Jornal o Estado de Minas:
< Coluna Técnicas & Truques > |
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17/09/2009
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< Definindo > |
Acontece com todo o mundo, já aconteceu comigo e provavelmente aconteceu com você porque, afinal, ninguém nasce sabendo: durante a edição de um texto, geralmente naquela azáfama do fechamento, quando o tempo é curto e o trabalho tem que ser entregue a toque de caixa, surge uma dúvida sobre o significado ou grafia de um termo ou expressão. O texto (como, de resto, qualquer texto) é do tipo em que um erro seria inadmissível. Fazer o que? Bem, murmurará o leitor esclarecido, foi justamente para isto que inventaram os dicionários. É verdade, respondo eu. Mas você está com pressa, sentado diante de um computador, e a não ser que tenha um desses dicionários eletrônicos instalados em sua máquina, vai gastar um bocado de tempo até encontrar o maçudo exemplar e folheá-lo até achar o termo desejado. E tempo é justamente o que você não tem. Há alguma solução mais rápida? Sim, desde que você esteja conectado à Internet. E a resposta é aquela que, no que toca à Internet, já oferece solução para quase tudo e tornou-se uma palavra mágica, quase como “abracadabra”, diante da qual todas as dificuldades desaparecem. A palavra é “Google”. Mas calma, que não se trata de usar o Google da forma tradicional, visitando o sítio e simplesmente entrando com o termo ou expressão na caixa de dados. É claro que, eventualmente, isto até poderia resolver o problema. Mas quando se trata de definições o Google oferece um meio bastante específico e que vai direto ao ponto: o modo “define”. Não conhece? Pois não sabe o que está perdendo. Faça o seguinte: abra o Google (use a edição em português, em < www.google.com.br >) e, na caixa de dados, entre com: define: azáfama assim mesmo: a palavra “define” sem aspas, seguida de dois-pontos, um espaço e o termo para o qual deseja a definição. No modo “define”, em vez de procurar por todas as ocorrências do termo na Internet, o Google procura apenas por suas definições. E devolve as que encontra. No caso de “azáfama”, oferece a que encontrou no Wikcionário, o primo da Wikipedia, cuja edição em português pode ser localizada em < http://pt.wiktionary.org/ > (para onde se pode ir com um simples clique no atalho que aparece debaixo da definição). E “azáfama”, segundo ele, é: “afã, trabalheira, correria; balbúrdia, confusão”. O modo “define” do Google também pode ser usado para expressões, mas nesse caso com sucesso relativo. Por exemplo: entre com “define: toque de caixa” e o Google delicadamente informará que não encontrou definições para a expressão, mas oferece um atalho (“link”) que permite procurar por ela na Internet com um único clique. Aceite-o e logo entre os primeiros retornos você encontrará dois com a origem e o significado da expressão, inclusive o “Cuidado com a língua” (em < http://cvc.instituto-camoes.pt/ >), com um filmete para ilustrar o uso e onde você descobrirá que ela “remonta ao período medieval, tendo duas acepções: a) O rufar dos tambores ao som dos quais marchavam os soldados. b) A expulsão dos indesejáveis das cidades através do som produzido por uma caixa de rufo” (o sítio usa o português de Portugal). É claro que o modo “define” não funciona apenas em português. Mas o melhor é que ele é “inteligente”, ou seja, mesmo permanecendo na versão do Google “.br” o sítio detecta o idioma e procura o significado para você. Experimente entrar com um termo em inglês, como por exemplo “laundry”. Novamente o Google lhe informará que nenhuma definição foi encontrada em português, mas que encontrou algumas em inglês (na verdade, sete) que oferece, juntamente com os atalhos que levam a elas. Mas não se contenta com isto: varre a Internet em busca de outros idiomas em que a palavra existe e se oferece (sempre através de atalhos) para exibir seus significados. Foi assim que descobri que o vocábulo “piropo” existe não somente em português como também em alemão, espanhol e italiano. Que chique...
B. Piropo |