Há algumas semanas falamos sobre a inconveniente proposta de mais de um “padrão” para os novos DVD ditos “de alta definição”. Mas este é um problema que só nos incomodará em alguns meses, quando tais padrões forem lançados. Ocorre que já há alguns anos o mercado de CDs e DVDs graváveis (R) e regraváveis (RW) enfrenta uma situação parecida: a existência dos padrões “menos” e “mais” (“minus” e “plus”, em inglês). Mas afinal qual é a diferença entre os CD e DVD -R/-RW e +R/+RW?
Do ponto de vista do usuário, praticamente nenhuma: tanto o fator de forma (dimensões) quanto a capacidade são rigorosamente os mesmos. A única coisa que realmente importa é o fato de serem incompatíveis: um CD ou DVD -R/-RW só pode ser gravado e lido em um gravador/acionador -R/-RW e o mesmo ocorre com os CDs ou DVDs +R/+RW (mas, atenção: existem no mercado gravadores/acionadores capazes de gravar e ler ambos os padrões; voltaremos a isso adiante). Então, por que os dois padrões?
Bem, trata-se de uma questão histórica e comercial. O pioneiro foi o CD-R, da Pioneer quando a coisa ainda era novidade. Um gravador custava quase vinte mil dólares e era usado principalmente para testar CDs comerciais antes de serem produzidos em massa. Depois a tecnologia evoluiu, os preços reduziram-se e quando caíram abaixo dos duzentos dólares os gravadores de CD se disseminaram. Veio o DVD, que incorporou a mesma tecnologia, assim como os meios “RW” (de “ReWritable”, ou regravável). Outras empresas adotaram a tecnologia da Pioneer e hoje formam o “DVD Fórum” (< www.dvdforum.org >).
Evidentemente, com a disseminação da tecnologia, abriu-se um mercado e tanto. E outras empresas, capitaneadas por Sony e Philips, decidiram “aperfeiçoar” o padrão da Pioneer (cujas primeiras versões não eram compatíveis com os aparelhos de DVD usados para exibir filmes nas televisões) e lançaram o padrão “plus”, apoiado pela “DVD+RW Alliance” (< www.dvdplus.org >).
Do ponto de vista técnico as diferenças entre os padrões se resumem a detalhes como freqüência de oscilação do feixe usado para a gravação, modo de localizar “trilha” no disco, técnica usada para identificação e correção de erros e forma pela qual a gravação é retomada após uma interrupção do processo. Quem estiver interessado neste tipo de detalhe encontrará uma explicação detalhada no excelente artigo de Michael Spath “Why DVD+R(W) is superior to DVD-R(W)” em (< www.cdfreaks.com/print/article/113 >), cujo título não deixa dúvidas sobre as preferências do autor.
Mas para os usuários, em que elas importam? Pelo que apurei, de fato o padrão +R/+RW é superior. Mas o grau de superioridade se resume a detalhes tão pouco significativos que na prática a diferença em qualidade não chega a ser um fator decisivo para a escolha.
Então, que critério usar? Indiscutivelmente, a compatibilidade. Porque, como foi dito no início, acionadores/gravadores CD ou DVD-R/-RW não são capazes de gravar ou ler discos que obedecem ao padrão +R/+RW. E vice-versa. Portanto, se seu gravador/leitor apenas aceita um dos formatos, não há o que discutir: ele será seu escolhido.
Mas, também como já foi dito, existem no mercado acionadores/gravadores que aceitam ambos os formatos. Na verdade, a maioria dos dispositivos modernos é assim. Portanto, a recomendação que realmente importa é: ao comprar um acionador/gravador de CD/DVD (ou um computador que venha com um desses acionadores/gravadores) certifique-se que seja compatível com ambos os padrões. E recuse firmemente qualquer um que não for.
Isso lhe permitirá escolher o meio virgem que mais lhe agradar. Eu, pessoalmente, dou preferência ao +R e não tenho tido decepções.
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Figura 1 |
B.
Piropo