Jornal o Estado de Minas:
< Coluna Técnicas & Truques > |
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06/12/2007
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< Removendo hardware USB > |
No princípio era o caos. Então Bill Gates disse: crie-se o padrão “plug-and-play”, o “plug-and-play” foi criado e isso foi bom (talvez não tenha sido exatamente assim que aconteceu, mas é assim que o pessoal da MS gosta de pensar). E só quem tentou resolver o quebra-cabeças da “atribuição de recursos” para instalar um novo periférico pode apreciar o caráter quase milagroso do “plug-and-play”, um padrão que permite que os periféricos e o sistema operacional se entendam e distribuam os tais recursos sem a interferência do usuário (número de interrupção, endereço de E/S e canal de DMA, coisas que os micreiros recentes mal sabem do que se trata mas que, antes da criação do “plug-and-play”, povoava os pesadelos de todo usuário de computador). Mas, por melhor que seja, o “plug-and-play” só resolveu parte do problema. Porque para conectar um novo periférico ainda era imprescindível desligar a máquina. E eu vi muita gente boa “torrar” circuitos da placa-mãe ou de caras placas controladoras por esquecer-se de fazê-lo. Então veio o padrão USB com sua facilidade de conexão “a quente”, ou seja, permitindo conectar o periférico sem precisar desligar a máquina e, finalmente, fez-se a luz. E a turma se acostumou mal... Pois ocorre que, como para que se possa desfrutar de um dispositivo USB basta “espetar” seu conector no micro e esperar que o sistema operacional o reconheça e emita o aviso que “está pronto para uso”, tem gente que acha que sua remoção deve ser igualmente simples e bastaria arrancar o conector de seu encaixe. E, se bem que isso efetivamente funcione uma boa parte das vezes, também já vi muita gente boa perder arquivos ou danificar periféricos USB por agir assim. Porque para remover dispositivos USB é preciso antes avisar o sistema operacional que isso será feito. A razão é simples: enquanto um arquivo gravado em qualquer meio de armazenamento está sendo usado por um programa, Windows marca aquele arquivo como “aberto”. Se o meio de armazenamento é um disco fixo, o usuário nem precisa tomar conhecimento disso: quando o programa libera o arquivo ou quando se desliga ou reinicia a máquina, o sistema operacional “fecha” o arquivo (toma algumas providências internas e desabilita o atributo “aberto”) e todos são felizes para sempre. O problema surge apenas quando o arquivo está gravado em um meio de armazenamento removível, como os chamados “pen drives”, cartões de memória ou discos externos aderentes ao padrão USB. Neste caso, remover o dispositivo enquanto um ou mais de seus arquivos estão “abertos” pode causar danos que vão desde a corrupção destes arquivos até a perda de todos os dados gravados no dispositivo (na verdade, em casos extremos, pode-se até inutilizar o dispositivo). É para evitar que isto ocorra que se faz necessário informar o sistema que o dispositivo será removido. Para fazê-lo clica-se sobre o ícone “Remover hardware com segurança” da Área de Notificação (aquele trecho da extremidade direita da Barra de Tarefas que exibe os ícones dos programas que rodam em segundo plano) e, na lista de dispositivos removíveis que então aparece, clica-se no dispositivo que se deseja remover, aguarda-se que o sistema informe que ele pode ser removido e apenas então efetua-se a remoção (se ainda não for possível, aparecerá a janela mostrada na ilustração). E quem usa Vista dispõe ainda de uma forma adicional e mais prática: clicar com o botão direito no ícone do dispositivo em “Computador” ou no Windows Explorer e acionar diretamente a entrada “Remover com segurança” de seu menu de contexto.
B. Piropo |