “Animações”, que afetam a exibição dos diversos objetos que compõem um slide) incluem novos efeitos, alguns espetaculares. Mas isso é o de menos. Extraordinárias, mesmo, são as novas funções que permitem editar gráficos e vídeo sem sair do PowerPoint, importar vídeos diretamente da Internet e inclui-los na apresentação, pôr a apresentação inteira na Internet permitindo que ela seja exibida por qualquer programa navegador ou converter a apresentação em um filme que pode ser exibido em qualquer micro. E mais um mundo de pequenas novidades. Como por exemplo um botão de captura de telas (presente, aliás, nos demais aplicativos) que permite ilustrar a apresentação com imagens capturadas de qualquer janela aberta por qualquer outro aplicativo. Um negócio que poupa um bocado de trabalho...
A maioria dos analistas afirma que o Office 2010 representará para o Office 2007 o que Windows 7 representou para o Vista. Eu seria mais cauteloso. Diria que se você já tem o Office 2007, não precisará correr para a loja quando o 2010 for lançado. Mas, se ainda usa o Office 2003, é bom preparar-se para a corrida. Porque, neste caso, definitivamente valerá a pena.

B. Piropo