Antigamente a escola era risonha e franca. Em compensação, conectar um periférico a uma “porta serial” de um micro era uma odisséia: havia que se atribuir “recursos” como número de interrupção, endereço de E/S e canal de DMA a cada dispositivo e nem sempre havia recursos disponíveis. Eu mesmo mais de uma vez fui obrigado a remover um dispositivo para liberar recursos para instalar outro. Coisa de doido.
Então apareceram o “Plug and Play” e as “portas” USB e, a exemplo dos produtos das Organizações Tabajara, com eles seus problemas acabaram. Basta encaixar o cabo no conector USB adequado para que a máquina e o novo periférico se entendam, deslindem os “recursos” necessários, os atribuam e, depois de uma ou duas mensagens informando que “foi encontrado novo periférico” e que “seus drivers estão sendo instalados”, apareça milagrosamente um balão no canto inferior direito da tela avisando que “o novo periférico foi instalado e está pronto para uso”. E tudo isso praticamente sem qualquer intervenção do usuário exceto, em alguns casos, rodar um programa de instalação fornecido com o periférico. Um aparente milagre ao qual só aqueles que padeceram das dores da instalação de periféricos em portas paralelas e seriais saberão dar valor.
Outro ponto importante é o fato de que se pode agregar um número de periféricos USB aparentemente ilimitado (na verdade há um limite de 127 dispositivos por porta, mas desconheço situação em que se chegue sequer perto dele) usando os chamados “hubs”, que são ligados a uma porta e nos quais, por sua vez, pode-se ligar outros hubs e dispositivos. Mas é justamente aí que mora o perigo. Pois acontece que o padrão USB aceita dois tipos de dispositivos: os que drenam corrente elétrica através do próprio cabo USB, como mouses e pequenos periféricos que dissipam pouca potência, e aqueles que necessitam uma fonte adicional de alimentação, como impressoras e escâneres.
Estes últimos não apresentam problemas: basta conectá-los a uma porta USB e ligar sua fonte de alimentação em uma tomada de parede. Toda a energia que necessitam será fornecida pela fonte e ele não drenará qualquer corrente da porta USB.
Mas os primeiros podem ocasionalmente apresentar um problema. Que se manifesta após a conexão de um periférico adicional a uma porta USB com a emissão de uma mensagem de erro informando que “um dispositivo USB excedeu os limites de potência de sua porta”. E, evidentemente, com a recusa do sistema em aceitar o tal dispositivo.
Isto ocorre porque a corrente elétrica fornecida por uma porta USB é limitada a 500 mA (miliamperes). O que em geral é mais que suficiente, já que a corrente drenada por um periférico como por exemplo um mouse é da ordem de 100 mA. Mas caso se conecte através de hubs um número excessivo de periféricos à mesma porta o problema pode se manifestar. E o último dispositivo conectado disparará a mensagem de erro.
Mas como saber se uma ou mais das portas USB de nossa máquina está próxima ao limite? Simples. O primeiro passo é abrir o Gerenciador de Dispositivos (em Windows XP ou Vista: clique com o botão direito em “Meu computador” ou “Computador”, escolha a entrada “Propriedades” e clique em “Gerenciador de Dispositivos”). Depois, procurar pela entrada “Controladores USB (Barramento Serial Universal)” e clicar no pequeno sinal de adição à sua esquerda. Em seguida procurar pelas entradas “USB Root Hub” e executar, sucessivamente, um clique duplo em cada uma delas para abrir sua janela de “Propriedades”. E, finalmente, clicar na aba “Energia”. Nela você verá a lista dos dispositivos conectados ao hub correspondente e a corrente drenada por cada um. Se a soma se aproximar de 500 mA, evite conectar mais dispositivos a esta porta.
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Figura 1 - Clique para ampliar |
B.
Piropo