No começo era o caos. E, no que diz respeito aos computadores da linha PC, o caos atendia pelo nome de DOS, um sistema operacional que só admitia um usuário por máquina, que só executava uma tarefa de cada vez e exigia o laborioso uso da “linha de comando”. Então Bill Gates disse “faça-se o Windows” e o Windows foi feito: um sistema operacional multiusuário e multitarefa com sua rutilante interface gráfica e, sobretudo, com o mouse. Com o qual o usuário se habituou, passou a usá-lo em todas as suas atividades e nunca mais quis viver sem ele (talvez eu tenha exagerado um pouco o papel de Bill Gates nessa história mas em linhas gerais foi mais ou menos isso).
O paradigma da interface gráfica emula nosso ambiente de trabalho com os objetos que o povoam. Os objetos são representados por seus ícones que podem ser “arrastados” com o mouse e “soltados” em qualquer local, inclusive sobre (ou “dentro de”) outro objeto. O que ocorre quando se arrasta um objeto e se o solta sobre outro depende de ambos os objetos, mas quase sempre deflagra uma ação. Por exemplo: arrastar o ícone de um documento e soltá-lo sobre o ícone ou janela do programa que o criou faz com que este programa seja aberto com o documento já pronto para edição. Arrastar este mesmo ícone de documento e soltá-lo sobre uma impressora faz com que o documento seja impresso. E soltá-lo sobre o ícone da “lixeira” remove o objeto para uma pasta especial (que faz o papel da lixeira ou cesta de papeis de seu escritório), de onde pode ser recuperado ou removido definitivamente “esvaziando-se” a lixeira. Como se vê o mouse e sua função de “arrastar e soltar” (“drag and drop”) exerce um papel essencial no contexto da “Área de trabalho”.
Então vamos supor que, dentre suas tarefas diárias, haja uma que solicita a repetição freqüente da operação de arrastar e soltar. Ou o uso ocasional de operações de arrastar e soltar que exigem que o objeto seja “solto” com extrema precisão em um lugar exato. Em ambos os casos executar a tarefa mantendo o botão do mouse sempre pressionado ou é cansativo ou difícil. Haveria um meio de arrastar e soltar objetos sem que fosse necessário manter o botão do mouse pressionado todo o tempo enquanto se arrasta?
Por surpreendente que possa lhe parecer, a resposta é “sim”. Uma função que Windows batizou de “Trava do clique”.
Ela funciona assim: quando está ativada e se deseja arrastar um objeto, move-se o ponteiro do mouse para o objeto e aciona-se o botão principal (normalmente o esquerdo) como se faz para iniciar o arraste convencional. A diferença é que basta manter o botão pressionado por alguns segundos (tempo que pode se ajustado). Quando o botão é liberado tudo se passa como se ele houvesse “travado” (daí o nome): o objeto é arrastado acompanhando o movimento do mouse mesmo com ambos os botões liberados. Para soltá-lo basta executar um único clique com o botão principal.
Para acionar a “Trava do clique” abra o painel de controle, clique em “Impressoras e outros itens de hardware” e abra o objeto “Mouse” (ou abra diretamente o objeto no Painel de Controle caso este esteja ajustado para o “modo de exibição clássico”). Procure, nas diversas abas, pela caixa “Habilitar trava do clique” (sua localização depende do modelo do mouse; no caso dos mouses mais simples ela pode ser encontrada na aba “Botões”, mas em alguns modelos ela estará na aba “Atividades” ou eventualmente em outra qualquer). Para habilitar a trava, marque a caixa. Para ajustar o tempo em que o botão deve permanecer pressionado para ser considerado “travado” clique no botão “Configurações” ao lado da caixa e, na janela “Configurações de Trava do clique”, ajuste o controle deslizante para a posição que melhor lhe convier.
Duas observações: acionada a “Trava do clique” ela funciona em todas as ações que dependem do botão principal do mouse inclusive, por exemplo, na seleção de texto no Word. Mas não se estende às operações de arrastar e soltar com o botão secundário, que continuam exigindo que se mantenha o botão pressionado enquanto se arrasta.
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Figura 1 |
B.
Piropo