Sítio do Piropo

B. Piropo

Jornal o Estado de Minas:
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15/06/2006

< Webmail >


Vai viajar? Tudo bem, isso não é razão para não manter em dia seu correio eletrônico. Afinal, atualmente se encontra em praticamente qualquer canto um micro conectado à Internet que, por uma módica quantia, pode lhe dar acesso a seu provedor. E não creio que ainda exista provedor de correio eletrônico que não ofereça o serviço “webmail”, aquela forma de acesso às mensagens usando o programa navegador em vez do gerenciador de correio eletrônico. Mas, se esta é sua intenção, convém tomar alguns cuidados relativos à segurança.

Quando em viagem, geralmente os computadores que usamos são máquinas postas à disposição do público, encontradas nos saguões de alguns hotéis, em “Internet cafés”, em “Lan Houses”, em pequenas empresas especializadas e em mais um monte de locais. Mas sempre é bom lembrar que se você tem acesso a eles qualquer outra pessoa também terá. Gente desconhecida que, se você não se precaver, poderá bisbilhotar seu correio eletrônico. Portanto é bom estar atento.

Por exemplo: quando viajo para participar de algum evento costumo verificar freqüentemente o correio eletrônico em um dos computadores disponíveis na sala de imprensa. Pois bem: é comum, após fornecer minha identidade de usuário e senha, abrir-se uma janela perguntando se desejo que os dados sejam gravados para facilitar futuros acessos. Se eu me distrair e responder afirmativamente, a partir deste momento qualquer pessoa que tenha acesso àquela máquina e conheça meu endereço de correio eletrônico (e, portanto, meu provedor e minha identidade de usuário, aquele trecho do endereço que antecede o sinal de arroba) terá livre acesso às minhas mensagens. E note que a situação nada tem a ver com armadilhas preparadas por pessoas mal intencionadas que desejam capturar minha senha: geralmente esses computadores são montados por terceiros especialmente para o evento e oferecer-se para gravar a senha no primeiro acesso a algum provedor é o comportamento padrão do Internet Explorer. Se um dia você vier a se encontrar diante de situação semelhante sugiro que, antes de responder negativamente ao oferecimento, marque a caixa “não perguntar novamente” (ou equivalente) para evitar que outra vítima desavisada com acesso à mesma máquina cometa o erro de responder afirmativamente por instinto, expondo sua correspondência à curiosidade pública.

Mas se há risco mesmo em máquinas “inocentes”, o que não dizer das instaladas em locais públicos onde um pilantra qualquer pode perfeitamente ter inoculado um “Keylogger” (programa que registra todas as teclas acionadas) e um “cavalo de Tróia” (programa que envia dados a seu “dono” pela Internet)? Em uma máquina assim preparada, o primeiro programa captura seus dados e o segundo os envia para o biltre que os instalou na máquina.

Disto, não há como se defender. Mas pode-se tomar algumas providências. A primeira: antes de sair de casa, “limpe” completamente sua caixa de entrada. Depois: a cada acesso que fizer durante a viagem, remova de sua caixa postal toda e qualquer mensagem que contenha dados confidenciais. Se os dados são importantes, antes de apagar a mensagem encaminhe-a para você mesmo em uma conta de outro provedor (se você não dispõe de outra conta, crie-a antes de viajar; há diversos provedores que oferecem correio eletrônico gratuito como o HotMail e GMail, ou o Yahoo). E jamais esqueça de “sair” (ou efetuar o “logout”) do webmail após consultar o correio (por incrível que pareça, há quem se esqueça disso e deixe seu correio eletrônico totalmente acessível ao próximo cliente que se utilizar da mesma máquina).

E, por último mas não menos importante: assim que retornar da viagem, não esqueça de trocar a senha de seu provedor.

Eu sei que tudo isso parece paranóia, mas sempre é melhor parecer paranóico que se expor ao risco de que terceiros tenham livre acesso a suas mensagens.

B. Piropo