Jornal o Estado de Minas:
< Coluna Técnicas & Truques > |
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21/08/2008
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< Interpretando os bipes na partida > |
Um belo dia você liga seu computador e, em vez de exibir aquela tela de boas vindas ou coisa parecida, ele apita. Ou, mais apropriadamente: “bipa”. Se isso ocorrer, esteja certo de duas coisas: a primeira é que algo não vai bem. E a segunda é que a máquina tenta lhe comunicar qual o tipo de defeito ou qual componente e o responsável pelo mau funcionamento. O problema é que a língua dos bipes tem um vocabulário bastante limitado. Por isso, apenas com bipes a máquina não pode comunicar muita coisa. Mesmo porque, se o vocabulário fosse sofisticado, acabaria atrapalhando ao invés de ajudar, já que você, usuário, teria que decifrar o código dos bipes. Felizmente – e em geral, pois há exceções – a quantidade de mensagens é limitada e se resume aos poucos componentes que, ao apresentar defeito, podem impedir a partida da máquina. E, melhor ainda: além de poucos, os códigos são mais ou menos padronizados (pois, como eu disse, há exceções; se for esse o caso de sua máquina você terá que consultar o manual de sua placa-mãe – o que hoje em dia não é muito complicado pois, com uma boa pesquisa em um mecanismo de buscas tipo Google ou assemelhado, entrando com o modelo da placa-mãe, provavelmente você será levado ao sítio do fabricante de onde poderá transferir para sua máquina – ou “baixar” – uma cópia completa do manual, em geral no formato PDF). Mas deixemos as exceções de lado e vamos nos concentrar naqueles códigos usados pela grande maioria dos fabricantes de placas-mãe. Eles consistem em um ou mais bipes, longos ou curtos, em seqüência. Cada combinação tem um significado. Vejamos quais são. Silêncio total (nenhum bipe) e nenhum “sinal de vida” da máquina: falta de energia (pode ser externa ou, talvez, um defeito na fonte de alimentação do micro), UCP com defeito ou placas controladoras de periféricos mal encaixadas em seus conectores (“slots”); Um único bipe curto: tudo normal, o autoteste de partida foi realizado sem problemas e a máquina deve partir em seguida; Dois bipes curtos: erro no “chip” (circuito integrado) que contém as rotinas do BIOS ou dos procedimentos internos de partida. Se o problema não for físico (hardware), uma atualização do BIOS talvez resolva; Um bipe longo seguido de um curto: o problema é na placa-mãe; Um bipe longo seguido de dois (ou três) curtos: problema no controlador (placa) de vídeo; Três bipes longos: erro de teclado; Bipes longos que soam repetidamente: um ou mais módulos de memória RAM defeituosos; Bipes curtos, um alto seguido de um baixo, que se repetem: superaquecimento da UCP. Tudo isso é bom saber, mas só adianta se a máquina tiver como se expressar. Ou seja: se o pequeno alto-falante “de sistema” estiver conectado à placa-mãe. E acontece que hoje em dia, com o advento e disseminação das “placas de som”, tem muita gente montando computador sem conectar este alto-falante confiando que os sons serão melhor reproduzidos pelas potentes caixas de som ligadas à máquina. O que é verdade, mas tem um efeito colateral indesejado: se algo der errado na partida as caixas de som estarão inoperantes e os bipes não serão ouvidos. Portanto, certifique-se que o alto falante de sua placa-mãe está conectado (hoje em dia nem mais alto-falantes eles são: não passam de um pequeno dispositivo cilíndrico ligado por dois condutores ao conector onde são igualmente ligados os controles frontais da máquina). Não custa nada e pode lhe poupar muito aborrecimento se você precisar identificar um problema na partida do micro. B. Piropo |