Jornal o Estado de Minas:
< Coluna Técnicas & Truques > |
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17/04/2008
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< Resultados de exames por celular > |
Dia desses me submeti a uma bateria de exames. Nada de preocupante, pura rotina (digamos: se eu fosse um automóvel, seria o equivalente à revisão dos duzentos mil quilômetros). Levei o pedido do médico com a lista dos exames a um laboratório de análises clínicas e fui submetido às torturas e vexames próprios das circunstâncias, durante os quais removeram de meu corpo cansado uma quantidade colossal de líquidos diversos e outras tantas substâncias que o pudor e o respeito aos leitores me impede de discriminar e levaram tudo aquilo para análise. Na saída me deram uma senha. Senha? Para que senha? perguntei eu. “Ora, para o senhor obter os resultados dos exames”, respondeu solícita a recepcionista. Quer dizer que eu não preciso voltar aqui para recebê-los? perguntei novamente, desta vez um tanto escabreado. “Mas claro que não”, disse a moça. “Basta entrar na Internet e ‘acessar o site’ (esperar que ela dissesse “visitar o sítio” seria querer demais, naturalmente) do laboratório. Fica pronto amanhã”. Pois não é que no dia seguinte eu obtive todos os resultados via Internet e só tive o trabalho de imprimi-los e levá-los ao médico na consulta seguinte? Pois é. Vivida esta experiência, a única coisa que me falta entender é por que todos os demais laboratórios de análises clínicas não adotam o mesmo procedimento. Afinal a idéia é simples, fácil de implementar, barata e facilita a vida de todo o mundo, desde o cliente que não precisa voltar ao laboratório para receber um mero papel, até o próprio laboratório que reduz significativamente a carga de trabalho que recai sobre seu pessoal de atendimento. Agora recebo uma destas notas distribuídas à imprensa dando conta de um serviço semelhante. Que também se dispõe a enviar remotamente resultados de exames clínicos realizados em laboratórios que o implementarem. Só que não é mais apenas pela Internet. Além dela, usa também o telefone celular. O que expande consideravelmente o universo de usuários, já que somente no Brasil existem cerca de cem milhões deles. A empresa que desenvolveu o sistema chama-se Veus Technology e seu sítio na Internet, onde podem ser encontradas mais informações sobre o serviço, fica em < www.veus.com.br >. Eu não a conheço, portanto não posso testemunhar a eficiência de seus serviços como no caso do laboratório a que recorri. O que, evidentemente, não significa que os serviços sejam ineficientes, apenas que não os conheço já que tomei conhecimento deles através de uma nota distribuída à imprensa. Mas achei a idéia tão interessante que decidi comentá-la. O programa de comunicação da Veus permite aos laboratórios que o implementarem enviar laudos médicos e resultados de exames diretamente para o telefone celular do usuário seja por serviço de mensagens instantâneas (SMS), seja por acesso direto à Internet no caso dos aparelhos telefônicos equipados com a tecnologia WAP. Se, por questões de privacidade ou outra razão qualquer, o cliente não desejar receber laudos e resultados completos, pode usar o sistema apenas para avisá-lo que os laudos estão prontos e à sua disposição no laboratório via “torpedos SMS”. Mas, de qualquer maneira, vai ter a vida facilitada. E, com a disseminação dos serviços de telecomunicações sem fio de terceira geração e alta taxa de transmissão (“3G”), a tendência é que este tipo de prestação de serviço se torne cada vez mais comum. Só depende da criatividade dos desenvolvedores e do interesse dos usuários. Porque tecnologia para implementar este tipo de serviço já está ao alcance de qualquer um que possa adquirir um simples telefone celular. Ou seja: da maior parte da população brasileira. B. Piropo |